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TRABALHO EXTERNO E NACIONAL SOBRE LITERATURA BRASILEIRA

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Por:   •  19/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.472 Palavras (10 Páginas)  •  514 Visualizações

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HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA

Sílvio Romero

FATORES DA LITERATURA BRASILEIRA

CAPÍTULO I

TRABALHOS ESTRANGEIROS E NACIONAIS SOBRE A LITERATURA BRASILEIRA –

DIVISÃO DESTA – ESPÍRITO GERAL DESTE LIVRO

As pátrias letras, entre outras muitas lacunas, mostram bem claramente a grande falha causada

pela ausência de trabalhos históricos. Se não existe uma história universal escrita por brasileiro, se a nossa

própria história política, social e econômica tem sido apenas esboçada e foi mister que estrangeiros no-la

ensinassem a escrever, no terreno da literatura propriamente dita a pobreza nacional ostenta-se ainda

maior.

O livro de Ferdinand Wolf, Le Brésil Littéraire (1863), tem sido, e continua a ser com razão, o

oráculo de todos na matéria; porque é único em seu gênero. O escritor austríaco foi o primeiro a fazer um

quadro mais ou menos inteiro de nossa literatura, quadro pálido e incorreto, é certo, mas que se impõe,

por estar no singular. E já lá vão bastantes anos que o livro foi publicado, e até bem pouco era o

compêndio oficial de nossos cursos!

Antes de Ferdinand Wolf ainda a estrangeiros coube a tarefa de traçar as primeiras notícias de

nossas letras.

Bouterwek, na História da Literatura Portuguesa (1804), Sismondi, nas Literaturas do meio-dia

da Europa (1819), e Ferdinand Denis, no Resumo da História da Literatura de Portugal (1825), foram os

primeiros que falaram de nossos poetas e escritores.1

Não é para surpreender, porque todos sabemos que foram eles os organizadores da história da

literatura portuguesa, da qual a nossa era considerada um apêndice. Depois é que Almeida Garrett

escreveu o seu Bosquejo da História da Poesia e da Língua Portuguesa (1826).2

A indigência brasileira não é, pois, mais do que um prolongamento do velho pauperismo

lusitano.

Os escritores portugueses deste século, Costa e Silva, Lopes de Mendonça, Inocêncio da Silva,

Latino Coelho, Luciano Cordeiro, Teófilo Braga, Camilo Castelo Branco e outros, nos seus trabalhos

sobre a literatura de sua pátria, são portadores de algumas notícias de nossa vida intelectual, tudo ainda

como um acessório do pensamento da antiga metrópole.

A autores nacionais só devemos alguns pequenos ensaios, parcas monografias, noções

destacadas de uma ou outra época de nossa literatura, ou análise por acaso de algum escritor predileto.

Os principais dentre eles vêm a ser: Januário da Cunha Barbosa – Parnaso Brasileiro (1831);

Abreu e Lima – Bosquejo histórico, político e literário do Brasil (1835); Domingos de Magalhães –

Discurso sobre a História da Literatura do Brasil (1836); Norberto e Silva – Bosquejo da História da

Literatura Brasileira, nas modulações poéticas (1841), e mais tarde alguns estudos na Minerva

Brasiliense (1843), na Revista Popular (1861) e na Brasília Biblioteca de Autores Nacionais (1863); Pereira

da Silva – Parnaso brasileiro (1843) e Plutarco brasileiro (1847), transformados depois em Varões

ilustres do Brasil nos tempos coloniais (1858); Varnhagen – Florilégio da poesia brasileira (1851 e 53);

Fernandes Pinheiro – Discurso sobre a poesia em geral e em particular no Brasil, na tradução de Jó por

Elói Ottoni (1852), e também no Curso Elementar de Literatura Nacional (1862), e no Resumo de

história literária (1872); Antônio Joaquim de Meio – Biografias de alguns poetas e homens ilustres da

Província de Pernambuco (1858); Sotero dos Reis – Curso de Literatura Portuguesa e Brasileira (1866);

Antônio Henriques Leal – Panteon maranhense (1873); Joaquim Manuel de Macedo – Ano biográfico

brasileiro (1876); José Antônio de Freitas – Lirismo Brasileiro (1877); J. S. – Manual de literatura ou

estudos sobre a literatura dos principais povos da América e Europa (1878); Leri dos Santos – Panteon

Fluminense (1880); Sacramento Blake – Dicionário bibliográfico brasileiro (1883); Ignotus – Sessenta

anos de jornalismo (1883); Melo Morais Filho – Curso de Literatura Nacional (1881) e Parnaso

brasileiro (1885); F. A. Pereira da Costa – Dicionário biográfico de pernambucanos célebres (1882). –

Contêm também notícias literárias – a Revista do Instituto Histórico, os Anais da Biblioteca Nacional, os

Arquivos do Museu Nacional e as Efemérides Nacionais, do Dr. Teixeira de Melo (1881). Juntem-se a

1 Domingos de Magalhães – Opúsculos Históricos e Literários, pág. 245

2 Teóf. Braga. – Manual da História da Literatura Portuguesa, pág. 453. – Antes de Garreti, Barbosa

Machado, na Biblioteca Lusitana, trouxe algumas notícias de autores brasileiros.

2

tudo isto escritos diversos de José de Alencar, Quintino Bocaiúva, Machado de Assis, Franklin Távora,

Araripe Júnior, Macedo Soares, Eunápio Deiró, José Veríssimo, Clóvis Beviláqua, Artur Orlando,

Oliveira Lima, Lívio

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