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O Maluco Beleza

Por:   •  8/6/2021  •  Resenha  •  505 Palavras (3 Páginas)  •  148 Visualizações

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Em sua canção "Maluco Beleza", o cantor brasileiro Raul Seixas evidencia, de maneira especial, a constante luta para viver em sociedade quando se é necessário "controlar a maluquez misturada com a lucidez". Embora pertencente ao cenário musical, preocupa analisar que essa composição possui estreita relação com o que acontece no Brasil, onde o estigma relacionado às pessoas com doenças mentais ainda é uma realidade vigente - uma conjuntura que prejudica, todos os dias, aqueles que são privados da sanidade psicológica, interferindo diretamente na forma com que esses encaram suas vidas diárias. Desse modo, é de extrema necessidade que esse tipo de preconceito seja fervorosamente combatido, por razões que tangem tanto a esfera da socialização quanto dos direitos dos indivíduos.

Em primeiro lugar, é válido mencionar que a exclusão social está diretamente associada ao aumento da taxa de mortalidade entre pessoas que possuem distúrbios mentais. Para compreender melhor essa ideia, é pertinente trazer o discurso do psicólogo estadunidense Daniel Goleman, o qual afirma que a falta de inclusão é o grande estopim para que as vítimas de disturbios psíquicos findem por cometer suicídio. Dessa forma, é preocupante notar que o preconceito enraizado na sociedade brasileira com as pessoas que sofrem dessse tipo de patologia acaba por se tornar, até mesmo, uma sentença de morte para aqueles que, a exemplo dos depressivos, necessitam de acolhimento. Um panorama que não obstante sua solidificação atual, escancara, diariamente, a necessidade de ser revertido.

Em segundo lugar, cabe expor que a os aspéctos supracitados não condizem com o que defende o arcabouço jurídico pátrio do Brasil. Isso porque o artigo 5° da Constituição Federal é claro em apresentar que todos os cidadãos são iguais e, portanto, devem gozar do mesmo direito de justiça. No entanto, desanima notar que a norma prescrita apresentada não dá sinais de plena execução e, para provar isso, basta analisar os resultados obtidos em pesquisas feitas pela revista "Le Monde Diplomatique", as quais atestaram que somente cerca de 60% dos casos de preconceito contra pessoas com doenças mentais são denunciados e, aqueles que são, carecem, quase que na totalidade, de medidas punitivas para o praticante desse delito. Vê-se, então, o perigo da letra constitucional findar em desuso, no limiar de confirmar o que indagava Dante Alighieri: as leis existem, mas quem as aplica?

Diante do exposto, faz-se necessários que medidas sejam tomadas para mitigar essa problemática. Para tanto, o Governo Federal, por ser o órgão encarregado de proporcionar o bem-estar da população, deve elaborar um plano nacional de apoio às pessoas com doenças mentais. Isso pode acontecer por meio de parcerias com o Ministério da Saúde - encarregado da gestão da política da saúde nacional -, o qual elaboraria as diretrizes adequadas para o manejo e tratamento desses enfermos e as cartilhas públicas conscientizando a população acerca da inclusão necessária que deve acontecer com pessoas que sofrem desse tipo de doença. Feito isso, o Brasil terá traçado o caminho necessário para reduzir a estigmatização dissertada e estará avançando no sentido de abolir mais um dos preconceitos de sua história.

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