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Questões Sobre Koselleck E Prost (tendo Em Luz, Finley)

Trabalho Universitário: Questões Sobre Koselleck E Prost (tendo Em Luz, Finley). Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/12/2014  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  402 Visualizações

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Levando a afirmação de Finley para outros termos, podemos concluir que o tratado do passado como “uma fonte de paradigmas” se relaciona com o conceito de “história magistra vitae”. Portanto, como uma coletânea de exemplos da qual se poderia, a partir dos mesmos, se tirar “lições” e aprendizados para se aplicar em um presente com objetivos de obter elementos positivos e/ou evitar negativos. Koselleck atribui esse tipo de noção ao campo da oratória, transformando a história em um modo de “tornar perene o seu valioso conteúdo de experiência” .

Antoine Prost levanta qual seria o problema inicial no uso de tal perspectiva ao demonstrar que existiriam referências temporais comuns aos membros de uma determinada sociedade . Ou seja, noção de que existe uma base e repertório que tocam especificidades de um dado contexto em qual alguma sociedade estaria inserida. Encarar o passado somente por semelhanças que se dão de maneira superficial com o presente (que, como veremos adiante, não é tão assimilável aos indivíduos contemporâneos como se pode pensar) e aplicar o que teria dado “certo” é uma medida que reduz o passado a um tipo de “fábula” que somente justificaria a atenção recebida por conter alguma “moral”. É necessário levar em conta que há um “historicismo”, ou seja, uma base que sofre mudanças de acordo com processos em continuidade e ruptura passível de sofrer alterações. Desconsiderar as alterações, ao fazer aplicações (ou não-aplicações) de elementos do passado, é ignorá-lo, pois a sua própria crise é integrante de sua composição .

Koselleck coloca o “uso de paradigmas” em xeque ao afirmar que “uma vez que o acontecimento se mostra como consequência e produto do embate entre forças singulares e genuínas, extingue-se a possibilidade de aplicação imediata de modelos históricos” . A consistência do estudo da História se dá para além de tão somente realizar “viagens temporais” capturando acontecimentos a serem delimitados para meramente satisfazer um “objetivo pedagógico” de prevenção ou remediação.

Dentro da lógica do uso de paradigmas parte obrigatoriamente a expressão de um ponto de vista que se baseia em um viés que faz o uso do “depois” para se analisar o “antes”. Ora, se a razão de se repetir (ou não) algo se dá pelos efeitos e consequências posteriormente obtidos, o “depois” é encarado como o definitivo e marcante nos critérios de aplicação ou não-aplicação. Prost já havia afirmado que “o que se passa ‘depois’ não pode ser causa do que se produziu ‘antes’” . Tal uso do tempo de forma tão mecânica esvaziaria o real sentido de seu papel para a produção histórica, pois, mesmo que “viajar no tempo” seja um método ao historiador, suas ações isoladas não engendram uma estrutura própria que se constrói pelo próprio historiador que confere diferentes sentidos ao tempo, ainda que saiba que só conflua para um.

O próprio conceito de futuro sequer pode se inserir na formulação teleológica acima descrita. Não faria qualquer sentido em afirmar que o “depois” estaria análogo ao conceito de futuro tampouco. Há um encadeamento entre o “antes” e “depois” que exclui completamente a noção de futuro. Koselleck expôs que a própria apreensão da história atingindo o presente foge à nossa capacidade e, sendo assim, “o futuro

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