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Guerra Dos Canudos

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Por:   •  10/9/2013  •  1.429 Palavras (6 Páginas)  •  512 Visualizações

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Para entender a Guerra dos Canudos e a violência com que foi realizada a revolta camponesa é necessário rever a historia que aconteceu. Não se pode entender a Guerra de Canudos, sem conhecer os motivos históricos e políticos que fizeram acontecer.

O Brasil estava em permanente fervor, desde 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel,muitos acontecimentos traumáticos aconteciam. A Questão Militar que vinha se arrastando desde 1883, com o debate em torno do principio do soldado-cidadão, que defendia a participação dos oficiais nas questões políticas e sociais do país, teve uma conclusão derepente, com o golpe militar republicano de 15 de novembro de 1889.

A derrubada da Monarquia, que foi sem derramamento de sangue, terminou por provocar reações anti-republicanas. Uma nova constituição foi aprovada em 1891, tornando o Brasil uma república federativa e presidencialista no modelo norte-americano. Separou o estado da Igreja e ampliou o direito de voto (estabeleceu o sistema censitário existente no Império e permitiu-se que todo o cidadão alfabetizado pudesse se tornar cidadão).

As dificuldades políticas da implantação da República aceleraram com a crise inflacionária provocada pelo Encilhamento, quando o Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, autorizou um aumento de 75% na emissão de papel-moeda nacional. O presidente da República, Marechal. Deodoro da Fonseca chegou a fechar o Congresso, o que serviu de desculpa para a Marinha de Guerra se revoltar exigindo e conseguindo sua renúncia , que aconteceu em 23 de novembro de 1891. Deodoro foi substituído pelo vice-presidente Marechal Floriano Peixoto.

Foi nesse pano de fundo turbulento, marcado por transformações repentinas e radicais, pela abolição da escravidão, pelo golpe republicano, pelo fechamento do Congresso, pelo estado de sítio, por dois levantes da Armada e por uma cruel Guerra Civil, que a população ouviu com espanto a notícia, em novembro de 1896, de que uma expedição de 100 soldados havia sido derrotada pelos jagunços do interior da Bahia. Começava então a Guerra de Canudos.

Provavelmente se o quadro político brasileiro dos primeiros anos de República não fosse tão confuso talvez os episódios de Canudos tivessem outro desfecho. Mas a notícia de que tropas regulares haviam sido desbaratadas pêlos fiéis do Conselheiro fez com que as autoridades e a própria população dos grandes centros urbanos, particularmente do Rio de Janeiro, visse naquilo a mão ardilosa dos monarquistas.

Antônio Conselheiro já era uma figura bastante conhecida nos sertões nordestinos desde a década de 1870. Era caixeiro de loja e graças a uma infelicidade pessoal - foi abandonado pela mulher - partiu para uma vida de eremita, cruzando o sertão de cima a baixo. Por onde andava procurava consertar os cemitérios e melhorar as igrejas.Sua famade pregador começou a se espalhar e gente miserável começou a seguir ele.

Desprezado pela maioria dos padres do interior que não suportavam a concorrência e a popularidade dele, o Conselheiro resolveu, em 1893, se isolar em Canudos, um lugar muito pobre, nas margens do rio Vasa-barris, no sertão baiano. Que depois virou Monte Santo. Conselheiro rejeitava a república. Considerava-a coisa satânica por ter instituído o casamento civil. Como a Igreja Católica se acomodou com a nova ordem, coube a ele liderar os rebeldes. Comecaram a criar uma outra sociedade, onde os princípios que pertenciam a religião seriam obedecidos. Não podia beber em Canudos, e o maior delito era não ir as rezas coletivas. Também serviu de abrigo a marginais e bandidos que lá procuravam esconderijo.

Em pouco tempo Conselheiro formou um pequeno estado dentro do estado. As autoridades fizeram então uma frente. Coronéis assustados com a fuga de mão de obra e com o surgimento de uma outra liderança se aproximaram da igreja. Um desentendimento com um lugarejo vizinho foi a desculpa que as autoridades esperavam para mandar intervir militarmente. No início de novembro de 1896 uma força de 100 praças, sob o comando do Tenente Manuel Ferreira, foi enviada para Juazeiro e depois para Uauá onde foi destruída pelo ataque dos jagunços em 21 de novembro.

Foram necessárias mais três expedições militares, a última com quase 5 mil homens e artilharia para submeter a "Tróia de taipa". A população lutou até o fim. Umas 300 mulheres, velhos e crianças se renderam. Os homens sobreviventes foram degolados e os que resistiram até o fim foram mortos numa luta corpo-a-corpo que se travou dentro do arraial, no dia do assalto final, em 5 de outubro de 1897. Antônio Conselheiro, morto em 22 de setembro, teve seu corpo exumado e sua cabeça decepada para estudos .O General. Artur Oscar determinou que os 5.200 casebres fossem explodidos a dinamite. E assim, onze meses depois, terminou Canudos.

MACEDO SOARES, Henrique Duque-Estrada de. A Guerra de Canudos.Rio de Janeiro: Typ. Altiva, 1902

CUNNINGHAME GRAHAM, R. B. A Brazilian Mystic. Dial Press, 1919.

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CALASANS, José. No Tempo de Antônio Conselheiro. Salvador, Livraria Progresso Editora, 1959.

a b GALVÃO, Walnice Nogueira. No Calor da Hora - a guerra de Canudos nos jornais. São Paulo, Editora Ática, 1977

ARINOS, Afonso. Os Jagunços.

PIRES FERREIRA, Manuel da Silva. Relatório do Tenente Pires Ferreira, comandante da 1a Expedição contra Canudos. Quartel da Palma, 10 de dezembro de 1896.

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Arinos de Belém. História de Antônio Conselheiro - Campanha de Canudos. Belém, Casa Editora de Francisco Lopes, 1940.

CUNHA,

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