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Análise do Conto "Peru de Natal"

Por:   •  23/11/2018  •  Artigo  •  3.112 Palavras (13 Páginas)  •  1.660 Visualizações

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Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Curso de Letras Português e Inglês

O PERU DE NATAL

Análise narrativa destinada à disciplina de Estudos Orientados I, sob a orientação do Prof. Dr. Ozíris Borges Filho.

        

Aluna: Jéssica Araujo Pires

Matrícula: 201611333

Turma: XX

Uberaba, MG

Sumário

  1. Indrodução............................................................................................. 03
  2. Autor e Obra........................................................................................... 03
  3. Elementos da narrativa........................................................................... 04

1.Enredo............................................................................................  04

2.Personagens................................................................................... 05

3.Tempo............................................................................................. 07

4.Espaço............................................................................................ 07

5.Narrador.......................................................................................... 08

6.Tema-assunto-mensagem.............................................................. 08

IV.    Linguagem e estilo............................................................................... 09

V.     Ideias e concepções............................................................................. 09

VI.    Considerações finais............................................................................. 09

VII.   Bibliografia............................................................................................ 10

        

I. Introdução

Em 1947, foi publicada a obra “Contos Novos” de Mário de Andrade. Publicada após sua morte, a coletânea possui 9 narrativas feitas por Mário no decorrer de sua existência, a maioria nos seus últimos dez anos de vida. Dentre os contos presente na obra, está o conto “O peru de natal”. Este se tornou o mais conhecido dentre os 9.

A estória se passa durante a primeira ceia de natal após da morte do pai de Juca. Este luta contra a memória de seu falecido pai muito presente ainda na vida dos demais membros da família.

É sem dúvida uma estória fantástica, que nos faz refletir sobre como uma simples ação pode mudar completamente o cenário de uma família inteira.

II. Autor e Obra

        

        Em 9 de outubro de 1893, nasceu Mário Raul de Morais Andrade na cidade de São Paulo, filho de Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa de Almeida Leite Moraes de Andrade. No decorrer de sua existência, foi professor, musicista, poeta, romancista, cronista, contista, ensaísta, pesquisador, crítico, jornalista e conferencista. Conteve influência na fixação do modernismo no Brasil e chegou a ser considerado por diversos críticos como o intelectual brasileiro de maior importância do século XX. Estreou como escritor com o livro de poemas “Há uma gota de sangue em cada poema”, sob o pseudônimo de Mário Sobral.

Em 1922, publicou “Paulicéia Desvairada”, rompendo com certos padrões literários da época, ficando marcado na história da poesia brasileira. Mário foi o criador do primeiro Departamento de Cultura de São Paulo,  fundador da Sociedade de Etnografia e Folclore, e foi ainda um dos organizadores do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

        Dentre seus 20 livros publicados, vale ressaltar as obras “Macunaíma”, “Amar, Verbo Intransitivo”, “Primeiro Andar”, “Belazarte” e “Contos Novos”.

        Mário morreu em 25 de fevereiro de 1945, na sua cidade natal.

        O conto “O peru de Natal” é considerados um dos seus principais contos. A história se inicia com um discurso de Juca, protagonista-narrador, sobre como era a vida de sua família antes da morte seu pai e de como a personalidade pragmática deste afetava a família de certo modo. Depois, Juca dá um breve relato de como a vida deles havia mudado deste o falecimento, afirmando como o luto não sumira com o tempo, tornando-se obrigação. Porém, Juca pensava diferente, não queria ter uma vida repleta de tristeza.  Por isso teve uma ideia, o que era frequente, já tinha a fama de realizar “loucuras” na família.  O que o salvou diversas vezes, pois como era “louco”, era lhe permitido fazer o que quisesse.

        A ideia surge a partir da lembrança da Ceia de Natal que faziam todos os anos. A loucura era simplesmente comer peru no natal. Mas a família não queira convidar ninguém por quanta do luto, visto que peru era um prato de festa. Porém, o objetivo de Juca não era realizar uma festa no natal, era apenas comer um peru em família, sem aquele bando de parentes que devoravam toda a comida.

        Fez-se então o peru e Juca serviu a todos, dando bastante para sua mãe, pois era ela quem sempre fazia a maior parte do serviço e a que menos se desfrutava deste nas festas. O que fez com que todos se emocionassem e trouxesse por consequência a lembrança do morto. Juca tentava afastá-la afirmando como peru estava maravilhoso, mas não obtinha muito sucesso. Quando assume uma posição contraria, fingindo tristeza e dizendo que seu pai estaria contente em ver todos reunidos, ele faz com que todos falem sobre ele abertamente, logo a imagem do defunto se afasta, deixando apenas a felicidade de estar comendo um peru em família permanecer. Aquele momento faz com que a família tenha um novo começo, repleto de um amor mais forte do que antes. A lembrança de seu pai não trazia mais tristeza, e sim, relembranças de bons momentos.  

III. Elementos da Narrativa

1. Enredo        

O início do conto gira em torno de apresentações, Juca apresenta a vida simples de sua família, que sempre fora assim por conta de seu falecido pai que não gostava de excessos. Juca relata como sua família passava após a morte de seu pai, que ocorrera cinco meses antes do natal. O luto ainda dominava completamente a casa.

Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a idéia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto. (MÁRIO, 2016, p. 55)

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