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Biografia Machado De Assis

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Por:   •  1/10/2013  •  1.667 Palavras (7 Páginas)  •  517 Visualizações

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Biografia

Primeiros anos

Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento,23 Rio de Janeiro do Período Regencial, então capital do Império do Brasil.24 25 26 Seus pais foram Francisco José de Assis, um mulato que pintava paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira portuguesa dos Açores.25 27 Ambos eram agregados da Dona Maria José de Mendonça Barrozo Pereira, esposa do falecido senador Bento Barroso Pereira,28 que abrigou seus pais e os permitiu morar junto com ela.24 25 As terras do Livramento eram ocupadas pela chácara da família de Maria José e já em 1818 o terreno começou a ser loteado de tão imenso que era, dando origem à rua Nova do Livramento.29 Maria José tornou-se madrinha do bebê e Joaquim Alberto de Sousa da Silveira, seu cunhado, tornou-se o padrinho, de modo que os pais de Machado resolveram homenagear os dois nomeando-o com seus nomes.24 25 Nascera junto a ele uma irmã, que morreu jovem, aos 4 anos, em 1845.30 31 Iniciou seus estudos numa escola pública da região, mas não se mostrou interessado por ela.32 Ocupava-se também em celebrar missas, o que lhe fez conhecer o Padre Silveira Sarmento, que, segundo certos biógrafos, se tornou seu mentor de latim e amigo.24 25

Morro do Livramento. A seta do canto direito mostra a casa onde Machado provavelmente nasceu e passou a infância.

Em seu folhetim Casa Velha, publicado de janeiro de 1885 a fevereiro de 1886 na revista carioca A Estação, e publicado pela primeira vez em livro em 1943 graças à Lúcia Miguel Pereira, Machado fornece descrição do que seria a casa principal e a capela da chácara do Livramento: "A casa, cujo lugar e direção não é preciso dizer, tinha entre o povo o nome de Casa Velha, e era-o realmente: datava dos fins do outro século. Era uma edificação sólida e vasta, gosto severo, nua de adornos. Eu, desde criança, conhecia-lhe a parte exterior, a grande varanda da frente, os dois portões enormes, um especial às pessoas da família e às visitas, e outro destinado ao serviço, às cargas que iam e vinham, às seges, ao gado que saía a pastar. Além dessas duas entradas, havia, do lado oposto, onde ficava a capela, um caminho que dava acesso às pessoas da vizinhança, que ali iam ouvir missa aos domingos, ou rezar a ladainha aos sábados".33

Como já citado, a região sofria forte influência da igreja católica, de modo que a vizinhança frequentava suas missas; a casa era "uma espécie de vila ou fazenda",29 onde Machado passou sua infância. Nesta época, José de Alencar tinha apenas 10 anos de idade. Três anos antes do nascimento de Machado, Domingos José Gonçalves de Magalhães publicava Suspiros Poéticos e Saudades, obra que trazia os ideais do Romantismo para a literatura brasileira.34 Quando Machado tinha apenas um ano de idade, em 1840, decretava-se a maioridade de D. Pedro II, tema que viria a tratar anos mais tarde em Dom Casmurro. Ao completar 10 anos, Machado tornou-se órfão de mãe. Mudou-se com seu pai para São Cristóvão, na Rua São Luís de Gonzaga nº48 e logo o pai se casou com sua madrasta Maria Inês da Silva35 em 18 de junho de 1854. Ela cuidaria do garoto quando Francisco viesse a morrer um tempo depois.36 Segundo escrevem alguns biógrafos, a madrasta confeccionava doces numa escola reservada para meninas e Machado teve aulas no mesmo prédio, enquanto à noite estudava língua francesa com um padeiro imigrante.24 Certos biógrafos notam seu imenso e precoce interesse e abstração por livros.35

Jornais, poemas e óperas

Tudo indica que Machado evitou o subúrbio carioca e procurou a subsistência no centro da cidade.37 Com muitos planos e espírito aventureiro, fez algumas amizades e relacionamentos. Em 1854, publicou seu primeiro soneto, dedicado à "Ilustríssima Senhora D.P.J.A", assinando como "J. M. M. Assis", no Periódico dos Pobres.38 No ano seguinte, passou a frequentar a livraria do jornalista e tipógrafo Francisco de Paula Brito. Paula Brito era um humanista e sua livraria, além de vender remédios, chás, fumo de rolo, porcas e parafusos,39 também servia como ponto de encontro da sua Sociedade Petalógica (peta=(ê), s. f. 1. Mentira, patranha).40 Um tempo mais tarde, Machado se referiria à Sociedade da seguinte forma: "Lá se discutia de tudo, desde a retirada de um ministro até a pirueta da dançarina da moda, desde o dó do peito de Tamberlick até os discursos do Marquês do Paraná".41

Imprensa Nacional, c.1880, onde Machado de Assis iniciou seus serviços como tipógrafo e revisor.

No dia 12 de janeiro de 1855, Brito publicou os poemas "Ela" e "A Palmeira" na Marmota Fluminense, revista bimensal do livreiro.38 Estes dois versos, reunidos junto àquele soneto para a Dona Patronilha, fazem parte da primeira produção literária de Machado de Assis. Aos dezessete anos, foi contratado como aprendiz de tipógrafo e revisor de imprensa na Imprensa Nacional, onde foi protegido e ajudado por Manuel Antônio de Almeida (que anos antes havia publicado sua magnum opus Memórias de um Sargento de Milícias), que o incentivou a seguir a carreira literária.42 Machado trabalhou na Imprensa Oficial de 1856 a 1858. No fim deste período, a convite do poeta Francisco Otaviano, passou a colaborar para o Correio Mercantil, importante jornal da época, escrevendo crônicas e revisando textos.38 43 Durante esta época o jovem já frequentava teatros e outros meios artísticos. Em novembro de 1859, estreava Pipelet, ópera com libreto de sua autoria baseada em The Mysteries of Paris de Eugène Sue44 e com música de Ferrari. Escreveu ele sobre a apresentação:

"Abre-se segunda-feira, a Ópera Nacional com o Pipelet, ópera em actos, música de Ferrari, e poesia do Sr. Machado de Assis, meu íntimo amigo, meu alter ego, a quem tenho muito affecto, mas sobre quem não posso dar opinião nenhuma."45

Pipelet não agrada consideravalmente o público e os folhetinistas ignoram-na.46 Gioacchino Giannini, que dirigiu a orquestra da ópera, sentiu-se contrariado com a orquestra e escreveu num artigo: "Não falaremos do desempenho de Pipelet. Isso seria enfadonho, horrível e espantoso para quem o viu tão regularmente no Teatro de São Pedro."47 O

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