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INTERTEXTUALIDADE EM RICARDO AZEVEDO

Por:   •  16/4/2015  •  Artigo  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  1.970 Visualizações

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A INTERTEXTUALIDADE EM RICARDO AZEVEDO E

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE1

RESUMO

Considerando que a intertextualidade é algo que se faz presente no dia a dia de todas as pessoas, esse artigo tem por objetivo abordar esse tema, apresentando seu conceito a partir da visão de autores como Bakhtin e Kristeva, que abordam a intertextualidade como algo que faz parte de todas as produções textuais, uma vez que consideram que todo texto tem por base a ideia de outrem. Nesse aspecto, além de apresentar reflexão teórica a respeito do tema, também apresenta-se os poemas Quadrilha e Quadrilha da Sujeira, nas versões de Carlos Drummond de Andrade e de Ricardo Azevedo, onde apresenta-se a intertextualidade existente entre ambos.

PALAVRAS-CHAVE: intertextualidade, leitura, texto

PALAVRAS INICIAIS

A intertextualidade estão bastante comuns em nossas vidas, pois faz parte dos diversos textos existentes, sejam literários, sejam propagandas, sejam poemas, sejam trabalhos escolares, em todos os momentos que se produz um texto, faz-se uso desses recursos.

1 Artigo apresentado à disciplina Análise do Discurso, ministrada pela Professora Dra. Erislane Ribeiro, como requisito parcial para aprovação na disciplina.

2 Graduandas do 6º Período do Curso de Letras (Português), da Universidade Federal de Goiás, Regional de Catalão.

Desse modo, esse artigo aborda a intertextualidade, onde é utilizado um pequeno referencial teórico com o intuito de apresentar os conceitos, o qual é feito a partir da visão de autores como Bakhtin (1997), Fiorin (2006) e Kristeva (1974) que possibilitam uma reflexão a respeito da intertextualidade, compreendendo-a de uma maneira conceitual, assim como aspectos a serem observados para identificar essa forma de texto.

O artigo foi organizado de modo que na primeira parte é feita uma análise teórica a respeito da intertextualidade, onde são abordados conceitos referentes à mesma, e, posteriormente, para exemplificar o fenômeno da intertextualidade, faz-se uso de dois poemas, Quadrilha da Sujeira, de Ricardo de Azevedo, e Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, em que é feita uma breve análise desse recurso textual dentro dos dois textos, uma vez que se tratam de autores bastante conhecidos na literatura brasileira e que, nessa oportunidade, trabalham de encontro ao que tínhamos necessidade, ou seja, têm textos que possuem os aspectos abordados.

REFLETINDO A INTERTEXTUALIDADE

Quando se fala em intertextualidade está se referindo a uma forma de diálogo que acontece entre textos, podendo acontecer de uma maneira mais clara ou de uma maneira mais oculta, ocorrendo dentro dos diversos gêneros do texto, ou do mesmo gênero. Desse modo, esse diálogo pode acontecer entre textos de culturas diferentes, épocas diferentes, levando-o para o contexto do autor do intertexto, ou também, pode acontecer com textos da mesma época, dentro do mesmo contexto.

Para a elaboração de um intertexto torna-se essencial que o leitor possua conhecimento acerca do mundo, porque será esse conhecimento que interferirá no grau de compreensão do texto.

O intertexto é uma forma de chamar a atenção do leitor/espectador.

Assim, torna-se claro que o intertexto faz-se presente em diversos momentos da vida social e tal fato vai de encontro ao que pode ser observado em KRISTEVA (1974, p. 36), que diz que

Todo texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variados, sob formas mais ou menos reconhecíveis (...). O intertexto é um campo geral de formas anônimas, cuja origem raramente é recuperável, de citações inconscientes ou automáticas, feitas em aspas.

Ou seja, geralmente, todo texto é escrito tomando por base um conceito já abordado, lido em outro momento, isso é, o discurso de “hoje”, leva em consideração o discurso de outra pessoa, de modo a inseri-lo dentro do seu. Tal idéia pode ser considerada um intertexto de Bakhtin (1997), segundo o qual todo discurso é essencialmente dialógico, por representar sempre uma resposta ou uma antecipação ao discurso do outro. Assim, o intertexto, ou seja, aquilo que se possa perceber da relação de dois textos, pode não ser um objeto facilmente recuperável ou perceptível, mas estar diluído por todo o texto ou, ainda, a partir dele.

Diante do exposto, para que seja feita uma análise intertextual e interdiscursiva, devem ser consideradas marcas linguísticas que se relacionam a formas e conteúdos de outros textos. Essas marcas linguísticas, de acordo com Koch (1997) e Koch, Bentes e Cavalcante (2007), que vão além do lexema, independentemente do nível de estruturação. A esse respeito, Cavalcante (2007, p. 1), observa que "não importa o tipo de remissão - se ao léxico, se a estruturas fonológicas, a estruturas sintáticas, ao gênero, ao estilo, ao tom", o importante é que o co-enunciador consiga reconhecer a interseção de textos ou o intertexto.

Assim, torna-se importante, quando se faz uma análise intertextual, a apresentação de textos, que podem ou não ser reconhecidos automaticamente, mas que se refere a algo que já foi dito, algo que já existe, que é denominado intertexto, o qual é apreendido por marcas linguísticas. E, nesse sentido, Koch (2002) afirma que a intertextualidade compreende as diversas maneiras pelas quais a produção/recepção de um dado texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de relação que um texto mantém com outros textos.

RICARDO DE AZEVEDO INTERTEXTUALIZANDO COM CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Conforme verifica-se no textos em anexo, apesar de retratarem assuntos diferentes, possuem um relação intertextual e interdiscursiva, ou seja, um diálogo, onde no primeiro texto é tratada a questão de amores não correspondidos, os quais são ditados por meio da quadrilha, uma dança típica das festas juninas. Já no segundo texto, se trata de uma crítica a um comportamento não adequado, que se refere ao péssimo hábito de jogar lixo na rua, utilizando-se disso para demonstrar que isso está atingindo, indiretamente, outras pessoas, lhes causando mal. Desse modo, o que se observa é que no segundo poema, discute-se uma problemática da atualidade, que é a poluição ambiental e a falta de consciência do ser humano quando joga lixo em qualquer lugar. Ou seja, é feito o poema

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