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O Cortiço, O Paralelo Entre As Personagens Bertoleza E Rita Baiana

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Por:   •  24/1/2014  •  1.988 Palavras (8 Páginas)  •  1.992 Visualizações

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O Cortiço, o paralelo entre as personagens Bertoleza e Rita Baiana.

*Dâmaris de Almeida Ferreira

*Edilson Enoque da Silva

*Elaine Nunes da Silva

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo analisar as características das personagens femininas Rita Baiana e Bertoleza em O Cortiço de Aluísio de Azevedo e realizar um breve estudo sobre o a escola naturalista no Brasil.

Palavras – Chaves: O Cortiço, Contraste, Rita Baiana e Bertoleza.

INTRODUÇÃO

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857 – 1913), nascido em São Luís no estado do Maranhão, além de escritor foi também Jornalista, romancista, teatrólogo, cronista, contista, caricaturista. Para Antônio Candido Aluísio foi um dos mais importantes narradores do naturalismo Brasileiro (p.57).

Aluísio deixou obras de qualidades irregular das quais se destacam três romances: O mulato, Casa de Pensão e O cortiço. Vejamos a opinião de Antônio cândido a respeito dessas obras:

“alguns de seus muitos romances são apreciáveis, inclusive o primeiro, apesar dos traços melodramáticos, O Mulato (1881), estudo do preconceito de cor, tão odioso quanto irracional, num pais mestiço que nem o Brasil. Mas seco e melhor construído é Casa de Pensão(1884), violenta descrição dos descaminhos e da morte de um estudante. Mas ele só alcançou a maestria n’O cortiço (1990) [...] sendo o único de seus livros que se sustenta plenamente( p.57).

*Alunos graduandos do V período do Curso Licenciatura Plena em Letras Português- UFPI-Picos

O cortiço, a mais importante obra naturalista brasileira. Publicado em 1890, retrata a sociedade do Rio de Janeiro do fim de século XIX e suas relações sociais. A preocupação social é um traço marcante da obra do autor, que buscava com aguda capacidade de observação, compreender cientificamente os elementos determinantes da sociedade do Brasil.

Focaliza o nascimento, o desenvolvimento de um típico cortiço carioca do séc. XIX, que era formado por trabalhadores, lavadeiras, prostitutas, operários, imigrantes e pessoas que não tinham condições de pagar uma moradia digna. O romance segue os princípios naturalistas e Azevedo destaca a influencia do meio e a força dos instintos no comportamento dos personagens, que muitas vezes são comparadas a animais. O ambiente degradado e promíscuo como o cortiço molda e determina a conduta dos que ali vivem.

O Cortiço Trata-se de um Romance, E um Romance de grande importância no Naturalismo “(...) O Romance (...) espelho dum povo, a imagem fiel duma sociedade” (Moisés, 1976. p.159).

O presente trabalho, será divido em três subtópicos: A representação da mulher em o cortiço, Bertoleza e Rita Baiana.

Faremos aqui um paralelo entre essas duas mulheres mais focadas por Azevedo no decorrer da obra, mesmo que por motivos distintos. Mostrava a mulher submissa, ingênua e vulnerável e ao mesmo passo, mostrava, ainda que no mesmo contexto social, a mulher livre, esperta e independente.

A REPRESENTAÇÃO DA MULHER EM O CORTIÇO

Na sociedade o homem sempre se sobressaiu sobre a mulher, era tido como superior, a mulher deveria ser submissa ao homem e não tinha direito algum, deveria viver para o lar, os afazeres domésticos e a educação dos filhos. Mas com o passar dos tempos isto foi mudando e a mulher aos poucos foi conquistando seu espaço na sociedade.

Na literatura a mulher sempre esteve presente. No romantismo a presença da mulher era sempre idealizada, já no naturalismo a mulher passa a ser descrita nas suas formas reais, com seus defeitos e ate mesmo de forma animalesca. Aluísio quis mostrar o outro lado das mulheres e no decorrer da obra O cortiço, vamos nos deparar com diversos tipos de mulheres as submissas, as lésbicas, as adúlteras, e as sensuais.

Neste ambiente criado, a atenção maior é para as mulheres. Elas serão estudadas no contexto social, mostrando a contribuição feminina no processo histórico. A exposição da realidade pretende interpretar e entender os motivos e o caráter das personagens.

Porém vamos ressaltar dois tipos de mulheres existentes nesta obra, as que vivem em condições de total submissão, como no caso de Bertoleza. E as independentes, que não veem no casamento uma forma de conseguir sobreviver perante a sociedade e sustentar-se economicamente que é o caso de Rita Baiana.

Azevedo apresenta nas duas personagens supra ditas, as suas representações, através delas, mostra suas contradições e exageros próprios do Naturalismo, Coutinho, conceitua o naturalismo da seguinte forma: “É o Realismo fortalecido por uma teoria peculiar, de cunho científico, uma visão materialista do homem, da vida e da sociedade”.(COUTINHO,2002 p.11).

BERTOLEZA

Bertoleza era uma crioula de trinta e poucos anos que tinha uma quitanda e nela trabalhava dia e noite, pois, por ser escrava de um velho cego tinha que pagar todo mês, ao mesmo, uma quantia de 20 mil-réis. Era uma mulher muito inocente e ingênua a ponto de não conseguir ver a malícia dos portugueses e acaba por se deixar cair novamente nas garras de outro logo, que seu dono morre.

Daí em diante, João Romão tornou-se o caixa, procurador e o conselheiro da crioula. No fim de pouco tempo era ele quem tomava conta de tudo que ela produzia e era também quem punha e disponha dos seus pecúlios e quem se encarregava de remeter ao senhor os vinte mil-réis mensais. Abriu-lhe logo uma conta corrente, e a quitandeira, quando precisava de dinheiro para qualquer coisa, dava um pulo até à venda e recebia-o das mãos do vendeiro, de “Seu João”, como ela dizia. Seu João debitava metodicamente essas pequenas quantias num caderninho, em cuja capa de papel pardo lia-se, mal escrito e em letras cortadas de jornais,: “Ativo e Passivo de Bertoleza”.( AZEVEDO, Aluísio. O cortiço, pg. 15 e 16).

A partir daí Bertoleza aceitou a parceria com o vendeiro e logo em seguida aceitou a proposta de morar com ele. Com isso a pobre negra passou desempenhar três papéis: o de caixeiro, de criada e de amante. A pobre negra teve uma participação muito significativa na construção do cortiço de João Romão, era sempre a primeira a levantar de manhã, fazia o café para todos os fregueses do seu amante. Nunca tinha o direito de sair de casa pra nada, pois o seu tempo não lhe permitia, trabalhava de sol a sol e quando terminava o seu serviço já era muito tarde da noite e não tinha mais

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