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O Preconceito no Futebol

Por:   •  29/4/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  979 Palavras (4 Páginas)  •  522 Visualizações

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O preconceito faz parte do futebol desde o seu “nascimento”. O racismo aflorado, o futebol feminino nem sonhava em nascer e a homofobia escancarada.

                Percebemos que o racismo está enraizado no futebol, quando no início do esporte, a maioria dos clubes não aceitavam negros nos seus times. Os clubes eram elitizados, onde apenas brancos e pessoas da classe média/alta podiam participar.

                 “O futebol se tornou em nosso país se condensando e se acumulando, há anos, velhas energias psíquicas e impulsos irracionais do homem brasileiro, em busca da sublimação.” (FILHO, Mario. 5º edição, 2010, p. 24). Nisso podemos perceber que temos uma questão psicológica, algo acumulado, passado de geração em geração, o preconceito, não apenas desde a existência do futebol, mas desde a existência do Brasil.

                O futebol virou um meio de expressão para o preconceito, torcedores se sentem "à vontade" para xingar e menosprezar as outras pessoas, e as pessoas que estão em volta, nada fazem. Esse nos mostra ser um dos maiores problemas que temos, as pessoas não coibirem o ato de um preconceituoso, achar tudo normal dentro da prática futebolística.

                Em um relato para o Correio do Povo (2019), o então presidente do Internacional na época, Marcelo Medeiros, nos disse a seguinte frase: “A sociedade está doente. E a rede social potencializa uma celebridade agressiva, alguém que quer se destacar e virar notícia fazendo um gesto inadmissível. É inacreditável que em 2019, quase 2020, as pessoas tenham preconceito com o diferente.” Nós podemos perceber no nosso dia a dia, que as redes sociais só fomentam essas pessoas preconceituosas, pois interagem na internet como se fosse uma “terra sem lei”. E todo esse preconceito que vemos hoje, foi herdado de uma sociedade doente do passado, passada de geração em geração, e não era combatida, e então tomou as proporções que conhecemos hoje, é visto como algo “normal” dentro dos estádios, e quem não aceita, é apenas “mimimi”.

Segundo o ensaio de Marco Bettine Almeida e Alessandro da Silva Soares (2012, p. 2) Eles nos mostram a seguinte frase de Eribon: "Assumir a homossexualidade é sempre uma escolha, uma decisão. E essa decisão compromete toda a existência de um indivíduo: sua relação com a família, com os amigos, com o meio profissional" (ERIBON, 2000, p.57). Assumir a sua sexualidade no Brasil, sempre foi uma tarefa difícil, ainda mais no meio do futebol, onde a maioria do público são homens, o preconceito existente fica escancarado. O jogador homossexual tem medo expor a sua sexualidade, pois ele vai ser criticado e ser alvo de preconceituosos. Ainda ouvimos muitos cânticos homofóbicos vindo das arquibancadas.

        O Brasil é um país difícil para certos grupos, como: Negros, homossexuais, mulheres, etc. E todo esse preconceito, se mostra como um espelho no futebol. Qualquer tipo de preconceito deriva de uma construção social, onde no racismo, por exemplo, temos um histórico de um Brasil escravocrata, um Brasil construído a partir de escravos. Ou pensando pelo lado feminino, temos uma questão muito forte de que as mulheres não poderiam sair de casa, e deveriam obedecer aos seus maridos, ser submissa. O preconceito nos mostra aflorado desde o Brasil Colônia até os tempos atuais.

Segundo o jornal Correio do Povo (2019), os casos de racismo cresceram exponencialmente de 2017 para 2019, em 2017 foram registrados 43 casos no futebol brasileiro, já em 2019, ocorreram 59 casos, com quase um terço desses casos, sendo do Rio Grande do Sul.

https://www.correiodopovo.com.br/esportes/o-racismo-que-persiste-no-futebol-brasileiro-e-mundial-1.389837

Em uma entrevista, Roger Machado (2019) nos disse :

Temos que refletir e nos questionar. Se não há preconceito no Brasil, por que os negros têm um nível de escolaridade menor que o dos brancos? Por que a população carcerária é 70% negra? Por que quem mais morre no Brasil são os jovens negros? Por que os menores salários entre brancos e negros são para os negros? Por que entre as mulheres, quem mais morre são as negras? Há diversos tipos de preconceitos. Quantas mulheres negras têm comentando esporte? Então, temos que nos perguntar. Se não há preconceito no Brasil, qual é a resposta relacionada a isso? Vivemos um preconceito estrutural, institucionalizado”.

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