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ADJETIVOS E CLASSIFICAÇÕES

Por:   •  26/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.147 Palavras (17 Páginas)  •  350 Visualizações

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ADJETIVOS E CLASSIFICAÇÕES

Resumo: Mostrar através de diversos gramáticos a compreensão destes acerca dos adjetivos, pois conforme o tempo passa, a compreensão acerca da classe gramatical que hoje conhecemos por adjetivo. Classe ao qual foi passando por uma metamorfose, pois a língua percorre o mesmo caminho da humanidade e avança à medida em que o homem tem contato com outros povos e há um intercâmbio cultural. Expor também como o aparecimento do termo adjetivo, sua classificação, uma variedade de códigos terminológicos e em especial o olhar de Evanildo Bechara sobre o assunto.

Palavras-chaves: adjetivo, classe gramatical, classificação, Bechara.

1 INTRODUÇÃO

Quando falamos no estudo da língua, automaticamente remetemo-nos a gramática. Que compreendemos por ser o livro que traz a forma correta de falar e escrever, entretanto nem sempre o entendimento foi assim.

O advento da gramática na Grécia vem da intenção de preservar a cultura clássica. Em Roma, a gramática estava relacionada à arte do bem falar e do bem escrever, ou seja, ligada à arte de persuadir. Com o Renascimento, na Itália, os intelectuais viam na gramática uma forma de preservar a cultura do humanismo. Pois nesse período havia muitas línguas neolatinas e como o latim já não era compreendido por todos, houve a necessidade de normatização daquelas línguas para permitir a circulação da cultura. Muitas foram as transformações sofridas pela gramática: definição e objetivo mudaram com o tempo. Os estudos na área da língua foram se ampliando e nos trazendo a gramática normativa, que difere no que diz respeito à divisão, sequência e definição dos assuntos. (LEITE, 2010 p.3).

Nosso objeto de estudo são os adjetivos. Necessitamos determinar o que iremos compreender por adjetivo uma vez que dentro da nossa gramática encontramos várias propostas acerca da nomenclatura adjetivo e se faz necessário um maior estudo, pois neste artigo esperamos que haja uma discussão que chame a atenção para o fato da necessidade de padronização da terminologia. Faremos alguns comentários sobre o tratamento dado a esta classe de palavras. Realizaremos umas poucas anotações acerca do tratamento dado a esta classe de palavras pela tradição gramatical com o intuito de delimitar o nosso objeto de estudo. Também estudaremos e relataremos um breve histórico dos adjetivos, pois se faz necessário perceber o espaço que cabia aos adjetivos, nesse cenário, refletia o excesso de nomenclatura existente para tratar, também, dessa classe gramatical, ou seja, o advento do termo adjetivo e olhar do gramático Evanildo Bechara Perceber acerca da temática proposta. Ele que é um professor, gramático e filólogo brasileiro. Sendo autor de várias das principais gramáticas destinadas tanto ao público leigo quanto a profissionais da área. Além de ser ocupante da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras.

2 BREVE HISTÓRICO DA CLASSE DOS ADJETIVOS

Os estudos gramaticais cuja tradição se segue no Ocidente tiveram origem na Grécia Antiga por volta do século V ac e se concentravam muito em questões filosóficas que propriamente linguísticas. Platão foi o primeiro filósofo a dividir a oração grega em um elemento verbal e um nominal, com o consequente estabelecimento das classes verbo e nome.

Os nomes para Platão eram as palavras susceptíveis de funcionarem como sujeito de uma oração e os verbos as susceptíveis de denotar a ação ou qualidade expressa pelo predicado. Assim, a classe dos verbos era formada pelos elementos, atualmente, denominados de verbos e adjetivos. ( LOBATO, 1986 p.80). Segundo Maria Helena Moura “está em Platão a primeira divisão das partes do discurso, mas, na verdade, o nome e o verbo platônicos não são propriamente elementos linguísticos, e Platão nem mesmo os define separadamente”. (NEVES, 1985 p.234). Aristóteles também opôs sujeito e seus predicados, mas baseando-se apenas numa análise calcada em lógica pura e não numa análise linguística.

Na gramática de Dionísio, o Trácio, não figura a classe dos adjetivos, ela aparece como um caso da classe dos nomes. Ressaltando que essa foi a gramática mais complexa dos gregos. As gramáticas latinas não apresentamos os adjetivos como de uma classe isolada. Tanto Donato quanto Prisciano, grandes gramáticos latinos, se basearam na gramatica de Dionísio e, por isso, acabaram não conhecendo o adjetivo como integrante do discurso (MELO, 1990, p.14).

Muito provavelmente o traço mais antigo da separação adjetivo/substantivo encontra-se na Filosofia Escolástica. Nessa escola filosófica, os fatos da língua eram vistos como manifestações de princípios apriorísticos; logo, a separação em classes era considerada um fato a ser analisado como um postulado. Encontra-se no pensamento escolástico o termo nome substantivo, ao qual se opõe o adjetivo. (MELO, 1990, p.15).

Como citamos em parágrafos anteriores, apesar de não podermos datar com precisão o momento do advento do termo adjetivo nos manuais gramaticais, temos indícios para conjecturarmos que o termo surgiu a partir do pensamento escolástico.

3 OS ADJETIVOS NAS GRAMÁTICAS E NAS TEORIAS MODERNAS

3.1 ADJETIVO NA GRAMÁTICA TRADICIONAL

Rotularemos de ‘Gramática Tradicional’ os estudos que aparecem nas gramáticas escolares até o surgimento da NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira). “Encontramos neste caso gramáticos como Eduardo Carlos Pereira, Carlos Gois, Ernesto Carneiro Ribeiro, Souza da Silveira, Said Ali e outros.” (BORGES,1979, p.2).

Na gramática tradicional, o adjetivo é qualificado como um modificador do substantivo. O adjetivo pode modificar o substantivo de duas maneiras distintas: segundo Pereira (1909, apud, BORGES,1979, p.2) “o adjetivo qualificativo modifica a compreensão do substantivo e o determinativo, a extensão do substantivo”.

A compreensão de um substantivo seria o conjunto das qualidades que um indivíduo possa ser nomeado por ele. Os adjetivos qualificativos acrescentam qualidades às compreensões dos substantivos que modificam, por exemplo:

1. Criança pálida, feliz e alegre.

Os adjetivos determinantes delimitam áreas na dimensão dos substantivos, por exemplo:

1. Aquelas, várias, quatro, estas crianças.

Conforme Borges, o adjetivo pode ter dois tipos de relação com o substantivo: relação atributiva e relação predicativa. Quando em relação atributiva, o adjetivo é dito atributo ou adjunto atributivo; quando em relação predicativa, é denominado predicado ou adjunto predicativo. O adjetivo é atributo do substantivo se a ele se liga diretamente, ou seja, se o substantivo e o adjetivo se encontram em um mesmo termo. O adjetivo é predicado do substantivo se a ele se prende por meio de verbo de ligação, isto é, o adjetivo em posição de predicado nominal e o substantivo em posição de sujeito (a maior parte dos gramáticos distingue o predicativo do sujeito do predicativo do objeto).

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