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Caso Concreto 1

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Por:   •  28/9/2013  •  578 Palavras (3 Páginas)  •  279 Visualizações

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Universidade Estácio de Sá

Carolina Brito Cardoso

Matrícula: 201201366501

Resumo do Filme Desmundo e Como era gostoso o meu francês:

Um filme precursor, de Nelson Pereira dos Santos, rodado em 1971. Talvez o primeiro a trazer para as telas uma visão renovada da “antropofagia” de Oswald de Andrade. Relata a história de um homem que, tendo chegado ao Brasil na frota do viajante Villegagnon, acaba ficando por aqui. O francês é capturado por um grupo de tupinambás que pretende comê-lo. Porém, durante a preparação da carne, acaba passando um longo tempo junto à tribo, o que o leva a adotar hábitos dos indígenas. O filme é falado em tupi e francês (obedecendo às origens de cada personagem), mas há alguma passagem em português lusitano.

O filme foi proibido em sua época pela ditadura militar e conseguiu a licença em seguida com o argumento de que nudez de índio não é pornografia. Mas a liberação, só com censura 18 anos.

Com uma visão irônico-crítica dos relatos dos europeus que vinham para as praias brasileiras, afastado dos tiques típicos da arte partidária, procurando uma visão o menos caricatural possível do indígena brasileiro, o filme evidencia, contudo o olhar do estrangeiro que chega por aqui. O que faz com que o diferente, o “primitivo” se torne elemento de intolerância, irritação e chacota por parte de quem se quer “civilizado”.

Uma vez inserido na cultura brasileira, o estrangeiro acaba por se dissolver nela. Não sem uma certa paixão que chega a ser erótica e romântica. “Só a antropofagia nos une”, repetiria a indiazinha com quem o francês se amasia. E logo, é feita a divisão das partes, do francês: “o braço é para o irmão do cacique, o outro para o guerreiro mais forte, o pescoço é da amante…” e assim por diante. O jovem (que não chega a possuir um nome, no filme) quer levá-la de volta para a Europa. Ela se recusa. “Só a antropofagia nos une”. O pescoço já está prometido.

Recentemente, surgiu na cena cinematográfica uma nova onda: a de filmes falados em línguas mortas ou esquecidas. O filme “Desmundo”, outro filme excelente (dirigido por alain fresnot e baseado no romance homônimo de Ana Miranda) tenta reproduzir, depois de profundos estudos lingüísticos, o português da época de Pero Vaz de Caminha (isso sem falar dos filmes recentes de Mel Gibson, os paranóicos “Apocalypto”, falado na língua Maia, e “Paixão”, em hebraico, aramaico e latim).

Certa vez ouvi do senegalês Hamidou Sall uma citação de Césaire que era mais ou menos assim: “Há duas maneiras de se perder no mundo: uma é se diluindo na universalidade, a outra se dissolvendo no seu próprio íntimo”. A antropofagia, um modo de pensar incompreensível para europeus supercivilizados, é um modo de não se deixar dissolver, mas assimilar o outro em si mesmo. A existência deste filme é um alívio. Acredito cada vez mais que a antropofagia não foi suficientemente aproveitada pelo brasileiro que se sente ansioso por uma certa originalidade impossível.

Em tempos de globalização, a tendência de sermos engolidos por culturas hegemônicas é muito forte. Por outro lado, o brasileiro, que

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