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Capitalismo parasitário

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Por:   •  24/11/2013  •  Resenha  •  1.466 Palavras (6 Páginas)  •  444 Visualizações

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CAPITALISMO PARASITÁRIO

Zygmunt Bauman

A obra aqui em análise, se baseia em interpretações do escritor sobre os comportamentos da atualidade, como a crise na educação, hipótecas, bulimia, anorexia, medos, onde todos estes citados, fora outros, colaboram para o mal-estar em nossa sociedade, relacionando-se assim ao conceito de liquidez. Onde assim, deixa para a sociedade contemporânea mais uma contribuição intelectual para a compreensão dos dispositivos degradantes da atual conjuntura ideológica, caracterizado pela perda dos referenciais da modernidade. No ensaio são retomadas questões persistentes de obras anteriores, sem que, no entanto, a pertinência de se pensar esses problemas tenha perdido sentido, pois continuamos atrelados a um mecanismo civilizatório que gera sobre a existência cada vez mais traços de medo, de insegurança pública, assim como a sensação angustiante do vazio existencial.

Em frente à uma lógica social movida pela grande rotatividade de bens de consumo, o indivíduo dos dias de hoje necessita adequar-se continuamente a novos padrões de gosto, criados continuamente pelo sistema ideológico da moda, que impõe sua “moral secularizada” sobre a sociedade. Conforme Bauman destaca, esse mecanismo da rotatividade de bens materiais se infiltrou também nas relações pessoais. Lidamos com seres humanos como se fossem coisas descartáveis, tanto no âmbito do mercado de trabalho como nas práticas amorosas.

Bauman é um dos principais intelectuais contemporâneos a problematizar filosoficamente a questão do medo nas disposições afetivas e nas configurações simbólicas, e um dos pontos mais importantes de Capitalismo parasitário consiste na análise de que a estrutura econômica vigente depende incondicionalmente da manutenção do medo público em suas diversas ramificações. Desse modo, a atmosfera de insegurança na qual vivemos é um poderoso instrumento para que o sistema capitalista possa controlar a subjetividade humana e enriquecer através de sua fragilidade.

Como parasita guloso, que devora tudo o que encontra , chegará o momento em que, segundo o autor, esgotarão as “ terras virgens” a desbravar . Em algum momento, este sistema que se alimenta do consumo, não será capaz de sobreviver sem as economias não-capitalistas. Deste modo , podemos dizer que o Capitalismo está com os dias contados; só não sabemos o final desta conta.

Parece que ainda existe muito a desbravar. Cuba, por exemplo, é hoje o sonho das corporações financeiras. Um país inteiro a consumir, imagine. E o sonho não está tão distante assim. Esta semana ficamos sabendo que Raul Castro já cogita permitir viagens ao exterior a seus cidadãos. Imaginem, em um país com onze milhores de habitantes, quantos novos cartões de crédito internacionais!

“ O que nenhuma publicidade declarava abertamenre, deixando a verdade a cargo das mais sinistras premonições dos devedores, era que os bancos credores realmente não queriam que seus devedores pagassem suas dívidas. Se eles pagassem com diligência os seus débitos, não seriam mais devedores . E são justamente os débitos ( os juros cobrados mensalmente) que os credores modernos e benevolentes ( além de muito engenhosos) resolveram e conseguiram transformar na principal fonte de lucros constantes. O cliente que paga prontamente o que pediu emprestado é o pesadelo dos credores.Os indivíduos que têm uma caderneta de poupança e nenhum cartão de crédito são vistos como um desafio para as artes do marketing: “ terras virgens” clamando pela exploração lucrativa. (…) ( Bauman, Zygmunt in Ob . Cit páginas 14 e 15)

As pessoas que se recusam a gastar um dinheiro que ainda não gastaram, abstendo-se de pedi-lo emprestado, não têm utilidade alguma para os emprestadores, assim como as pessoas que ( levadas pela prudência ou por uma honra hoje fora de moda) se esforçam para pagar seus débitos nos prazos estabelecidos. Para garantir seu lucro, assim como o de seus acionistas, bancos e empresas de cartões de crédito contam mais com o “ serviço” continuado das dívidas do que com seu pronto pagamento. Para eles, “o devedor ideal” é aquele que jamais paga integralmente suas dívidas.

Assim, Bauman, com a sua incrível capacidade de leitura dos tempos atuais, analisou as práticas capitalistas e a cultura que delas decorrem, deixando o leitor, no mínimo, atento para as inúmeras mudanças (de pensamento, de paradigmas, de culturas, de comportamentos...) provocadas no seio de uma "modernidade-líquida".

No mais, a "liquidez", a "flexibilidade" e a "fluidez" - conceitos do autor - acabam sendo a pedra de toque desta sociedade cada vez mais consumista, que deixa de lado a solidez das relações para aventuranças em busca de satisfações egoístas. O capitalismo, as crises financeiras e a cultura da oferta, juntamente com a educação, bulimia, anorexia, são alguns dos temas trabalhados no livro que culminam numa sensação de "mal-estar" característica da sociedade contemporânea.

Por fim, podemos deixar como base de pensamento, o que dizia o renomado Karl Marx, onde dizia que existem duas características essenciais e diferenciais, do capitalismo dos outros sistemas econômicos: (1) a separação do produtor dos meios de produção, dando origem a uma classe de proprietários e uma classe de trabalhadores; (2) a infiltração do mercado, ou do nexo monetário, em todas as relações humanas, tanto na esfera da produção quanto na esfera da distribuição. Como todos os

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