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O Manoel de Barros

Por:   •  4/11/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  392 Palavras (2 Páginas)  •  168 Visualizações

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Você assistiu ao documentário "Só dez por cento é mentira" (2008), sobre a obra de Manoel de Barros. Relacione algum(ns) trecho(s) do filme com os versos de Manoel, do Livro sobre Nada, transcritos abaixo:

Sou um sujeito cheio de recantos. Os desvãos me constam.

Tem hora leio avencas. Tem hora, Proust.

Ouço aves e beethovens.

Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin. O dia vai morrer aberto em mim.

Resposta:

Manoel de Barros transmite em suas obras uma visão de mundo que envolve toda sua subjetividade, e vai mais além, ele destaca a simplicidade, aquilo que é inútil, desprezado. Observamos também a reinvenção de palavras, como se as originais escondessem um significado implícito.

Sendo assim, ao relacionarmos os versos de “Livro sobre Nada” com trechos do documentário “Só dez por cento é mentira” (2008), percebemos essa linguagem reinventada e ao mesmo tempo simplória, proporcionando a possibilidade de “divagar inutilezas”, reconstruindo o olhar e incentivando vários pontos de vista.

Nos versos citados é evidente os gostos particulares do poeta, a forma como ele vê o mundo em sua volta e como retrata o Pantanal. Ele expõe novos comportamentos sobre àquilo que pareceria comum aos olhos humanos, ou seja, as insignificâncias. O poeta se caracteriza como um sujeito “cheio de recantos”, que ao mesmo tempo em que lê a folha de uma avenca, também lê Proust, ou ao mesmo tempo em que ouve pássaros também ouve Beethoven, assim, ele valida sua intencionalidade nos versos:

“o olho vê

a lembrança revê

e a imaginação transvê

é preciso rever o mundo”

Ele demonstra sua genialidade em abrir sua visão para todas as possibilidades e para transformar situações comuns em algo maravilhoso. Nesse próximo trecho do documentário, observamos o quanto a obra de Manoel de Barros enaltece as “coisas perdidas”, como ele mesmo diz: “As palavras realizam o sonho do poeta...”.

“Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro

Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas)”

[...]

Em todos os trechos citados, inclusive nos versos de “Livro sobre Nada”, é possível observar o quanto Manoel de Barros humaniza tudo que o rodeia, valoriza a simplicidade e a afetividade através de seu “idioleto manoelês”, amplia a visão do mundo e leva perspectivas diferentes do real, proporcionando uma identidade própria em suas obras. O universo do poeta não se baseia em mentiras, mas em uma ampliação de seus versos, aguçando a imaginação e trazendo para dentro da realidade.

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