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Igreja Ortodoxa

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Por:   •  21/9/2014  •  9.888 Palavras (40 Páginas)  •  562 Visualizações

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I need an Orthodox theologian to edit this material.

Thank you! Bishop Alexander

Igreja Ortodoxa

Bernardo Sartorius

I

(pp. 7-122)

Conteúdo: Prefácio.

Capítulo primeiro: Esboço histórico.

A Igreja primitiva

Os concílios

O Cisma

Bizâncio

A missão bizantina

Depois de 1453

A Igreja russa

A situação atual das Igrejas ortodoxas

Conclusão

Capítulo segundo: Um pensamento vivido.

A Fé ortodoxa: Pensamento analítico ou sintético?

Sentido da história

Cosmos

Liturgia

Os ícones

Conclusão

Prefácio

Esta obra integra-se numa série de publicações consagradas às religiões do homem de hoje. Por outro lado, ela dirige-se aos não teólogos, mesmo aos não crentes, a todos aqueles cuja busca pessoal de um sentido para a vida incitou a adquirir esta série de publicações. Este duplo estado de coisas determina, por si só já a óptica do presente livro: ele quer ser uma introdução geral ao pensamento do cristianismo oriental, na medida em que este é portador de uma mensagem susceptível de interpelar muito particularmente o homem de hoje. Não nos caberá, pois, dar uma descrição "objetiva" da fé ortodoxa (poderá falar-se de "descrição objetiva" no domínio da fé?), mas antes, e deliberadamente, pôr o acento sobre as dimensões da fé cristã ortodoxa que levantam questões estimulantes ao homem ocidental de hoje, por um lado, e que respondem às suas aspirações profundas, por outro. Inserido numa série de obras sobre a "religião do homem de hoje," este livro desejaria pois, na medida do possível, contribuir para responder a esta questão escaldante: Que significa a "religião" para os nossos contemporâneos?

O seu autor é protestante, o que, pela força das coisas, contribui para orientar esta publicação numa perspectiva ecumênica. Com efeito, contrariamente a um membro da Igreja ortodoxa, o autor não poderá apresentar a compreensão oriental do Evangelho como á única maneira de responder fielmente a Cristo, mas esforçar-se-á por mostrar, e é assim que ele entende definir a palavra "ecumenismo," que a Ortodoxia constitui um enriquecimento decisivo e indispensável da fé cristã ocidental - protestante e católica romana. Assim, tentaremos, muito modestamente aliás, integrar-nos nesta busca mundial da unidade cristã que longe de visar um nivelamento e uma uniformização das diversas expressões da vida e da fé cristã, busca, ao contrário, promover o seu enriquecimento, a sua fecundação recíproca. Escusado será dizer que um tal tratamento se fundamenta sobre a convicção - muito protestante - de que, pela força das coisas e pela inautenticidade dos homens, o seu "pecado," a presença divina deu origem a expressões de fé e de vida divergentes, mas que, no fundo, para além da sua contradição lógica, são complementares.

Se tal é a óptica deste modesto trabalho - busca, num contexto ecumênico, do que a Ortodoxia poderá dizer ao homem contemporâneo, - é preciso sublinhar que ele foi precedido por numerosos outros escritos de origem ortodoxa que dão ao leitor ocidental uma informação mais circunstanciada e mais profunda, porque vivida do interior (Ver a bibliografia no fim deste volume). A sua leitura é muito vivamente recomendada a quem desejar aprofundar a sua busca da fé cristã oriental. Se o nosso livro lhe provocar esse gosto, terá certamente justificada a sua existência a par dos seus predecessores, melhor documentados e entroncados diretamente nos Padres da Igreja e nos Staretz russos... De qualquer forma, e isto legitima os nossos propósitos, como diz o teólogo ortodoxo Meyendorff "já não é Bizâncio como tal que interessa aos cristãos do Ocidente, mas a verdadeira fé cristã" (Jean Meyendorff: Orthodoxie et Gutholicité. Pari. 1963. p. 96).

Bernard Sartorius

Natal de 1967

Capítulo primeiro

Esboço histórico

A Igreja primitiva

Quando a Igreja se constitui progressivamente, sob o impulso da doutrina de Cristo e da certeza da sua presença, ela era una, se bem que múltipla, una ainda que diversificada, homogênea apesar das particularidades locais evidentes. Inserida no quadro do Império romano, alastrou muito cedo tanto para leste como para oeste da bacia do Mediterrâneo, ora sofrendo influências judaizantes, ora tomando à sua conta e transformando-o o património helénico ambiente. Então, no decorrer dos três primeiros séculos, não se tratava tanto de falar da "Igreja do Oriente" ou da "Igreja do Ocidente;" era a única e mesma comunidade, englobando um conjunto de comunidades locais unidas por uma mesma fé e um mesmo dinamismo missionário.

Sabe-se que a primeira comunidade cristã foi fundada em Jerusalém, sob o impulso dos discípulos do próprio Cristo, no quadro do judaísmo da época, mas já em ruptura radical em relação a ele. Um acontecimento inteiramente novo, a certeza da presença total de Deus nas palavras e na pessoa de um homem chamado Jesus de Nazaré, fez despedaçar-se, a partir entretanto desse mesmo meio, o legalismo rígido das comunidades judaicas dessa época. Todavia, ao mesmo tempo, esta novidade radical inscreve-se na continuidade profunda dos escritos bíblicos de que os livros proféticos - Isaías, Ezequiel e outros - davam testemunho e conhecimento. Aparece já a dialética entre o antigo e o novo, entre o acontecido e o inédito, exprimindo-se este através daquele e distinguindo-se dele, dialética que marcará toda a história do pensamento cristão.

Tudo era acontecimento,

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