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Graduandos em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte

Por:   •  13/4/2021  •  Artigo  •  1.653 Palavras (7 Páginas)  •  145 Visualizações

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Cultura Política na História

   Autores: Darlene Olaio, Gustavo Matos, Joana D’Arck, Luciana Morato, Marco Antônio e Pedro Gonzaga.

Graduandos em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte

2018

Resumo: Este artigo tem como finalidade analisar o papel do historiador e da historiografia dentro dos estudos de cultura política.

Palavras-chave: Cultura Políticas, Historiografia, História Política.

Introdução

No texto “Uma reflexão acerca do conceito de cultura política” do autor Hélio de Lana Júnior, como explicitado do título, se propõe a discutir sobre os diferentes conceitos aplicados ao termo cultura política. Para isso o autor, inicialmente, apresenta alguns autores que discorrem sobre o assunto e que trazem conceitos que merecem ser destacados.  

Para Kuschnir e Carneiro, o temo cultura política se refere ao conjunto de crenças, sentimentos e atitudes que, juntos, dão significado a um processo político, evidenciando as regras sobre as quais se baseiam o comportamento dos sujeitos.

Já para Penna, cultura política é um conjunto de procedimentos, princípios e valores que são traduzidas em práticas ideológicas que refletem uma visão de mundo.

Assim, Hélio de Lana Júnior chega à conclusão de que uma cultura política se liga a uma realidade concreta e objetiva, que é fruto de experiências históricas acumuladas ao longo da vida.

A partir de tais definições, o autor tentará atribuir historicidade ao conceito e à sua aplicação trazendo à luz outros autores que trabalham sobre tal perspectiva.

Apesar do destaque dado a Alexis de Tocqueville, responsável por unir a tradição culturalista às vertentes associativa e local-institucional, foi com Almond e Verba, nas décadas de 60 e 70, que a tradição da cultura política ganha mais destaque. Segundo tais autores, a cultura política se caracterizava como conjunto de tendências psicológicas de membros de uma mesma sociedade em relação à política.

Já para Daniel Pécaut, a cultura política deve ser  

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O texto de Rodrigo Patto de Sá Mota procura, no âmbito social e político, conceituar o que entendemos como culturas políticas.

No apanhado de informações que o texto abrange a relevância encontrada para se configurar esse conceito está ligada às questões coletivas e individuais de grupos e indivíduos engajados na sociedade. Com isso, o autor acha importante destacar aspectos que relacionam o sujeito com os interesses em comum ao outro.

Quando o autor propõe a “importância do comparativismo”, enquadrando-o na chave evolucionista, é visível que sua abordagem faz menção ao constante diálogo entre as partes, encaixado em diferentes visões de culturas políticas. Contudo, é importante afirmar que questões passageiras não contribuem, em escala, para configurar esse aspecto evolucionista. O autor sugere ser inadequado usar cultura política tendo como referência situações efêmeras, passageiras, pois se perde a força do conceito, que reside exatamente em revelar como certos comportamentos políticos são influenciados por elementos arraigados na cultura de um grupo.

A construção do conceito de cultura política emerge da necessidade de se tentar abarcar as dimensões subjetivas que explicariam os comportamentos políticos dos indivíduos diante do sistema político. É dessa forma que valores, crenças, sentimentos e conhecimentos passam a ser apontados como elementos motivadores e norteadores das orientações e das atitudes políticas dos atores políticos.

A cultura politica e a historiografia

Nos dias atuais houve o empoderamento do termo culturas politicas pela História, e isso só foi possível graças aos diálogos entre historiadores e cientistas políticos durante o século XX. Isso se deu entre as décadas de 1980 e 1990, com o intuito de renovar e gerar um ambiente favorável para o estudo histórico do ambiente politico, que por fim ficou conhecido como ”Nova História Politica”. René Remond (2003) comprovou esse fenômeno historiográfico, que começou no ano de 1980 com os historiadores franceses e foi responsável pelo retorno do político como um dos enfoques preferenciais da historiografia contemporânea.

Partindo do pressuposto de que entendemos que o fenômeno politico está inserido e articulado – até mesmo administrando, exercendo influencia e sofrendo persuasão - às outras esferas da vida coletiva e individual (como a econômica, social, cultural e etc...), e com isso a Historia Politica só vem pra intensificar mais a questão das relações multidisciplinares. Dessa forma, fica evidenciado que é impossível pratica-la separada das outras disciplinas, uma vez que existe a cessão de outras disciplinas, como conceitos, técnicas de pesquisa, vocabulários, novos objetos e abordagens emergem em torno do político, conferindo-lhe grande fôlego nas pesquisas histórica das últimas décadas (REMOND, 2003, p.29).

Motta (2009, p.13-14) afirma que as mudanças pelas quais passará a História Política decorrem da hegemonia que passou exercer o paradigma culturalista sobre os historiadores nas últimas décadas. A partir disso, a compreensão histórica dos fenômenos políticos passa a buscar nos fatores culturais elementos para sua reflexão, o que gera novas perspectivas para analises. E é nesse ambiente que o fenômeno da cultura política ganha espaço, atraindo a atenção dos pesquisadores, ao permitir uma abordagem cultural das relações de poder.

Para os historiadores, o fenômeno da cultura politica surge como objeto com o intuito de compreender os comportamentos políticos. Desta forma, seria a partir da cultura politicas que os pesquisadores se aproximariam das motivações que levaram o homem a assumir um ato politico.

No contexto da nova historiografia dos objetos políticos, o progresso dos estudos sobre culturas politicas tentou cada vez mais se distanciar dos elementos problemáticos das ideias pioneiras de Almond e Verba (1963), principalmente do seu caráter etnocêntrico, esquemático e funcionalista. Contudo, o que se percebe é que, junto dessas novas perspectivas, apropriações e reformulações, também existem aproximações às ideias chaves desenvolvidas pela ciência política norte-americana.

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