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Por:   •  2/3/2015  •  2.631 Palavras (11 Páginas)  •  376 Visualizações

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leia o texto

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.

Klink, Amyr. Mar sem fim. Companhia das Letras, 2000

Na frase “que nos faz professores e doutores do que não vimos”, o pronome destacado é responsável pela coesão textual, retomando a expressão antecedente.

Resposta Selecionada:

d. “essa arrogância”.

Resposta Correta:

d. “essa arrogância”.

Comentários:

Resposta Correta: “essa arrogância”. O pronome, que é relativo, e refere-se a “essa arrogância”: para quebrar essa arrogância que nos faz professores e doutores do que não vimos. Então esse que garante a coesão no texto.

Pergunta 2

0,1 em 0,1 pontos

A queimada

Num alvoroço de alegria, os homens viam amarelecer a folhagem que era a carne e fender-se ostroncos firmes, eretos, que eram a ossatura do monstro. Mas o fogo avançava sobre eles, interrompendo-lhes o prazer. Surpresos, atônitos, repararam que a devastação tétrica lhes ameaçava a vida e era invencível pelo mato adentro, quase pelas terras alheias. (...) O aceiro foi sendo aberto até que o fogo se aproximou; a coluna, como um ser animado, avançava solene, sôfrega por saciar o apetite. Sobre a terra queimada na superfície, aquecida até o seio, continuava a queda dos galhos. O fogo não tardou a penetrar num pequeno taquaral. Ouviam-se sucessivas e medonhas descargas de um tiroteio, quando a taboca estalava nas chamas. O fumo crescia e subia no ar rubro, incendiado, os estampidos redobravam, as labaredas esguichavam, enquanto a fogueira circundava num abraço a moita de bambus.

Graça Aranha. Fragmento de Canaã, Editora Ática, 1998.

Agora, leias as afirmativas abaixo:

I – O texto apresenta inúmeros recursos expressivos: metáforas (folhagem/carne; troncos/ossos; o ar rubro) e comparações (a coluna, como um ser animado, avançava solene).

II - O autor fala da queimada como se ela fosse um ser vivo, atribuindo-lhe características próprias de seres animados, como solene, sôfrega, cheia de apetite.

III - Neste texto, a descrição de uma queimada é recriada. Temos, assim, um texto literário.

IV – Alinguagem do texto é denotativa, comprovando o fato de ser um texto literário.

V – O texto não apresenta nenhuma combinação nova ou inusitada de palavras, isso o torna literário.

São verdadeiras as afirmativas:

Resposta Selecionada:

a. I, II e III

Resposta Correta:

a. I, II e III

Comentários:

Resposta Correta: I, II e III. A afirmação IV não está correta, pois a linguagem denotativa caracteriza o texto não-literário. A afirmativa V também está errada, pois o texto trabalha com as palavras poeticamente, usa figuras de linguagem.

Pergunta 3

0 em 0,1 pontos

O Santa Fé ficava encravado no engenho do meu avô. As terras do Santa Rosa andavam léguas e léguas de norte a sul. O velho Paulino tinha este gosto: o de perder a vista nos seus domínios. Gostava de descansar os olhos em horizontes que fossem seus. Tudo o que tinha era para comprar terras e mais terras. Herdara o Santa Rosa pequeno, e fizera dele um reino, rompendo os seus limites para compra de propriedades anexas. Acompanhava o Paraíba com as várzeas extensas e entrava de caatinga a dentro. Ia encontrar as divisas de Pernambuco nos tabuleiros de Pedra de Fogo. Tinha mais de três léguas, de estrema a estrema. [...]. Tinha para mais de quatro mil almas debaixo de sua proteção. Senhor feudal ele foi, mas os seuspárias não traziam a servidão como um ultraje. O Santa Fé, porém, resistira a essa fome de latifúndio. [...] O Santa Rosa crescera a seu lado, fora ganhar outras posses contornando as suas encostas. Ele não aumentara um palmo nem um palmo diminuíra. Os seus marcos de pedra estavam ali nos mesmos lugares de que falavam os papéis. Não se sentiam, porém, rivais o Santa Fé e o Santa Rosa. Era como se fossem dois irmãos muito amigos, que tivessem recebido de Deus uma proteção de mais ou uma proteção de menos. Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado.[...] Ao lado da prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços. Todo barbado, como aqueles velhos dos álbuns de retratos antigos, sempre que saía de casa era de cabriolé e de casimira preta. A sua vida parecia um mistério. Não plantava um pé de cana e não pedia um tostão emprestado a ninguém.

REGO,José Lins do. Menino de Engenho. Editora José Olympio, 2010.

O fragmento apresentado é um exemplo de texto literário. Podemos comprovar essa afirmação pela linguagem figurada empregada pelo autor. Um dos trechos em que podemosperceber a linguagem figurada é na alternativa:

Resposta Selecionada:

a. Acompanhava o Paraíba com as várzeas extensas e entrava de caatinga a dentro.

Resposta Correta:

b. Não se sentiam, porém, rivais o Santa Fé e o Santa Rosa.

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