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Casa Grande E Senzala

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Por:   •  15/6/2014  •  3.373 Palavras (14 Páginas)  •  503 Visualizações

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-Autor: Gilberto Freyre

-Título: Casa Grande & Senzala

-Assunto: Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida. Cap. I pág 03 a 87

-Palavras chaves: Colonização; Agricultura; Cultura; Miscigenação; Hibridização.

-Local. editora e data: Rio de Janeiro: J.Olympio, 1978

Resumo do texto:

O capítulo aborda a formação social brasileira, que segundo o autor foi somente em 1532 que se organizou econômica e civilmente. Sua base foi a agricultura e não e extrativismo como aconteceu com outras colônias. A estabilidade patriarcal, a regularidade do trabalho escravo, a união do português com a mulher índia, incorporada à cultura econômica e social do invasor. Na América formou-se uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata ma técnica de exploração econômica ,hibrida de índio na composição. Tudo subordinado ao espírito político que assim como em Portugal foi desde o primeiro século elemento decisivo de formação nacional. Através das grandes famílias proprietárias e autônomas : senhores do engenho tendo índios ou negros armados às sua ordens ; donos de terras e de escravos que clamavam contra toda espécie de abusos da metrópole e da própria Madre Igreja. Bem diferentes dos criollos ricos, constituídos em cabildos que só faziam servir de mangação aos reinos todo-poderosos.

A predisposição do português para a colonização hibrida e escravocrata explica o seu passado cultural, de povo indefinido entre a Europa e a África. A indecisão étnica e cultural entre a Europa e a África parece ter sido sempre a mesma em Portugal como em outros trechos da Peninsula.

O autor cita que Ferraz de Macedo, procurando definir o tipo normal português, deu logo com a dificuldade fundamental :a falta de um tipo dinâmico determinado. O que encontrou foram hábitos, aspirações, interesses, índoles, vícios, virtudes variadíssimas e com origens diversas. Considerando no seu todo, o caráter português dá-nos principalmente a ideia de “vago impreciso” pensa o critico Audrey Bell. (pág.07)

São as duas culturas, a europeia e a africana, a católica e a maometana, a dinâmica e a fatalista, que se encontram no português fazendo dele de sua vida de sua arte um regime de influencias que se equilibram. Foi a mobilidade um dos segredos da vitoria portuguesa.

Os indivíduos de valor, guerreiros, administradores, técnicos, eram deslocados pela política colonial de Lisboa. Da Ásia para a América ou daí para África, conforme conveniências de momento ou religião.

Quanto a miscibilidade, nenhum povo colonizador excedeu nesse ponto aos portugueses. Foi misturando-se com mulheres de cor logo ao primeiro contato em multiplicando-se em filhos mestiços. Mais do a mobilidade, a miscibilidade Fo o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em volume humano para a colonização. Pode-se afirmar que a mulher morena tem sido a preferida dos portugueses, pelo menos para o amor físico.

A aclimatabilidade assim como a mobilidade e a miscibilidade também favoreceu o português na conquista de terras e no domínio de povos tropicais. Nas condições físicas de solo e de temperatura, Portugal é antes África do que Europa. Assim o Português estava predisposto ao contato vitorioso com os trópicos, seu deslocamento para as regiões quentes das Américas não traves as graves perturbações de adaptação de aclimação experimentadas pelos colonizadores vindos de países de clima frio. Os portugueses tem revelado grande aptidão para se aclimarem em regiões tropicais, ao contrario da aparente incapacidade dos nórdicos. É certo que através de muito maior miscibilidade que os outros europeus, as sociedades coloniais de formação portuguesa tem sido todas hibridas, umas mais outras menos.

Os portugueses triunfaram onde outros europeus falharam: de formação portuguesa é a primeira sociedade moderna constituída nos trópicos com característicos nacionais e qualidade de permanecia. Qualidades que no Brasil não se retardarão como nas possessões de ingleses, franceses e holandeses. Outros europeus, habitantes de clima frio,em contato com a América perderiam a energia colonizadora, a tensão moral, a própria saúde física. O mesmo teria acontecido com os franceses que no século XVI tentaram estabelecer no Brasil uma colônia exclusivamente branca e daqui se retiraram quase sem deixar traços de sua ação colonizadora.

O Português com toda a predição de raça, de mesologia e de cultura,não só conseguiu vencer as condições climáticas e de solo, como supriu a extrema penúria de gente branca para a tarefa colonizadora se unindo com a mulher de cor. Multiplicou-se com a mulher índia ou negra, em vigorosa população ainda mais adaptável do que ele puro ao clima tropical. O que forçou à imediata miscigenação foi a falta de gente que o afligia, mais do que qualquer outro colonizador. Foi para o português vantagem na sua obra de conquista e colonização dos trópicos, vantagem para sua melhor adaptação biológica e social. Pela hibridização realizaram no Brasil obra verdadeira de colonização, vencendo a adversidade do clima. Porém o clima, através de fatos socias e econômicos por ele acondicionado, predisponha os habitantes dos países quentes a doenças raras nos países frios. Essa importância do clima vai se reduzindo à medida que dele se desassociam elementos de algum modo sensíveis à influência modificadora do homem.

O português no Brasil teve demudar quase radicalmente o seu sistema de alimentação, cuja base se deslocou, do trigo para mandioca. E o seu sistema de lavoura que as condições físicas de solo, não permitiram fosse o mesmo doce trabalho das terras portuguesas. A esse respeito o colonizador inglês levou vantagem sobre o português, ali encontrando condições físicas e fontes de nutrição semelhantes à sua terra.

O português vinha encontrar na América uma terra de vida fácil. Na verdade dificílima para quem quisesse aqui organizar qualquer forma permanente de economia e sociedade. Antes de vitoriosa a colonização portuguesa no Brasil, não se compreendia outro tipo de domínio europeu nas regiões tropicais que não fosse o da exploração comercial através de feitorias ou da pura extração de riqueza mineral. Foi o primeiro entre os colonizadores modernos a deslocar a base de colonização tropical da pura riqueza mineral, vegetal ou animal ( ouro, prata, madeira, âmbar, marfim) para a criação local de riqueza. Importou em uma nova fase e me um novo tipo de colonização a “colônia de

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