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A invenção do Sonnet

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Por:   •  26/9/2014  •  Artigo  •  697 Palavras (3 Páginas)  •  151 Visualizações

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O soneto teria sido criado no começo do século XII, possivelmente na Sicília, onde era cantado na corte de Frederico II Hohenstaufen da mesma forma que as tradicionais baladas provençais. A invenção do soneto é atribuída a Jacopo da Lentini3 - conhecido como Jacopo Notaro, após receber o título «Jacobus de Lentino domini imperatoris notarius» - poeta siciliano e imperial de Frederico II, e surgiu ali como uma espécie de canção ou de letra escrita para música, possuindo uma oitava e dois tercetos, com melodias diferentes. Outras fontes poderão atribuir tal invenção a outros poetas, majoritariamente provençais, embora sua difusão tenha se dado indubitavelmente através dos italianos.

O número de linhas e a disposição das rimas permaneceu variável até que o poeta toscano Guittone d'Arezzo (ou Fra Guittone), tornou-se o primeiro a adotar e aderir definitivamente àquilo que seria reconhecido como a melhor forma de expressão de uma emoção isolada, pensamento ou idéia: o soneto. Durante o século XIII criou o soneto guitoniano, padronizado, cujo estilo foi empregado por Petrarca e Dante, com pequenas variações.

Coube ao fiorentino Francesco Petrarca aperfeiçoar a estrutura poética iniciada na Sicília, difundindo-a por toda a Europa em suas viagens. Sua obra engloba 317 sonetos contidos no Il Canzoniere, a coletânea de poesia que exerceu influência sobre toda a literatura ocidental. Os melhores poemas desse livro são dedicados a Laura de Novaes, por quem possuía um amor platônico. Destacam-se os recursos metafóricos e o lirismo erótico dos sonetos.

Dante Alighieri, o autor de A Divina Comédia, e também um seguidor de Guittone, em sua infância já compunha sonetos amorosos. Seu amor impossível por Beatriz (provavelmente Beatrice Portinari) foi imortalizado em vários sonetos em Vita Nuova, seu primeiro trabalho literário de grande importância.

Graças a uma viagem que fez para a Itália entre 1521 e 1526, o poeta português Sá de Miranda regressou com uma nova estética poética para Portugal, introduzindo pela primeira vez o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas, e os versos de dez sílabas, conhecidos como decassílabos. Luís Vaz de Camões adotou esta estética, compondo diversos sonetos com o amor como tema principal e imortalizando o soneto em língua portuguesa.

William Shakespeare, além de teatrólogo, desenvolveu o soneto inglês, composto por três quartetos e um dístico, diferente da composição original de Petrarca. Desde o século XVI, o soneto adquiriu importância ao redor do mundo, tornando-se a melhor representação da poesia lírica. Alguns casos notáveis são: o poeta russo Aleksandr Pushkin compôs Eugene Onegin, um poema repleto de sonetos adotado por Tchaikovsky para compor uma de suas óperas; o francês Charles Baudelaire ajudou a divulgar os versos alexandrinos em Les Fleurs du Mal. Vivaldi também usou-se de sonetos.

E por falar em versos alexandrinos, utilizados por muitos sonetistas, eles remontam - segundo alguns dicionários da língua portuguesa - a uma obra francesa do século XII chamada Le Roman d'Alexandre, versos de doze sílabas poéticas (dodecassílabos). Porém, os dicionários da língua espanhola - apesar de apontarem para a mesma origem - insistem em afirmar que os versos alexandrinos são aqueles que

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