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O Feminino em Machado de Assis

Por:   •  25/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  779 Palavras (4 Páginas)  •  396 Visualizações

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O feminino em Machado de Assis

As obras literárias escritas por Machado de Assis frequentemente apresentam ao leitor personagens femininas que se constituem enquanto ícones temáticos nas narrativas que possibilitam importantes reflexões acerca das posições sociais conferidas às mulheres.

O autor caminhou tanto pelo Romantismo, quanto pelo Realismo literário, e apesar de ser expressamente mais representativo no segundo período, também nos presenteou com obras românticas que possuem riquezas estética e temáticas.

É importante compreendermos que a transição entre os movimentos Romântico e Realista ocorreu no século XIX, acompanhando um contexto social que englobava valores relacionados à família e ao casamento, esferas sociais fortemente caracterizadas por determinadas ideologias comportamentais que norteavam o comportamento da mulher naquela época.

Enquanto arte capaz de retratar acontecimentos sociais e históricos, a literatura reflete, por meio das personagens, costumes, comportamentos e atitudes. A partir daí, podemos observar figuras femininas construídas por Machado de Assis que retratam desde a relação patriarcal, na qual a mulher depositava sua perspectiva de vida e felicidade no matrimônio, sendo submissa a esse modelo social, uma vez que por não possuir melhores expectativas com relação ao futuro estava condicionada a se portar de forma gentil e obediente, cumprindo sua função de boa esposa, até outras que têm como traço marcante certa ousadia e espírito livre que, mesmo sutilmente, rompem com o esperado.

Como exemplo de personagem feminina representante da mulher subordinada ao patriarcalismo, temos a protagonista de Helena, romance publicado na primeira fase do autor, na qual sua narrativa ainda segue linearidade. O narrador observador descreve ao leitor a tragédia vivida pela personagem central, mostrando como essa mulher convivia com uma sociedade construída e mantida em moldes patriarcais e paternais, sendo, portanto, altamente machista.

Na obra em questão, Helena aceita de modo silencioso as condições que lhe são impostas sem levantar questionamentos, enfrentando uma sociedade preconceituosa e conhecendo sua posição economicamente inferior, além de não demonstrar interesses em ascender socialmente.

Sendo membro de uma família na qual estava constantemente sujeita às regras e proibições impostas, sobretudo, pelo irmão, a moça possui as características típicas da mulher romântica do século XIX, permanecendo sem reações até morrer em silêncio. A morte, nesse cenário, representa de modo bastante dramático a condição submissa da personagem, que prefere a morte a agir de maneira diferente do habitual.

Em contrapartida, temos em Memórias Póstumas de Brás Cubas, obra que marca o início do período Realista na literatura brasileira, os perfis de Eugênia e Virgília.

Nesta obra, Machado de Assis problematiza de modo irônico o comportamento de diversas personagens, bem como suas visões de mundo, desejos ambições, vícios e falhas. Quem narra a trama é Brás Cubas, defunto autor que protagoniza a história e inicia a narrativa detalhando ao leitor detalhes de seu funeral para, posteriormente, relatar acontecimentos de sua vida.

Aqui, cabe observarmos os aspectos das personagens Virgília e Eugênia que, diferentemente das mulheres machadianas românticas, conformadas, sentimentais e à margem da figura masculina, agem de acordo comuns suas vontades e interesses. Vemos, nesse cenário, a representação da mulher de aparências da sociedade burguesa da época.

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