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O Simbolo Na Literatura: Um Estudo Do Conteudo Arquetipico De Textos Literarios

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Por:   •  21/12/2013  •  5.364 Palavras (22 Páginas)  •  603 Visualizações

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O SÍMBOLO NA LITERATURA:

UM ESTUDO SOBRE O CONTEÚDO ARQUETÍPICO DE TEXTOS LITERÁRIOS

Regina Clare Monteiro

Doutora em Educação – UNICAMP

Assessora de Planejamento Acadêmico da Anhanguera Educacional

regina.monteiro@unianhanguera.edu.br

Resumo

O Ser Humano é um inesgotável mundo de emoções, sentimentos, descobertas, incertezas, medos.... A literatura nos leva a esse mundo interior, porque fala das pessoas e das relações destas com a sociedade, com a natureza, com a tecnologia, com o mundo. Mas também nos fala da relação do homem consigo mesmo, no seu diálogo interior, não apenas questões do tipo quem sou e o que estou fazendo neste mundo, mas por que sou assim? O que me torna único e o que me torna igual a outros e como posso experienciar a vida, da melhor maneira possível? Este artigo retoma a compreensão da dinâmica dos Arquétipos de Jung, trazendo para a Literatura a condução do aprendizado escolar, conceituando que a mudança interna não precisa ser acidental e ao acaso; pode ser um crescimento no qual o ser se movimenta para níveis mais elevados de integração e maturidade.

Palavras-Chave: Educação; Literatura e Mito; Literatura e Ensino

Abstract

The Human being is an inexhaustible world of emotions, feelings, discoveries, uncertainties, fears.... Literature takes us to this interior world, because it speaks of the people and their relations to society, with nature, with technology, with the world. It also speaks of the relations of man with himself, of his inner dialogues and not only the questions: who am I and what am I making here, but why am I thus? What makes me unique and what makes me equal to others? How can I experience life in the best possible way? This article retakes the understanding of the dynamics of the Archetypes of Jung, bringing to Literature the conduction of schoollearning as it suggests that the internal changes do not need to be accidental and that perhaps it may be a growth in which the being is placed into motion for higher levels of integration and maturity.

Key words: Education; Literature and Myth; Literature and Education

INTRODUÇÃO

A palavra Mito, do grego ‘Mythos’, refere-se à palavra expressa, a um relato ou narrativa (em latim ‘mythus’), guardando a íntima relação com a literatura. As necessidades de se comunicar, de perpetuar a espécie através da transmissão das experiências vividas, a busca constante de explicações para os fenômenos do mundo ao seu entorno, fizeram com que o homem desenvolvesse a linguagem, elaborando sons que expressassem o medo do desconhecido, a esperança de um socorro, “o anseio por uma terra mais acolhedora, a lembrança de dias diferentes, de lugares distantes, o maravilhamento diante da natureza, os misteriosos sonhos...” (MACHADO, 2001, p.130).

A íntima ligação da palavra, da linguagem, com o ser do mundo e do homem, sob qualquer forma que se apresente, surge, portanto, como uma característica constante da consciência humana dos valores. Segundo Gusdorf (1970, p. 14), saber o nome é ter apreendido a essência da coisa e, assim, poder atuar sobre ela: “A primeira palavra deve ter sido Palavra de Deus, criadora da ordem humana. Palavra de graça, chamamento do ser, chamamento ao ser, a primeira palavra, portanto, é essência que inclui a existência, que provoca a existência.”

Fascinado pelos mistérios e poderes que não conseguia compreender, o homem desenvolve o pensamento mítico e procura na dimensão do imaginário, da fantasia, do sonho explicar a própria condição humana, numa permanente ânsia de saber e de domínio sobre a vida que o caracteriza.

Os mitos retratam as diferentes situações da vida, as relações entre as pessoas, entre o indivíduo e a sociedade e a sociedade e a natureza. Analisando um mito, é possível entender a realidade social de um povo (sua economia, sistema político, costumes e crenças), toda a experiência adquirida pelos homens em sua caminhada histórica está contida nos mitos em narrativas metafóricas.

O mito também nos fala de acontecimentos por meio dos quais o ser humano torna presente a origem mais fundamental dos fatos do mundo e da vida: a criação do mundo, a origem dos deuses (por exemplo, o nascimento de Afrodite da espuma do mar), a origem da civilização (o roubo do fogo por Prometeu) a posse e o domínio da natureza selvagem (a vida de Hércules). Em todos os casos, o mito responde à questão sobre a origem do mundo natural e cultural e remete a uma época primordial que antecede a qualquer época histórica, a um prólogo determinante da história conhecida.

Esta íntima referência da mitologia aos estágios da vida reflete-se nas cerimônias de iniciação, ritos de passagem: da infância para as responsabilidades do adulto, da condição de solteiro para a de casado, entre outros. Todos esses rituais são ritos mitológicos, referindo-se, em última instância, ao processo de se atirar fora o que é velho para se voltar ao novo, assumindo uma função responsável para com a comunidade e para consigo mesmo.

Considerados sagrados, os mitos eram conhecidos pelos velhos que decidiam como transmitir à nova geração o saber dos ancestrais, faziam parte da vida de todos e de cada indivíduo: privados de seus mitos a tribo deixaria de existir.

Porém, com o tempo, ocorre o processo de transfiguração do mito em conto, quando o tema e a própria ação de narrar desprendem-se do ritual. O mito então sofre uma ‘profanação’, deixa de ser sagrado, espiritual e passa a ser artístico. Sua utilização puramente estética, como nova função, desvincula-se do regime que a gerou, em uma separação que pode ter ocorrido naturalmente, como necessidade histórica, ou pode ter sido, de maneira artificial, acelerada pelo sincretismo entre os povos.

Através dos tempos, os mitos, os contos foram se constituindo em heranças remotas da civilização, que se perpetuam até os dias atuais graças à ação de ouvir e contar histórias. A narração é uma arte que se conserva viva, na medida em que viabiliza pela palavra -- em sua condição mais simples, que é a oralidade --, a memória do mundo.

Gusdorf (1970, p.9-12) nos diz que a linguagem é a condição necessária e suficiente para o acesso à pátria humana:

“...a

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