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Crônicas De Humor E De Reflexão

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Por:   •  9/5/2013  •  7.899 Palavras (32 Páginas)  •  773 Visualizações

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CRÔNICAS

DE HUMOR E REFLEXÃO

ISABEL FURINI

POR QUE LEMOS?

Lemos porque queremos entender a realidade de outro ponto de vista ou porque precisamos fugir dela por um momento para voltar mais lúcidos. Lemos livros de ficção porque queremos saber como os outros vivem, enfrentam os problemas, como vencem ou como sucumbem. Lemos porque queremos ver refletido nosso eu no mundo dos personagens. Ler é uma atividade vital.

A magia do teatro é a participação coletiva. Os espectadores estão fisicamente próximos, sentados na mesma sala em um determinado horário e são agitados por emoções semelhantes. Ao contrário do teatro, a leitura é atividade solitária. Podemos falar sobre um livro com um amigo, familiar ou colega de trabalho. Fazer comentários ou reflexões. Mas lemos e nos emocionamos sozinhos.

A leitura nos ajuda a vencer o medo da solidão, mais ainda nos ensina a amá-la. Sentimo-nos acompanhados mentalmente pela voz do narrador ou pela história, mas permanecemos sozinhos com nossos pensamentos.

No teatro os personagens estão diante do espectador, podemos olhar os personagens. A leitura, ao contrário, coloca em jogo a imaginação do leitor. No teatro as reações de qualquer pessoa da platéia podem ser observadas pelos outros. A leitura dá lugar à expressões – como rir, chorar - que muitas vezes, a pessoa oculta em pública. Tanto a leitura de obras ficcionais quanto o teatro têm função catártica, mas as estradas que se percorrem são diferentes.

No final de uma peça, os aplausos consagram a apresentação. Na literatura, terminamos de ler um livro e ficamos mentalmente dialogando com o autor. No final pode ficar o elogio silencioso, a crítica ou a dúvida.

O esforço do escritor é ciclópeo. As entradas para chegar à mente do leitor e despertar o interesse não são de fácil acesso.

Ítalo Calvino, Jorge Luiz Borges, Julio Cortázar e outros aconselham ler os clássicos. Os clássicos passam valores enquanto desenvolvem histórias.

O importante é cultivar o hábito da leitura seja como fonte de informações ou como caminho de auto-conhecimento.

Isabel Furini

SOCORRO!... MEU FILHINHO GOSTA DE LER GIBIS!

Você já escutou essa frase? Criança que lê gibi não aprende a ler. A frase encerra uma contradição, pois como alguém que lê não aprende a ler? Criança que lê aprende a ler, lógico que aprende! Não importa se a criança lê um gibizinho de patos, o jornal do domingo, poemas de Cecília Meireles, ou se, sorrateiramente se apropria de uma revista erótica do tio e (além de observar as fotografias proibidas) decide ler as matérias. Ou seja, assim como quem pratica futebol aprende futebol, quem costura aprende a costurar e quem lê aprende a ler.

Mas os conteúdos de um gibi, do jornal do domingo, da revista proibida e dos maravilhosos poemas de Cecília Meireles... Ah! Os conteúdos são muito diferentes. Não existe gibi (por melhor que seja) que estimule a mente do leitor como é capaz de fazê-lo um livro como “O homem que calculava” de Malba Tahan (para adolescentes), ou os divertidos “Eugênio, o gênio” de Ruth Rocha ou “Maria-vai-com-as-outras” de Silvia Orthof (próprios para crianças pequenas).

Criança que lê gibi aprende a ler, claro que aprende. Mas existem livros infantis com conteúdos mais profundos e educativos. Uma professora comentava: Não existe gibi com o estilo e aprimoramento lingüístico dos poemas de José Paulo Paes ou Mario Quintana. E estamos de acordo com ela.

Um bom livro infantil estimula a imaginação, enquanto no gibi a criança vê os desenhos das cenas e não precisa fazer esforço para imaginar. Esse é outro dos principais pontos que os professores assinalam.

Um bom livro infantil leva por caminhos novos, provoca o leitor, ajuda-o a compreender o mundo. Além disso, a criança que lê aumenta o vocabulário, melhora a sintaxe, organiza as idéias e, com o tempo, terá mais facilidade de redigir textos.

Isso não quer dizer que os pais devam proibir que as crianças leiam gibis (se gostam de fazê-lo), mas os pais podem incentivar outras leituras. Talvez levar os filhos às livrarias, deixar que eles mesmos escolham os livros e, em casa, ler para eles ou escutar os contos que eles estão lendo.

Você pode também baixar livros infantis pela Internet e de graça! Sim, essa maravilha existe! É só acessar: www.dominiopublico.gov.br

Naveguei pelo site e confesso que amei as histórias infantis, entre elas, A Borboleta Azul, de Lenira Almeida Heck, textos e desenhos lindos! Histórias que acabam aqui, de Maria Teresa Lobato Fernandes Pereira Lopes, com vários contos, entre eles, Hélix, o Caracol, muito interessante, além de outros.

E, muito importante, tente reservar ainda que seja 20 minutos diários para ler com seus filhos ou com seus netos ou sobrinhos. Você estará ajudando a criar um hábito muito saudável: o hábito da leitura.

VOCÊ COMPRA LIVROS PELOS TÍTULOS?

Os títulos dos livros funcionam como “ganchos” literários. E quem se baseia em títulos para comprar livros, às vezes cai em uma emboscada. Título bom, conteúdo ruim. Mas nem sempre. Muitas vezes, o título passa alguma idéia do livro, por exemplo, ao ler o título Cem Anos de Solidão de Garcia Marques, temos a sensação de que os personagens estão submersos em uma solidão sem fim.

Em uma das aulas de criação literária que ministramos em Curitiba, uma senhora levou um livro chamado Melancia. Um rapaz, ao ver o livro, comentou com sarcasmo “pessoal, imaginem quanto essa autora deve ter pensado para escolher um título tão elaborado, tão sofisticado, tão criativo: Melancia”. A turma riu. Outra moça acrescentou: “parece livro de receita de cozinha”. Mais risos. A senhora, um pouco zangada, defendeu o livro dizendo que ela havia lido e havia gostado.

E é assim mesmo, gosto não é para discutir (a não ser que você seja crítico de literatura ou de arte). Se todos os autores escrevessem livros ao estilo de Marcel Proust, não teríamos opções de estilos. Mas é bom analisar as implicações de um título. Muitas vezes, o autor coloca um título em seu livro e a editora

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