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ATIVIDADE AVALIATIVA – GREGÓRIO DE MATOS

Por:   •  28/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  517 Palavras (3 Páginas)  •  307 Visualizações

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UnB - Universidade de Brasília
Disciplina:
 Literatura Brasileira – Barroco e Arcadismo
Docente: Augusto Rodrigues
Discente: Lianna Enelly Vieira Jorge (17/0163024)
Data: 11/06/2018[pic 1]

ATIVIDADE AVALIATIVA – GREGÓRIO DE MATOS

  1. A partir de recursos estilísticos, Gregório de Matos descreve os festejos do entrudo e da procissão de quarta-feira de cinzas demonstrando certa antipatia pelas festividades. No primeiro soneto, o autor relata, de forma satírica, uma “confusão” com exageros e vícios protagonizada por cristãos católicos – representados, por sua vez, de maneira profana -, o que vai contra a ideologia sacra e pura da preparação para a quaresma. Percebe-se que o autor critica a carnavalização da religião, que foi gerada, em sua visão, a partir da influência da cultura nativa dos negros e dos índios, nos rituais cristãos. O catolicismo carnavalizado é representado de forma mais clara pela estruturação do segundo poema, na qual aparecem os tipos caracterizados e o cenário precário. As adjetivações feitas por Boca do Inferno também auxiliam no entendimento de sua visão da festa.
  2. A adjetivação dos tipos dos poemas evidencia o cunho figurativo dos sonetos, além de permitir a visualização do retrato da época feito pelo autor. Os sonetos são, portanto, tidos como representações da sociedade brasileira no século XVII, além de serem carregados de críticas sociais, tão comumente feitas por Gregório em toda a sua literatura. A utilização de rimas opostas no estilo ABBA nas primeiras estrofes dos poemas e CDC e CDE nas últimas e a métrica utilizada contribuem para a sonoridade, o ritmo e o fluir natural do poema.
  3. O eu-lírico observa as cenas de dentro do cenário dos poemas, ou seja: participando das festividades. Em “Descreve a procissão de quarta-feira de cinza em Pernambuco”, o autor descreve, a partir da sátira, a realidade que o cerca: os estratos sociais hierarquizados se misturando. Ao início da quaresma, porém, todos voltam a assumir suas posições normalmente. A interação entre os cidadãos de diferentes camadas econômicas causa certo estranhamento no eu-lírico, que apresenta a elite local como pobre e socialmente desqualificada.
  4. Os versos do considerado primeiro grande poeta brasileiro transparecem a aproximação com o popular ao darem lugar ao improvisador e ao festeiro. Nas festividades descritas, é clara a tentativa dos jesuítas de colonizar os nativos a partir da aproximação entre o catolicismo e a religião pagã – o que claramente desagradou o autor. A partir dos poemas, é possível visualizar a compatibilização do autor com a ideia de superioridade racial dos brancos, uma vez que as figuras coloniais são sempre retratadas com desgosto. Essa atitude de Gregório perante a colônia é um exemplo do que é retratado no capítulo Colônia, culto e cultura, (In.: Dialética da Colonização), no qual Alfredo Bosi discorre sobre o contexto da colonização e a conturbada relação entre portugueses e nativos durante a tentativa de catequização. Os poemas líricos de cunho filosófico, religioso, satírico e popularesco do Boca do Inferno retratam mudanças do antigo estado, os conflitos entre a nobreza branca e os senhores de engenho e os mercadores da colônia. A cultura popular, o catolicismo carnavalizado, a cultura afro-brasileira e a agitação cultural do período ecoam de suas poesias.

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