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Analise Crítica Do Conto "A Perfeição" _ Eça De Queirós

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Por:   •  8/5/2013  •  1.970 Palavras (8 Páginas)  •  8.280 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

CAMPUS XIII

JACKELINE AMORIM DOS SANTOS

Analise crítica do conto “A Perfeição” _ Eça de Queirós

Itaberaba - BA

2012

JACKELINE AMORIM DOS SANTOS

Analise crítica do conto “A Perfeição” _ Eça de Queirós

Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina Aspectos da Literatura Portuguesa, como requisito parcial de avaliação para o Curso de Licenciatura em Letras, 9º semestre, Departamento de Educação – Campus XIII.

Orientador: Prof. Paulo André Correia.

Itaberaba - BA

2012

Analise crítica

A seguir será apresentada uma analise critica do conto “A Perfeição” escrito pelo autor Maria José Eça de Queirós, a qual será organizada a partir de um breve resumo da obra, conhecimentos adquiridos das leituras realizadas em sala sobre as estéticas literárias: romantismo e realismo, sobretudo atrelando estas considerações às entrelinhas do conto acima citado.

No século XIX, o conto se adapta facilmente aos propósitos do realismo e assim, o conto realista apresenta através do eu lírico e da ironia estratégica, críticas voltadas para os problemas vivenciados pela sociedade naquele dado momento histórico. Embora tenha sido considerado o maior romancista português de todo o século XIX, Eça conseguiu trabalhar a temática realista como nenhum outro. Segundo Eça de Queirós:

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento: - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mal na nossa sociedade.”

Assim sendo, é plausível afirmar que o realismo surgiu em contrassenso ao romantismo, uma vez que o segundo simbolizava o sentimentalismo, enquanto o primeiro trazia a crítica como característica central, isto é, neste período as obras de muitos autores traziam temas e problemas sociais carregado de criticas. Por este motivo é que o realismo foi considerado como um movimento de reação aos ideais românticos, logo, sua fundamental particularidade foi a inquietação com a realidade e a busca de reproduzi-la por meio do objetivismo.

O conto “A perfeição” é dividido em quatro momentos, no primeiro momento o autor apresenta a chegada de Ulisses a Ogígia, a recepção da deusa Calipso e o desejo de Ulisses a voltar para sua terra. O segundo momento é marcado pela visita dos Deuses a Calipso para ordená-la que liberte Ulisses e o ajude a partir em busca de sua felicidade. O terceiro momento por sua vez, é demarcado pelos preparativos de Ulisses para partir de volta para sua terra, sua amada mortal e seu filho tão querido. Já o quarto momento é descrita como ideia central a despedida de Ulisses, voltando para a realidade, para a vida imperfeita.

Eça de Queiros conduz o conto em estudo, linearmente, isto é, os fatos aparecem no discurso narrativo seguindo a sua ordem cronológica e, além disso, o conto expõe a passagem da obra “A Odisseia”, na qual Ulisses viveu angustiado durante sete anos na ilha Ogígia, na companhia da deusa Calipso que o amava. Segundo o conto, nesta ilha tudo era perfeito com seus rochedos, com suas terras férteis toda envolta do mar, a deusa Calipso também era digna da perfeição, linda, imortal, calma e amava Ulisses.

Entretanto, Ulisses posto como um personagem de personalidade típico do homem em geral e não como herói perfeito, não consegue se apaixonar pela deusa perfeita que possui apenas virtudes. Ele busca sentimentos não está contente na perfeição da bela deusa, Ulisses carregou todo esse tempo a ânsia de voltar para os braços de sua esposa Penélope e de seu filho Telêmaco.

Ulisses prefere enfrentar grandes desafios enfrentando perigos do mar e ir à busca de Penélope, mesmo sabendo que não estaria tão jovem, bela e serena como a deusa. O protagonista garante que mesmo sem motivos, ele afrontaria a ira dos deuses, pois aquela vida não é capaz de satisfazer os desejos dele, a liberdade do seu coração que o atormenta e atrai a fugir da ilha. Uma vez que, o Homem é um ser imperfeito, cuja perfeição só o atormenta, ele procura a natureza, a sua essência, por isso vivia angustiado na ilha de Calipso.

Eça de Queirós foi um observador da sociedade e conduziu para suas obras os hábitos, manias e outros detalhes do comportamento humano, tudo com muita sátira, ironia e personagens caricatos. Não foi diferente com o conto “A perfeição”, a qual ele apresenta o personagem Ulisses que ainda tendo a possibilidade de ser imortal e usufruir as mais beldades sofre bastante e prefere voltar a sentir tudo que um mortal está subordinado. Como podemos certificar nas entrelinhas do conto:

“E nesta inefável paz e beleza imortal, o subtil Ulisses, com os olhos perdidos nas águas lustrosas, amargamente gemia, revolvendo o queixume do seu coração... Sete anos, sete imensos anos, iam passados desde que o raio fulgente de Júpiter fendera a sua nave de alta proa vermelha, e ele, agarrado ao mastro e à carena, trambolhara na braveza mugidora das espumas sombrias”.

Segundo Maria João Simões, Eça escreveu contos de cariz realista, mas também escreveu contos de caráter fantasista, no conto “A perfeição”, podem ser visualizados os dois lados, o elemento que nos remete a realidade:

“Ando esfaimado por encontrar um corpo arquejando sob um fardo; dois bois fumegantes puxando um arado; homens que se injuriem na passagem de uma ponte; os braços suplicantes de uma mãe que chora; um coxo, sobre a sua muleta, mendigando à porta das vilas... Deusa, há oito anos que não olho para uma sepultura... Não posso 16 mais com esta serenidade sublime! Toda a minha alma arde no desejo do que se deforma, e se suja, e se espedaça, e se corrompe... Oh deusa imortal, eu morro com saudades da morte”!

E o elemento que nos é permitido perceber a fantasia:

“Calipso, espargindo através da túnica nevada a claridade e o aroma do seu corpo imortal, sublimemente serena, com um sorriso taciturno, sem

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