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A prosa romântica no Вrasil

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Por:   •  11/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.668 Palavras (23 Páginas)  •  242 Visualizações

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Apesar de iniciada na Alemanha, a maior divulgação da prosa romântica partiu da França (detalhe: a França era o país na Europa que tinha se livrado do Absolutismo, colocando a burguesia no poder político e econômico. Sendo o Romantismo uma arte DA burguesia, feita PELA burguesia e feita PARA a burguesia, a França foi onde mais obteve sucesso a linguagem romântica).

A divulgação das prosas românticas se dava periodicamente, juntamente com os jornais, nos chamados folhetins. Tais folhetins podem ser comparados, hoje, às novelas televisivas, por atrair a atenção e a expectativa do público para a continuação da trama, que era pouco complexa, satisfazendo a vontade do pouco exigente público leitor.

Romance, apesar do nome, não é uma história de amor (pode ser em torno de uma história de amor, mas nem sempre): romance é uma narrativa (o romance consolidou o gênero narrativo) longa que apresenta vários personagens envolvidos entre si por uma trama, composta de conflitos. Nos romances românticos, certas características estão sempre presentes:

. complicação sentimental ou conflito amoroso envolvendo uma ou várias personagens;

. tensão bem versus mal, numa forma bem maniqueísta de se ver a vida (o maniqueísmo diz que o mundo é composto de coisas boas e coisas más, sem meio-termo). O mal pode ser representado em pessoas ou em . situações que criem um impedimento ao herói da narrativa;

. personagens lineares (planas) ou idealizadas, que não entram em conflito interno, não apresentam profundidade psicológica, sendo previsíveis e não alterando seu comportamento ao longo da trama. (O oposto de personagem linear é personagem esférica – não tem nada a ver com seu peso, que é a personagem que muda seu comportamento durante a trama. Poucos romances românticos apresentam personagens esféricas).

triunfo do bem sobre o mal (geralmente um final feliz, podendo ser um final trágico – poucas ocorrências).

Prosa Romântica

www.enemvirtual.com.br/prosa-romantica/

A PROSA ROMÂNTICA NO BRASIL

O romance romântico aparece no Brasil como um gênero de fácil aceitação, principalmente para o público burguês, abordando temas comuns da vida cotidiana. Sua produção inicia-se apenas em meados do século XIX, a partir do contato com outras nações decorrente do processo de independência, em 1822, quando países como França, Inglaterra e Alemanha já tinham a tradição da ficção.

O romance pioneiro surge dotado de algumas peculiaridades, como o episodismo (sobreposição dos episódios à análise dos fatos), o oralismo (o narrador é um contador de histórias), a linearidade (segue-se a ordem cronológica normal dos fatos da vida), a idealização (no ambiente, no enredo e nos personagens - homem, herói autêntico e generoso e mulher, feminina, ingênua e fiel).

Inicialmente, não só no Brasil, mas também na Europa, o romance apresenta-se na forma de flolhetins, em publicações periódicas nos jornais de capítulos de obras literárias, atraindo a leitura de mulheres, estudantes, comerciantes e funcionários públicos. Estas publicações desapareceram no século XX, enquanto o romance em si prosseguiu evoluido e se modificando ao longo dos tempos na literatura nacional.

Linhas temáticas do romance:

Durante o período colonial, a prosa inexistiu. Nessa ausência de tradição, os autores românticos partiram do nada e fizeram suas primeiras tentativas mais consistentes.

O primeiro romance brasileiro é “O filho do pescador”, de Teixeira e Souza, de 1843. Porém o nosso primeiro romance de qualidade é “A Moreninha” , de Joaquim Manuel de Macedo, lançado em 1844, e considerado como romance urbano. O romance urbano é aquele que apresenta a cidade como cenário e o comportamento dos citadinos são incorporados nos personagens da narrativa.

Nas décadas de 50 e 60 verifica-se o florescimento da prosa de ficção.

Os prosadores românticos procuraram cobrir diversos aspectos da vida brasileira, além das indefectíveis histórias de amor.

No Brasil, o romance nasce em meio a uma busca pela identidade nacional e, mais do que a produção poética, busca fornecer as respotas sobre as tradições, o passado histórico e os costumes do país em uma verdadeira investigação sobre os espaços nacionais. A identificação destes espaços caracteriza a formação de quatro linhas temáticas: o espaço da selva é retratado pelos Romances Indianista e Histórico; o campo aparece no Romance Regionalista; a vida na cidade é trazida pelo Romance Urbano.Vejamos cada uma destas linhas:

1. Romance Indianista:Caracterizado pela idealização do Índio, que não é visto em sua realidade sócio-antropológica, mas sim de uma maneira lírica e poética, figurando como o protótipo de uma raça ideal. Materializa-se no índio o “mito do bom selvagem” de Rousseau (o homem é bom por natureza e o mundo é que o corrompe).

Há harmonização das diferenças entre as culturas europeia e americana. O índio é mostrado em diversas condições, como é possível notar nas obras de José de Alencar: em “Ubirajara”, aparece o índio primordial, sem o contato urbano; em “O Guarani”, é mostrado o contato o branco e em “Iracema”, aborda-se a miscigenação.

2. Romance Histórico:bRevela o resgate da nacionalidade a partir da criação de uma visão poética e heróica das origens nacionais. É comum ocorrer a mistura de mito e realidade. Destacam-se as obras ”As Minas de Prata” e “A guerra dos Mascates”, de José de Alencar.

3. Romance Regionalista: Também conhecido como Sertanista, é marcado pela idealização do homem do campo. O sertanejo é mostrado, não diante dos seus verdadeiros conflitos, mas de uma maneira mitificada, como um protótipo de bravura, honra e lealdade. Trata-se aqui de um regionalismo sem tensão crítica. Destacam-se obras de José de Alencar (“O Sertanejo”, “O Tronco do Ipê”, “Til”, “O Gaúcho”), Visconde de Taunay (“Inocência”), Bernardo Guimarães (“O Garimpeiro”) e Franklin Távora, que com “O Cabeleira” diferencia-se dos demais apresentando certa tensão social que pode ser enquadrada como pré-realista.

4. Romance Social Urbano: Retrata o ambiente da aristocracia burguesa, seus hábitos e costumes refinados, seus padrões de comportamento, sendo raro interesse pela periferia. Os enredos são em geral triviais, tratando das tramas amorosas e mexericos

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