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Por:   •  26/5/2014  •  Tese  •  423 Palavras (2 Páginas)  •  186 Visualizações

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IHU On-Line – Como você faz a aproximação de Nietzsche e Lévinas, tomando em consideração que você questiona sobre a possibilidade de aproveitar o pensamento nietzschiano para pensar a “alteridade” sob uma radical diferença?

Monica Cragnolini – Creio que, apesar das distâncias, Nietzsche e Lévinas podem aproximar-se em sua crítica radical ao modo de conceber ao homem nos humanismos ou nas filosofias do Mesmo. Para esta aproximação, é preciso desfazer-se da imagem nietzscheana da interpretação do final do século XIX ou começo do XX, que considerou Nietzsche como um pensador individualista. Nietzsche criticou a subjetividade moderna e os modos socioeconômicos do desenvolvimento do mesmo no mundo capitalista, e o que fez na figura do “último homem” que aparece em Assim falou Zaratustra, figura do homem do mercado, proprietário, que exige “tudo para mim”. Como tal, esta é uma figura da mesmicidade auto-satisfeita do homem moderno. Frente a essa figura, o além-do-homem (Übermensch) é a figura da doação de si que não pode ser pensada sem o outro. Neste sentido, eu tenho interpretado certas figuras da subjetividade na obra de Nietzsche em termos do “entre” (Zwischen), e assim, o caminhante (Wanderer), o além-do-homem (Übermensch), o filósofo-artista não podem ser pensados como entidades fechadas em si mesmas que “logo” entram na relação com o outro. São também modos de ser “entre”, atravessadas pela alteridade. A partir deste ponto de vista, para mim Nietzsche é um pensador da alteridade no nível do pensamento de Lévinas.

IHU On-Line – Como as idéias desses pensadores podem basear a construção da subjetividade e, ao mesmo tempo, da autonomia em nossos tempos?

Monica Cragnolini – Quando Lévinas se refere ao humanismo, se trata do humanismo “do outro homem”. Não acredito que seja possível aproximar a obra levinasiana a uma proposta humanista ou neo-humanista, que revaloriza a construção de uma subjetividade “autônoma”. Quando Lévinas expôs a assimetria do interpessoal, o conceito “pessoal” da identidade com dignidade, autonomia, se desconstrói. Também não se pode mostrar em Nietzsche a idéia de “construção de subjetividade em torno da autonomia”, já que a autonomia é uma das propriedades básicas do modo de conceber ao homem na filosofia moderna que Nietzsche critica neste aspecto.

Tanto Nietzsche como Lévinas são autores que não podem ser utilizados para pensar modos de ser do homem com “novas características”, como exigem uma desconstrução dos modos habituais de pensar o homem nos humanismos e nas filosofias do Mesmo, que esquecem ao outro. Frente à exigência da perseverança no “próprio” ser – autonomia incluída –, Lévinas resgata o chamado da Torá a prestar atenção “ao estrang

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