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Os Pontos Cardeais

Por:   •  3/1/2022  •  Seminário  •  585 Palavras (3 Páginas)  •  71 Visualizações

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A nova realidade das afegãs 

Livres da rigidez imposta pelo regime Talibã, as mulheres do Afeganistão já podem estudar, votar e até fazer parte da polícia 

Carla Rangel/O Dia

Os novos tempos estão finalmente chegando para as mulheres do Afeganistão. Mais de dois anos após a queda do regime Talibã, as afegãs vêm mostrando que a reconquista dos seus direitos civis não vai ficar restrita à liberdade para usar ou não a burka. Voltar a andar nas ruas, usar cosméticos, trabalhar e estudar foram apenas os primeiros passos: elas agora podem até votar e ser policiais.

A maior garantia de que a era Talibã ficou para trás foi dada pelo presidente interino do Afeganistão, Hamid Karzai, dia 27 de janeiro, quando ele assinou a nova Constituição do país. Resultado do trabalho conjunto da comissão de governo com os EUA e a ONU, a carta assegura direitos e deveres iguais para todos os cidadãos do Afeganistão ¿ homens e mulheres ¿, reserva 25% das cadeiras do Parlamento para as afegãs e lhes permite votar e disputar eleições, inclusive o pleito marcado para junho.

E as mudanças não estão apenas no papel. No dia 16, um grupo de mulheres recrutadas pela polícia da capital, Cabul, apresentou-se para treinamento. Outras 300 afegãs que se formaram em dezembro deverão ser chamadas ainda este ano para integrar a corporação. Desde que o Talibã assumiu o poder, essa é a primeira vez que mulheres são selecionadas para trabalhar como policiais.

Os indícios de que transformações estavam por vir começaram em 2002. Na época, 200 mulheres participaram da assembléia responsável pela escolha do atual governo. O saldo foi positivo: o Gabinete Ministerial inclui duas mulheres - nas pastas da Saúde e da Mulher - e a Comissão Independente de Direitos Humanos é chefiada por uma afegã.

Além de poder participar da política do seu país, as mulheres também recuperaram o direito de estudar e ter atendimento médico. Durante o regime Talibã, as afegãs eram proibidas de estudar até dentro de casa e só podiam ser socorridas por médicas.

EUA e ONGs oferecem saúde, educação e especialização

A reviravolta, é claro, não está sendo fácil. Remanescentes do Talibã ainda estão espalhados pelo Afeganistão e continuam aterrorizando as mulheres. Muitas afegãs, criadas em famílias que seguem rigidamente os preceitos do Alcorão, não aceitam as mudanças. Para aquelas que querem vida nova, os EUA e ONGs internacionais oferecem uma série de programas no país.

Só o governo americano financia 175 projetos, que oferecem educação, saúde, treinamento profissional e participação política. Desde 2001, foram investidos aproximadamente 21 milhões de dólares em educação básica. Estão previstos ainda mais 26 milhões de dólares nos próximos dois anos para construir colégios, comprar material escolar e desenvolver programas de alfabetização e formação de professoras.

A ONG Finca oferece apoio para as interessadas em trabalhar. A organização está participando de um programa que tem como objetivo estabelecer bancos locais que darão crédito para as mulheres abrirem seu próprio negócio. Elas também estão recebendo treinamento em atividades como costura, produção de derivados de leite, têxteis e panificação.

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