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Cicero

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Por:   •  24/11/2013  •  Tese  •  3.482 Palavras (14 Páginas)  •  171 Visualizações

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asceu em 106 a.C. em Arpino, uma cidade numa colina, 100 quilómetros a sul de Roma. Por isso, ainda que fosse um grande mestre de retórica e composição Latina, Cícero não era "Romano" no sentido tradicional, e sempre se sentiu envergonhado disto durante toda a sua vida.

Durante este período na história Romana, se, alguém quisesse ser considerado uma pessoa com cultura, era necessário falar Grego e Latim. A classe alta Romana até preferia usar a língua Grega em correspondência privada, sabendo que tinha expressões mais refinadas e precisas, era mais subtil, e em parte por causa da grande variedade de nomes abstractos. Cícero, como a maioria dos seus contemporâneos, foi educado com os ensinamentos dos antigos filósofos, poetas e historiadores gregos. Os professores mais proeminentes de oratória na altura também eram Gregos.4 Cícero usou o seu conhecimento da língua Grega para traduzir muitos dos conceitos teóricos da filosofia grega em Latim, apresentando-os desta forma a uma maior audiência. Foi precisamente a sua educação que o ligou à elite Romana tradicional.5

O pai de Cícero era um rico equestre com bons contactos em Roma. Apesar de ter problemas de saúde que o impediam de entrar na vida pública, compensou por isto ao estudar extensivamente. Apesar de pouco ser conhecido sobre a mãe de Cícero, Hélvia, era comum as mulheres de importantes cidadãos Romanos serem responsáveis pela casa. O irmão de Cícero, Quinto, escreveu uma carta a dizer que ela era uma dona de casa frugal.6

O cognome de Cícero em Latim significa grão-de-bico. Os Romanos normalmente escolhiam sobrenomes realistas. Plutarco explica que o nome foi originalmente dado a um dos antepassados de Cícero porque ele tinha uma covinha na ponta do nariz que parecia um grão-de-bico. Plutarco diz também que foi dito a Cícero para mudar este nome depreciativo quando ele decidiu entrar na política, mas que este recusou, dizendo que ele ia fazer Cícero mais glorioso do que Escauro ("com tornozelos inchados") e Catulo ("Cachorrinho").7

Jovem Cícero a ler, fresco de 1464, atualmente na Colecção Wallace.

De acordo com Plutarco, Cícero era um estudante extremamente talentoso, cuja aprendizagem atraiu a atenção de toda a Roma,8 dando-lhe a oportunidade de estudar a lei Romana sob Quinto Múcio Cévola.9 Outros estudantes eram Caio Mário, o Jovem, Sérvio Sulpício Rufo (que se tornou advogado, um dos poucos que Cícero considerava serem superiores a ele próprio em assuntos legais), e Tito Pompónio. Os dois últimos tornaram-se amigos de Cícero por toda a vida, e Pompónio (que mais tarde recebeu o apelido de "Ático" por causa do seu amor pela cultura helénica) iria ser o maior conselheiro e suporto emocional de Cícero.

Cícero queria seguir uma carreira no serviço público civil nos passos do Cursus honorum. Em 90 a.C.–88 a.C., Cícero serviu Cneu Pompeu Estrabão e Lúcio Cornélio Sula durante a Guerra Social, apesar de não ter interesse nenhum na vida militar. Cícero era, antes de tudo, um intelectual. Cícero começou a sua carreira como advogado a cerca de 83-81 a.C. O seu primeiro caso importante de que se tem registo aconteceu em 80 a.C., e foi a defesa de Sexto Róscio, acusado de parricídio.10 Aceitar este caso foi um acto corajoso: parricídio era considerado um crime horrível, e as pessoas acusadas por Cícero, o mais famoso sendo Crisógono, eram favoritos do ditador Sula. Nesta altura, teria sido fácil para Sula mandar alguém assassinar o desconhecido Cícero. A defesa de Cícero foi um desafio indirecto ao ditador, e o seu caso foi forte o suficiente para absolver Róscio.

Em 79 a.C., Cícero partiu para a Grécia, Ásia Menor e Rodes, talvez devido à ira potencial de Sula.11 Cícero viajou para Atenas, onde se encontrou de novo com Ático, que se tinha tornado num cidadão honorário de Atenas e apresentou Cícero a alguns Atenienses importantes. Em Atenas, Cícero visitou os lugares sagrados dos filósofos. Mas antes de tudo, ele consultou retóricos diferentes para aprender um estilo de falar menos exaustivo. O seu maior instrutor foi Apolónio Mólon de Rodes. Ele ensinou a Cícero uma forma de oratória mais expansiva e menos intensa que iria caracterizar o estilo individual de Cícero no futuro.

No fim dos anos 90 e inícios dos 80 a.C., Cícero apaixonou-se pela filosofia, o que iria ter grande importância na sua vida. Eventualmente, ele iria introduzir a filosofia grega ao romanos e criaria um vocabulário filosófico latino. Em 87 a.C., Filão de Larissa, o chefe da Academia fundada por Platão em Atenas 300 anos antes, chegou a Roma. Cícero, "inspirado por um extraordinário zelo pela filosofia",12 sentou-se entusiasticamente aos seus pés e absorveu a filosofia de Platão, chegando a dizer que Platão era o seu deus. Admirava especialmente a seriedade moral e política de Platão, mas também respeitava a sua imaginação. Mesmo assim, Cícero rejeitou a teoria das Ideias dele.

Família[editar]

Cícero provavelmente casou-se com Terência quando tinha 27 anos, em 79 a.C. De acordo com os costumes da classe alta da época, era um casamento de conveniência, mas existiu harmoniosamente durante uns 30 anos. A família de Terência era rica, mas embora tivesse origem nobre, tinha ligações familiares com a plebe, eram os Terenti Varrones, e preenchendo os requerimentos das ambições políticas de Cícero em termos ambos económicos e sociais. Ela tinha uma meia-irmã (ou talvez prima) chamada Fábia, que em criança se tinha tornado numa virgem vestal, o que era uma grande honra. Terência era uma mulher independente e (citando Plutarco) "tinha mais interesse na carreira política do marido do que o deixava a ele ter nos assuntos da casa".13 Era uma mulher pia e provavelmente com os pés bem realista.

Nos anos 40 a.C., as cartas de Cícero a Terência tornaram-se mais curtas e frias. Ele queixou-se aos amigos que Terência o tinha traído, mas não explicou em que sentido. Talvez o casamento simplesmente não pudesse aguentar a pressão do tumulto político em Roma, o envolvimento de Cícero nele, e várias outras disputas entre os dois. Parece que o divórcio aconteceu em 45 a.C. No fim de 46 a.C., Cícero casou-se com um jovem moça patrícia, Publília, de quem ele tinha sido o guardião. Pensa-se que Cícero precisava do dinheiro dela, especialmente depois de ter de pagar de volta o dote de Terência.14 Este casamento não durou muito tempo.

Apesar do seu casamento com Terência ter sido um de conveniência, sabe-se que Cícero tinha grande afeição pela sua filha Túlia.15 Quando ela ficou doente subitamente em fevereiro de 45 a.C. e morreu depois de aparentemente ter recuperado de dar à luz em Janeiro, Cícero

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