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Resenha Crítica Do Livro A Cidade Antiga

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Por:   •  7/10/2014  •  4.083 Palavras (17 Páginas)  •  2.050 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – DFCH

JOÃO LELES NONATO

VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA

2014

Disciplina: História do Direito Curso: Direito II/2014

Professor:

- Análise crítica do livro “A Cidade Antiga”

INTRODUÇÃO

Com a finalidade de demonstrar os princípios e as regras que governaram as sociedades gregas e romanas, Fustel de Coulanges, em "A cidade antiga", tenta desmistificar a nossa grande mania em comprar essas duas grandes sociedades antigas com a nossa contemporaneidade; isso se explica porque nosso sistema educacional tende a nos ensinar, quando crianças, que nossas histórias e revoluções aconteceram tendo como ponto de pressuposto as deles. Por conseguinte, para tentar entender de forma sucinta a verdadeira história desses povos, devemos analisar toda a história esquecendo-se de nós; assim, por meio de estudos aprofundados sobre suas crenças, cultos e costume é necessário que se busque explicações em um passado mais longínquo, pois é nele em que se formaram as crenças, estabeleceram e preparam as instituições.

O livro inteiro é dividido em cinco parte - o primeiro livro, o segundo livro, o terceiro livro, o quarto e o quinto livros -, sendo elas separadas por temas: Antigas crenças, A família, A cidade, As revoluções e Desaparece o regime municipal. Cada tema é divido por vários capítulos com a finalidade de uma melhor compreensão do leitor.

LIVRO I

O primeiro livro, Antigas crenças, vem retratando como se originou as crenças desde o princípio. Foi divido em quatro capítulos: Crenças a respeito da alma e da morte, O culto dos mortos, O fogo sagrado e A religião doméstica.

O primeiro capítulo - Crenças a respeito da alma e da morte - nos mostra que os antigos indivíduos encararam a morte não como dissolução do ser, mas como simples mudança de vida; estando a alma ligada ao corpo ainda nessa segunda existência. Acreditava-se que para que a alma se mantivesse nessa morada subterrânea, necessária para sua segunda vida, era preciso que o corpo, ao qual permanecia ligada, fosse coberto de terra; e é dessa crença primitiva que derivou-se a necessidade do sepultamento; lembrando que não bastava confiar o corpo à terra, era necessário ainda obedecer a ritos tradicionais, e pronunciar determinadas fórmulas. O mais interessante é que naquela época as pessoas davam tanto valor a esses cultos que nas cidades antigas a lei punia os grandes criminosos com um castigo considerado terrível, a privação da sepultura. Punia-se desse modo a própria alma, condenando-a a suplício quase eterno. Essas crenças que agora nos parecem cômicas exerceram seu império sobre o homem por muitas e muitas gerações. Elas governaram as almas, dirigiram as sociedades, e originou a maior parte das instituições domésticas e sociais.

O segundo capítulo - O culto dos mortos - explica como essas crenças se tornaram regras de conduta. Sendo considerados criaturas sagradas, os mortos, recebiam os epítetos mais respeitosos que podiam encontrar; chamavam-nos de bons, de santos, de bem-aventurados. Tinham por eles toda a veneração que o homem pode ter para com a divindade, que ama e teme. Segundo seu modo de pensar, cada morto era um deus. Diziam que se deixassem de oferecer aos mortos o banquete fúnebre, logo estes saíam de seus túmulos, e, como sombras errantes, ouviam-nos gemer na noite silenciosa. Fica claro, nesse capítulo, que a morte foi o primeiro mistério; ela colocou o homem no caminho de outros mistérios. Elevou seu pensamento do visível para o invisível, do passageiro para o eterno, do humano para o divino. De acordo com esse parágrafo, era essa a origem do sentimento religioso.

No terceiro capítulo - O fogo sagrado -, outra crença antiga é apresentada, o fogo como algo sagrado; na casa do grego ou do romano sempre deveria sempre haver em um altar um pouco de cinzas e carvões acesos, e era obrigação do chefe da casa mantê-los acesos. Já pela manhã, o primeiro cuidado era reavivar o fogo, e alimentá-lo com ramos. O fogo não parava de brilhar diante do altar senão quando se extinguia toda uma família; a extinção do fogo e da família eram expressões sinônimas entre os antigos. O fogo era algo divino, que era adorado e cultuado. Portanto, existia não era permitido alimentar esse fogo com qualquer espécie de madeira; a religião distinguia, entre as árvores, as que podiam ser usadas para esse fim, e aquelas cujo uso era taxado de impiedade. Além de pediam sua proteção, julgando-o todo-poderoso, também lhe eram ofertados tudo aquilo que julgavam agradável a um deus: flores, frutos, incenso, vinho. O deus do fogo era a providência da família. Seu culto era muito simples. A primeira regra era manter continuamente sobre o altar alguns carvões acesos, porque, se o fogo se extinguia, um deus deixaria de existir. Em certas horas do dia alimentavam-no com ervas secas e lenha; então o deus se manifestava em chamas brilhantes. Ofereciam-lhe sacrifícios, mas a essência de qualquer sacrifício era manter e aliviar o fogo sagrado, nutrir e fazer crescer o corpo do deus. O deus recebia essas ofertas, e as devorava; satisfeito e radiante levantava-se sobre o altar, e iluminava com seus raios a seu adorador. Era esse o momento próprio para invocá-lo; o hino da oração saía do coração do homem. Essa religião durou por algum tempo, sendo aos poucos enfraquecida, embora não tenha sido desaparecida por completo.

No último capítulo - A religião doméstica - apresenta uma religião distinta de todas as outras da contemporaneidade, pois, nessa época, não existia um único deus, cada família possuía o seu sem que qualquer outra pessoa estranha tivesse o privilégio de possuir o mesmo. O culto dos mortos, nessa religião, possuía várias regras, sendo que a primeira delas era que não poderia ser observado senão pelos familiares; o funeral, em hipótese alguma, podiam ser religiosamente observados senão pelo parente mais próximo. Quanto ao banquete fúnebre, apenas a família tinha o direito de assisti-lo, sendo os

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