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Vila Mimosa

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Por:   •  26/12/2013  •  902 Palavras (4 Páginas)  •  319 Visualizações

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A expansão urbana que aconteceu na segunda metade do século XIX no Rio de Janeiro promoveu uma grande agitação no porto da cidade, que tornou-se o centro das atividades econômicas do país. Por ali, desembarcavam imigrantes estrangeiros ou migrantes de regiões mais pobres do país em busca de melhores condições de vida. Devido ao enorme fluxo de marinheiros e de uma população de baixa renda, abriu-se espaço ali para o desenvolvimento de um mercado de baixo meretrício. Através do porto, milhares de meninas oriundas do leste europeu desembarcaram na cidade. Os aliciadores agiam, principalmente, nas aldeias pobres da Polônia, Romênia, Rússia, Áustria e Hungria. Essas meninas que, ao desembarcar, tinham como única opção para sobrevivência, a prostituição, viriam a ser chamadas de “polacas”. Apesar de ter um papel importante no aliciamento das jovens, a miséria não deve ser considerada como fator único para a vinda dessas mulheres para o Brasil. Muitas delas já eram consideradas experientes no ofício e outras eram recém-iniciadas na profissão quando decidiram mudar-se para o Novo Mundo. Elas desejavam reiniciar suas vidas neste “novo mundo”.

Segundo Lená Menezes no livro os estrangeiros e o comercio do prazer nas ruas do |Rio, a preocupação com a prostituição e o tráfico internacional de mulheres fora crescente, esta chegara a tal ponto que a Polícia dos Portos passara a exigir certos documentos à mulheres que viajavam sozinhas que não eram pedidos a outros imigrantes: “carteira de identidade do país de origem, atestado policial de boa conduta e bons costumes e certificado de exercício de uma profissão lícita ou chamamento de pessoa residente no Brasil” (MENEZES, Lená Medeiros. 1992. p.36). As chamadas “polacas”, não eram necessariamente polonesas e resumiam a imagem das mulheres nativas de regiões atrasadas agrícola e industrialmente da Europa. Devido a seu fenótipo (mulher branca, loira e de olhos claros), as “polacas” se encaixaram perfeitamente em um ideal extremamente romantizado da burguesia carioca, que ansiava mimetizar a sociedade europeia e passaram ser vistas e valorizadas enquanto acompanhantes de luxo. Com a política de modernização e refinamento da cidade promovida por Pereira Passos, as prostitutas foram expulsas do centro do Rio de Janeiro. As meretrizes foram mandadas em direção aos subúrbios da cidade, e acabaram se estabelecendo no bairro da Cidade Nova. As “polacas” misturam-se, então, às prostitutas brasileiras e se mudam para a rua Pinto de Azevedo. Em uma região que constituía mais de dois quilômetros de raio, as prostitutas consolidam o que ficou conhecido como “Zona do Mangue”.

A perseguição e repressão das autoridades cariocas e as notícias de prosperidade e riqueza oriundas do Ciclo da Borracha vindas de Manaus, faz com que parte das “polacas” da Zona do Mangue se transfira para a Amazônia. Outro fator que explica o desaparecimento das “polacas” da Zona do Mangue é a perseguição que entidades judaicas realizaram contra elas. Considerando inaceitável que a imagem da nação judaica fosse maculada, pois a maior parte das prostituas oriundas do Leste Europeu era judia, e a ligação de uma comunidade inteira a atividades como a prostituição representava o perigo de uma estigmatização e da construção de uma imagem negativa perante a população brasileira.

Porém, com a eclosão da Primeira

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