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Amor. Machado de assis

Abstract: Amor. Machado de assis. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/3/2014  •  Abstract  •  2.466 Palavras (10 Páginas)  •  193 Visualizações

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MACHADO DE ASSIS

O Conselheiro Vale faleceu, aos 54 anos, no dia 25 de abril de 1850, e deixou uma carta testamento que, segundo o Dr. Camargo , revelaria “talvez uma lacuna ou um grande excesso”. Estácio, filho de 27 anos do conselheiro, e Dona Úrsula, irmã solteira do finado, só puderam entender o significado do que disse o médico quando, aberto o testamento, se depararam com a notícia: o conselheiro desejava que fosse reconhecida como sua filha, recebida em sua casa e amada como tal, uma jovem de nome Helena, fruto de um relacionamento extraconjugal que tivera com Ângela da Soledade. O Dr. Camargo (que achou um excesso pedir que a família a amasse) e o Padre Melchior, conhecedores de tal caso, não estranharam tanto como Estácio e Úrsula. Atendendo à vontade do falecido, Estácio mandou buscar a irmã no colégio interno no Botafogo. Helena veio. Além de bonita, a jovem era doce, inteligente, tocava piano, desenhava e falava francês. Demorou ganhar a confiança de Dona Úrsula, mas, apesar da resistência, conquistou e se tornou o assunto de todos que viviam no Andaraí. Eram os primeiros dias de agosto, quando Estácio resolveu ir consultar Eugênia, filha do Dr. Camargo, para ver se ela achava bem lhe pedir em casamento. Encontrou a moça ocupada com um anel que tinha ganhado da madrinha e não viu oportunidade de lhe falar, senão para lhe criticar pelas relações superficiais e passageiras que mantinha com pessoas que chamava de amigas. Voltou chateado com o comportamento de Eugênia, mas se animou com a notícia de que seu amigo Luís Mendonça voltara da Europa e com a presença da irmã a quem prometeu ensinar a andar a cavalo. Helena, para surpresa de Estácio, já sabia cavalgar e o passeio acabaria melhor se a moça não tivesse voltado pensativa e triste. Estácio quis saber o porquê, mas Helena desviou da confissão. O rapaz conversava com a tia sobre a instabilidade emocional da irmã, que saíra alegre e voltara triste, sobre seu tipo misterioso, quando o Dr. Camargo veio lhe falar sobre uma futura candidatura à política. Estácio respondeu que não se interessava pela vida política, mas prometeu consultar o padre Melchior e a irmã. Camargo saiu contrariado e desconfiado com poder que Helena exercia sobre Estácio, pois pretendia casar a filha com o herdeiro do conselheiro. Estácio ouviu do padre, de tia Úrsula e da irmã, palavras de apoio à candidatura. Nos dias que se passaram, Estácio viu Helena lendo uma carta que o deixou ainda mais intrigado e enciumado. Ele também recebeu - depois de uma visita - uma carta da namorada e foi aconselhado pela irmã a pedir a moça em casamento. Prometeu que iria, mas, usando como desculpa o tempo chuvoso, acabou não indo. Fez nova promessa: iria no primeiro dia do ano seguinte. Porém, lhe atormentava a lembrança daquela carta que vira a irmã lendo. Numa manhã, aproveitando a oportunidade em que falou para a irmã de sua preocupação com seus passeios que fazia acompanhada por Vicente (um escravo que adorava Helena), lhe perguntou se ela amava alguém. Helena disse que sim, mas, salva pela chegada de Mendonça, não revelou quem. Estácio tentou outras vezes descobrir quem era o amado da irmã, chegando mesmo a irritá-la. Mendonça, amigo da vida fácil e ruidosa, foi quem fez com que ele, por um tempo, se esquecesse do assunto. Até que, no dia 31 de dezembro, aniversário de Estácio, Helena presenteou o irmão com um desenho: Uma jovem e um jovem andando à cavalo e uma velha casa com uma bandeira azul. Embaixo do desenho a data: 25 de julho de 1850. Estácio beijou a cabeça da cavaleira desenhada, mas foi o original que corou. À noite houve baile, Helena se ocupava com tudo, enquanto o Dr. Camargo tentava lhe falar em particular. Quando conseguiu, disse, em tom de ameaça, que a conhecia desde pequena, que sabia de sua mãe, mas que era melhor não comentar. Helena disse que perdera a mãe aos 12 anos e que não se envergonhava de quem ela tinha sido. Entretanto, quando Camargo contou que sabia de suas visitas à casa com a bandeira azul, a moça pediu segredo e lhe chamou de cruel. Camargo disse que era “pai” e que contava com sua ajuda para casar Estácio com Eugênia. Helena, dizendo estar cansada, foi para seu quarto, escreveu e rasgou duas cartas. No dia seguinte, depois de uma noite mal dormida, pressionou o irmão a pedir Eugênia em casamento e a escrever uma carta pedindo o mesmo ao pai dela. Camargo recebeu a carta e festejou, conseguiu o marido que podia dar a filha uma boa vida, apesar de Helena ter subtraído parte da fortuna do conselheiro. Ocorre, então, que a madrinha de Eugênia ficou doente e Estácio se viu obrigado a acompanhar futura esposa no período em que esta foi cuidar de Dona Clara. Longe da irmã, Estácio, escreveu uma carta falando de sua saudade, mas não falou de Eugênia. Helena leu e releu a carta, escreveu uma resposta (falando muito em Eugênia) e, antes de enviar, mostrou ao padre. Melchior lhe perguntou por que não casava também eHelena lhe perguntou o que ele achava de Mendonça, pois sabia que ele a amava e, embora não sentisse o mesmo, estava certa de que no futuro o amaria. Mendonça, ao saber, não coube em si de tanta felicidade, não deu nenhuma atenção quando ouviu chamarem Helena de “andorinha viajante”(por ela andar sempre a passear acompanhada de seu pajem) e resolveu mandar uma carta a Estácio lhe contando a novidade que esperava que o amigo apreciasse. Estácio ficou desesperado e voltou para tentar impedir o casamento. Procurou o padre e argumentou que ela só tinha 17 anos, que tinha certeza de que a irmã não amava Mendonça, que até consentia que Helena se casasse, mas com outro. Mendonça presenciou o final da conversa, e, decepcionado, desiste. Helena, sabendo disso, discutiu com o irmão que lhe cobrou sobre o amor que ela dizia sentir por alguém não revelado. Mas a moça retrucou que era um amor sem esperança, que amaria Mendonça e exigiu que lhe entregasse um bilhete onde pedia que o jovem viesse a Andaraí, pois era seu coração que pedia. Estácio, disse que entregaria, mas queimou o bilhete. Entretanto foi conversar com Mendonça que se mostrou relutante, pois poderiam pensar que queria casar com Helena por causa da herança. Então, Helena disse que, se fosse o caso, abriria mão da herança, o que fez Mendonça aceitar. Chateado com o desfecho da situação, Estácio dormiu mal e acordou cedo. Resolveu ir caçar e acabou vendo a irmã sair da velha casa com a bandeira azul. Decidiu investigar. Com o pretexto de que machucara a mão, bateu na porta para pedir ajuda. É recebido por um homem de 37 anos aproximadamente que nada lhe pediu em troca do curativo e tampouco lhe contou o que desejava saber. Desconfiado, ao reencontrar Helena, apontou para a casa no desenho que ela lhe deu e perguntou o que ela tinha ido fazer lá. Helena não

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