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Resenho Livro Casa Grande E Senzala

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Por:   •  27/2/2014  •  3.053 Palavras (13 Páginas)  •  836 Visualizações

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Resenha Do Capítulo V Da Obra Casa Grande & Senzala - Gilberto Freire

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Gilberto Freyre inicia o capítulo V descrevendo um aspecto peculiar e concomitantemente impressionante de nossa sociedade no século XIX. “Seus trajos, os de homens feitos. Seus ócios, os de homens. Sua preocupação, sifilizarem-se o breve possível”. Este era o perfil dos meninos da época, o qual chocou todos os viajantes que aqui aportaram, haja vista que, na Europa e América do Norte, o mesmo era completamente diferente, pois as crianças portavam-se como tal. E foi neste Brasil quase sem meninos que muitos estudiosos estiveram observando os costumes do povo brasileiro, notando assim a falta de alegria daqueles que de repente viram-se privados de sua infância e tornando-se jovens apáticos, diferentemente dos moleques das senzalas.

Os colégios jesuítas, seminários e os colégios de padres nos primeiros dois séculos de colonização, foram os principais focos da irradiação de cultura e de formação intelectual no Brasil, a qual era iniciada desde muito cedo. Aprender a ler e escrever com vigários, párocos, frades, era algo terrível e abominante. Muitos deles eram carrascos e possuíam formas bruscas de repressão aos alunos, por outro lado, os professores negros eram flexíveis e dotados de arte, faziam parte de corais de capela, eram palhaços e participavam de atrações nos circos e bumbas meu boi nos engenhos.

Frutuoso Pinto da Silva relata no ensaio de 1864, os problemas gerados por comportamentos de devassos de religiosos, são relatados de forma descritiva: perversidades, lassidão pederastia. Ele cita as doenças que eram frequentemente adquiridas por meninos, como por exemplo: sífilis e gonorreia.

Era algo comum nos antigos colégios, que se fizessem vista grossa a excessos, turbulências e perversidades contra os meninos, o que permitia o abuso criminoso da fragilidade infantil, pois os padres molestavam e mantinham relações sexuais com as crianças. Criou-se, então, uma tendência geral para o sadismo, ou seja, o prazer em ver o sofrimento alheio, sendo esta, reflexo da escravidão e das atrocidades cometidas contra os negros; Os mestres, tais como os senhores de engenho, castigavam os meninos como se fossem negros fujões. Tais repreensões serviam de exemplo aos vadios.

Com a independência, surgiram escolas particulares. Filhos de magistrados e altos funcionários públicos ou até mesmo de senhores de engenho, passaram a freqüentar esse novo “modelo de escola”. No ano de 1850 vieram as estradas de ferro. Isso facilitou o internato dos meninos de engenho nos colégios das capitais. Um dos colégios tradicionais era o de Nossa Senhora do Bom Conselho, fundado em 1858, onde eram ministradas aulas de geografia, aritmética, latim, francês, caligrafia, música, etc. De forma sucinta, a educação no século XIX, não se deu apenas por homens brancos, portanto deve-se destacar o papel do negro, que fora de destaque, uma vez que, foram importantes na formação escolar de um grande número de crianças da classe nobre.

Sobre o comportamento das meninas: Deveriam andar sempre bem vestidas , ser sempre tímidas, com ar humilde, jamais poderiam erguer a voz, na maioria das vezes namoravam as escondidas, quase sempre sem muitas conversas e mal tinha um agarrado de mão. Segundo o autor as moças de quinze anos eram quase sempre casadas com homes muito mais velhos, que tinham normalmente entre cinquenta e até sessenta anos. Por muitas vezes as escravas fuxiqueiras, que ficavam com raiva de suas “sinhás”, inventavam muitas histórias a respeito de suas patroinhas. Essas intrigas podiam terminar em assassinatos por suspeita de infidelidade no casamento. Desse modo as sinhás deveriam sempre estar alerta e nunca se deixarem levar por namoros eventuais. Alguns franceses relatavam que as mulheres brasileiras eram tão assanhadas que poderiam mesmo arrisca a própria vida por uma aventura conjugal. A consequência era a mesma ser surrada pelo marido ou até mesmo assassinada; Em outras situações eram jogadas na vida, tornando-se prostitutas, na época chamadas de cortesãs.

Negras e mulatas era uma excitação ao pecado, algo difícil de resistir no Brasil. Visto que elas tiveram maior ênfase em relação às índias e mamelucas. A sexualidade exuberante e provocativa é vista como algo latente e inerente aos afrodescendentes, em especial quando falamos das mulheres negras, onde muitos religiosos chegavam até a recomendar que os senhores não permitissem em suas casas, escravas com menos de quarenta anos, pois, estas já não eram mais tidas como “perigosas”, fonte de tentações. Apesar das tentativas dos religiosos em alertar para os perigos da carne, para Freyre as tentações que as mulheres negras e mulatas provocavam nos homens eram tão significativas, que ele afirmava categoricamente que a mestiçagem de homens brancos com mulheres negras e mulatas foi algo benéfico para formação do povo brasileiro, como podemos observar nessa passagem de Casa Grande & Senzala, pág. 531:

“ O intercurso sexual de brancos dos melhores estoques - inclusive de eclesiásticos, sem duvida nenhuma dos elementos mais seletos e eugênicos na formação brasileira – com escravas e negras foi formidável ”.

E como consequência da grande mestiçagem surgiram muitos filhos ilegítimos, os quais ou eram criados juntamente com os filhos legítimos na casa dos próprios senhores, devido a regência do patriarcalismo, ou eram deixados nas “rodas” ou orfanatos. A pratica de possuir uma amante, sendo esta principalmente negra ou mulata era algo recorrente, praticado por senhores e até por religiosos (ao quis representavam uma minoria), com isso Freyre, realiza uma critica acerca da moral e da conduta sexual vigente à época.

Os jesuítas conseguiram vencer nos primeiros colonos a intolerância pelo então casamento com as índias. Muitas negras conseguiam impor respeito perante os brancos, umas pelo temor das suas mandingas, outras com as Minas, sua finura de mulher, daí uma minoria delas ter conquistado para sai situação de caseiras, concubinas dos brancos, e não exclusivamente de animais de senzalas que só servia para gozo físico dos senhores.

Dentro dessas condições irregulares de vida sexual, as mulheres africanas não mudaram suas condições, diferentemente das índias. Desse modo os estrangeiros e senhores brancos mantinham uma relação de promiscuidade. Havia uma descarga de sentidos, os brancos tratavam as negras como se fossem objetos de prazer. De certa forma imperou a hipocrisia em quase todos os setores da sociedade colonial. Passando por segmentos do clero

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