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Reflexões Sobre Alfabetização

Por:   •  3/12/2016  •  Seminário  •  999 Palavras (4 Páginas)  •  234 Visualizações

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REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO

EMÍLIA FERREIRO


Emília Ferreiro nasceu na Argentina em 1936 é psicolinguística, pedagoga e pesquisadora, doutorou-se na universidade de Genebra sob a orientação de Piaget.[pic 1]

Na sua trajetória profissional publicou vários livros, realizou pesquisa sobre alfabetização e dedicou-se a educação. Suas principais pesquisas sobre alfabetização foram realizadas na Argentina e México.

INTRODUÇÃO:

  • O livro é composto por quatro trabalhos, todos desenvolvidos com uma preocupação em comum: contribuir para uma reflexão sobre a intervenção educativa alfabetizadora, baseada no estudo da psicogênese da escrita na criança.
  • Aborda o tema “alfabetização”, em que a autora nos oferece ideias sobre como repensar a prática escolar nos anos iniciais.
  • Ela descreve a criança criando hipóteses a respeito do código, representadas nos níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. Essa criança se coloca problemas, constrói sistemas interpretativos, pensa, raciocina e inventa, tentando compreender a escrita de acordo como ela existe na sociedade.

ALFABETIZAÇÃO:

  • O sistema de escrita alfabética código, não pode ser ensinado através da memorização. O sistema alfabético é notacional.

  • É necessário que o alfabetizando perceba a pauta sonora e construa seu conhecimento do sistema começando pelas hipóteses da escrita.
  • Toda investigação sobre as questões de alfabetização terminam em volta de uma só pergunta: como se deve ensinar a ler e escrever?
  • Acreditava-se que o processo se dava em sala de aula, onde o professor tinha o método correto e ensino o que o garantia o controle do aprendizado de cada criança.
  • Com o crescimento do número de crianças com acesso à educação, essa prática começou a fracassar, começaram a apontar  evidências para identificação dos culpados.
  • Para isso as pesquisas de Emília Ferreiro contribuíram, para a busca de novos caminhos, deslocando a investigação sobre a alfabetização de “como se ensina” para “como se aprende”.
  • Com essa revolução de conceitos a estrutura escolar precisou mudar
  • A escrita pode ser concebida de duas formas como sistema de representação de linguagem e como código de transcrição gráfica das unidades sonoras
  • Qualquer sistema de representação possui um processo diferenciação e relação entre o objeto que será apresentado e a representação ao qual será comparado.

PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA:

  • A psicogênese é a origem do desenvolvimento dos processos mentais e personalidades. (definição do dicionário)
  • A psicogênese da língua escrita, identifica como a criança se utiliza de das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue o mesmo percurso até chegar ao sistema alfabético (num processo gradativo)

A REPRESENTAÇÃO DA LINGUAGEM E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO:

  • A alfabetização inicial é como solução real para o problema da alfabetização remediativa, considerada em função da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade” da criança.
  • Devemos na alfabetização levar em conta a natureza do objeto de conhecimento: temos, por um lado, o sistema de representação alfabética da linguagem, com suas características específicas; por outro lado, as concepções que tanto os que aprendem (as crianças), como os que ensinam (os professores) têm sobre este objeto.

CAPÍTULO 1 – A ESCRITA COMO SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO:

  • A escrita pode ser concebida de duas formas como sistema de representação de linguagem e como código de transcrição gráfica das unidades sonoras
  • Qualquer sistema de representação possui um processo diferenciação e relação entre o objeto que será apresentado e a representação ao qual será comparado.
  • X não é igual à realidade R que representa. Se assim for, não seria uma representação mas uma outra instância de R.

Representação (X)                                            Realidade (R)

[pic 2][pic 3][pic 4]


  • A representação do sol nesta pintura refere-se a realidade do sol em toda sua grandeza. Porém, se analisarmos a representação veremos que ela foge dos aspectos da realidade que representada .
  • “Portanto, se um sistema X é uma representação adequada de certa realidade R, reúne duas condições aparentemente contraditórias:
  1. X possui algumas das propriedades e relações próprias de R;
  2. X exclui algumas das propriedades e relações próprias a R.”

Sol X

  1. Núcleo amarelado e alaranjado.
  2. Contorno avermelhado
  3. Forma esférica
  4. Cobras saindo das duas laterais

[pic 5]

Sol - R

  1. Núcleo amarelado e alaranjado.
  2. Contorno avermelhado
  3. Forma esférica

Mescla de tons de amarelo, vermelho, laranja, marrom

[pic 6]

        O vínculo entre X e R pode ser analógico ou totalmente arbitrário.

Analógico (Analogia):

           Relação, semelhança de uma coisa com outra.

  • Uma representação analógica X possuiria relação de semelhança, característica com R (realidade)

Usando o mapa como exemplo:

  • Os mapas são representações com sistemas analógicos, mas contém também elementos arbitrários.
  • No caso dos mapas modernos: a costa não é uma linha, mas a linha do mapa conserva as relações de proximidade entre dois pontos quaisquer, situados nessa costa...”

  • Usamos a linha para determinar o encontro do mar com o continente, na realidade  o encontro não se faz por uma linha, mas pode ser representado, desde que essa linha represente uma proximidade muito perto da realidade.

[pic 7]

Totalmente arbitrário:

  • Quando foge totalmente da realidade representada.
  • Quando as características de X (representação) não tem relação com R (realidade)
  • No mapa as cidades são representadas como formas circulares o que foge da forma real das cidades, que são de várias formas.
  • Representação  ≠ Realidade

[pic 8]

        A TRANSCRIÇÃO DO CÓDIGO:

  • A transcrição das letras do alfabeto em código telegráfico (código Morse), a transcrição dos dígitos em código binário computacional, a produção de códigos secretos para uso militar, etc., são todos exemplos de construção de códigos de transcrição alternativa baseados em uma representação já constituída.
  • Código : Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para servir-lhes de meios de comunicação.

        (Dicionário online de português - http://www.dicio.com.br/codigo/ )

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