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Vida E Obra De José Martí

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Por:   •  18/11/2013  •  Seminário  •  1.803 Palavras (8 Páginas)  •  340 Visualizações

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José Martí nasceu no ano de 1853 e morreu em combate no vilarejo de Dos Ríos no ano de 1895 . Mesmo com uma morte precoce, aos 42 anos de idade, conseguiu formular uma obra extensa e que iria influenciar muito na Revolução Cubana de 1959 e também, na América Latina. Mas mesmo com toda esta influência na esquerda da América Latina, José Martí era um pensador Republicano e não socialista ou comunista.

Martí pensava em uma América Latina unida e forte, e assim começou a protestar contra o regime colonial espanhol em Cuba. Foi preso e depois exilado para a Espanha. Lá publicou a obra intitulada “A prisão em Cuba” na qual critica a forma desumana do sistema penitenciário de Cuba. Após este período na Espanha, parte para o México e volta ao seu país de origem. Passa um período de entre o México e Cuba e finalmente em 1880, parte para os Estados Unidos, ficando 14 anos e assim, retorna a Cuba somente em 1994. Em sua estadia na América do Norte, escreve a maior parte de sua obra, que é publicada tanto nos Estados Unidos quanto no México, Cuba Venezuela e outras partes da América Latina.

Cuba tem muita influência afro-descendente, pois boa parte de sua população tem descendência africana. Assim, José Martí é claro defensor da igualdade dos homens: “O negro, por ser negro, não é inferior nem superior a nenhum outro homem.” (MARTÍ, p. 229) Martí acredita que ao se vangloriar de ser branco ou negro o homem ou ao se acreditar que existe um homem melhor que o outro, “(...) dificulta a felicidade pública e a individual.” (MARTÍ, p. 229) Martí critica a ignorância daqueles que acreditam na incapacidade intelectual do negro e defende a igualdade entre os homens. Assim, José Martí é um crítico contundente em relação ao racismo tanto dos brancos em relação aos negros ou vice-versa.

Martí afirma que em Cuba “nunca haverá uma guerra de raças.” (MARTÍ, p. 231) O autor acredita que em Cuba existe uma grandeza em negros e brancos e que a República não poderá retroceder e dividir os direitos públicos entre os cubanos brancos e os cubanos negros. “Os direitos públicos, então concedidos por pura astúcia pelo governo espanhol, e já arraigados nos costumes antes mesmo da independência da Ilha, já não poderão ser negados.” (MARTÍ, p. 231)

José Martí e a questão da educação

Jose Martí é um entusiasta defensor da educação por acreditar que com a razão será possível se libertar. O autor defende a questão de professores no campo. Este professor deve ensinar mais do que simples conceitos, como defende Martí: “Não só explicações agrícolas e instrumentos mecânicos, mas também a ternura, que faz tanta falta e tanto bem aos homens.” (MARTÍ, p. 84) O autor acredita que “os homens crescem, crescem fisicamente, cresce de forma visível quando aprendem alguma coisa, quando chegam a possuir algo ou quando fizeram algum bem.” (MARTÍ, p. 84) Ou seja, ao defender a educação Martí acredita no crescimento intelectual da figura humana, que levará à ideia de liberdade proposta pelo autor: “Os homens devem viver na posse pacífica, natural e inevitável da Liberdade, como vivem na posse do ar e da luz.” (MARTÍ, p. 83) Martí é um grande defensor da figura do professor, pois acredita que este trará ensinamentos valiosos e os camponeses poderá ampliar suas discussões a partir dos ensinamentos e compreensões empreendidas nas aulas dos chamados professores ambulantes.

Em relação ao modo de ensinar, Martí pontua que deveria ser de modo suave, através de coisas práticas e proveitosas “pois quem tentar melhorar o homem não pode esquece-se de seus baixos instintos, e sim contar com eles.” (MARTÍ, p. 86) Para o autor, não seriam pedagogos que iriam para os campos, mas sim, conversadores pois estes iriam responder às dúvidas que os ignorantes lhes apresentassem ou perguntas preparadas para a sua vinda baseadas nas vivências cotidianas dos camponeses. Por isso, Martí defende a criação de escolas de formação de professores práticos e assim espalhá-los pelo território cubano.

Em uma sociedade que para o autor está mudando, é necessária uma nova religião que traga novos sacerdotes para acompanhar as transformações ocorridas. Para Martí, “a religião não desapareceu, mas se transformou.” (MARTÍ, p. 85) É uma defesa de mudança nos parâmetros sacerdotais para acompanhar as mudanças ocorridas.

José Martí e seu pensamento em relação aos Estados Unidos

Ao tratar sobre os Estados Unidos, começa uma desconstrução ampla em relação ao país da América do Norte, ou melhor, de certas visões que vangloriam este país. O autor pontua que “de virtudes e defeitos são capazes, por igual, latinos e saxões.” (MARTÍ, p. 245) Martí demonstra que a variação na história diz respeito à questão peculiar que cada povo se encontra.

O que varia é a conseqüência peculiar em cada agrupação histórica: num povo de ingleses e holandeses e alemães afins, quaisquer que sejam os distúrbios, muitas vezes mortais, que lhes acarrete o original divórcio entre o senhorio e os elementos do povo que a um só tempo o fundaram e a hostilidade inevitável, na espécie humana indígena, à conseqüência da cobiça e vaidade que criam as aristocracias contra o direito e a abnegação que lhes são revelados, não pode produzir-se a confusão de hábitos políticos e a emaranhada fornalha dos povos em que a necessidade do conquistador deixou viva a população nativa (...), a quem a casta privilegiada gerada nela pelo europeu, ainda fecha a passagem com cegueira parricida. (MARTÍ, p. 245)

Martí defende que a cobiça e a vaidade são pertinentes a qualquer povo, inclusive aos considerados desenvolvidos. E que estes ao construírem esta nova nação, os Estados Unidos da América, aniquilaram os indígenas e fizeram valer suas leis e seus princípios.

José Martí faz uma distinção clara dos Estados Unidos do Norte e dos Estados Unidos do Sul, onde houve escravidão. Para o autor é impossível se pensa em uma nação única com os mesmos ideais para todos. São diferentes e se apresentam como tal dependendo da região que se encontra, das cavernas de Dakota em relação às cidades do Leste. Da primeira, Martí caracteriza como bárbara e viril e da segunda como uma civilização privilegiada, elitizada, sensuais e injustas.

É de uma supina ignorância e de uma leviandade infantil e punível, falar dos Estados Unidos e das conquistas reais ou aparentes de uma região ou de um grupo delas, como uma nação total e igual de liberdades unânime e conquistas definitivas: semelhantes Estados

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