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À NOITE ELAS NÃO ADORMECEM

Por:   •  19/3/2016  •  Resenha  •  814 Palavras (4 Páginas)  •  417 Visualizações

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NASCIMENTO, Gilmar dos Santos. À NOITE ELAS NÃO ADORMECEM; ETNOGRAFIA DO PRAZER. Porto Velho. Interletras. 2013.

Arlete Catarina de Lima Cardoso.[1]

O Artigo, À Noite Elas não Adormecem; Etnografia do Prazer, aborda o percurso da vida de mulheres que trabalham na noite com a venda do sexo. O texto é fruto de narrativas etnográficas coletadas durante um trabalho com acadêmicos do curso de Serviço Social. O professor Gilmar dos Santos Nascimento é Graduado em História e Mestre em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. Atualmente lecionando nas Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Fimca- Faculdades Metropolitana de Porto Velho. Publicado em 2013, com apenas um capítulo de 13 páginas buscou analisar e refletir o cotidiano das profissionais do sexo na cidade de Porto Velho, Capital de Rondônia. Nascimento aprofundou suas leituras para um melhor desempenho em seu artigo nas obras de Clifford Geertz (1978), Eckert e Rocha (2003), Carlos Nelson Ferreira dos Santos (1985), e Gilberto Dimenstein (1992).  Destacou também um trecho da musica de Zé Ramalho, Garoto de aluguel, que chama atenção na letra como se o Amor fosse uma mercadoria.

Ao iniciar sua pesquisa, professor e alunos se depararam com o receio das chamadas meninas da noite, porque muitas desconfiavam que fossem punidas ou até mesmo seriam alvos de uma organização religiosa.   Após o entendimento entre pesquisadores e pesquisadas, o foco estava em observar aquelas mulheres que desfilavam seus modelitos, olhares e corpos, na Avenida Carlos Gomes, em busca de clientes, pois o autor e seus alunos não estavam em busca de respostas, mas sim para ouvir as inúmeras histórias de cada uma e entender a realidade da vida daquelas garotas. Nascimento faz uma descrição e a função da cuja Avenida do amanhecer ao por do sol, o primeiro como um espaço de centros comerciais e de trabalhos, já o segundo um espaço de solidão, prazer e romantismo. Explica também que ao cair a noite aquele local se transforma, cedendo seu lugar a outro tipo de público e outros serviços, na qual, mulheres com fortes maquiagens, sapatos plataformas, saias e vestidos curtíssimos, com muito brilho e bijuteria ajudam a compor o cenário noturno. Em outra ocasião estão aqueles deixados no vale do esquecimento, os chamados moradores de ruas e também os dependentes químicos, onde cada grupo, meninas da noite, moradores de rua e viciados estão ali dividindo espaços, mas cada grupo separadamente.

O autor ressalta que as profissionais do sexo são mulheres jovens dos bairros periféricos da cidade de Porto Velho, ajuntando- se a outras que vem do interior e de outros estados. Mulheres de sentimentos e sonhos que buscam na noite meios para concretizar seus desejos materiais atendendo uma parcela de clientela da sociedade que procuram por seus serviços buscam na rua a sua sobrevivência.  Afirma que os espaços ocupados durante a noite não estão em funcionamentos, as calçadas das lojas e as esquinas são os locais escolhidos para evitarem problemas e neste espaço as meninas mesmo se auto-organizam, dividindo em três ou quatros mulheres onde ficam a espera dos possíveis clientes, não sendo permitido invadir o espaço delimitado uma das outras. São cautelosas, não informam seus endereços, os contatos são somente na rua, um fato relevante para preservar a família de clientes mais ousados e outras porque a profissão escolhida é desconhecida dos familiares. O autor salienta, que obstáculos para elas não existem, mesmo nos períodos chuvosos e frios ali estão. Outro aspecto ressaltado por Nascimento está no porquê de muitas mulheres buscarem esse tipo de trabalho, pois a fata de oportunidade, a busca por um bom partido e a miséria para muitas delas é a porta principal para entrar ao mundo da prostituição. Por fim o autor enfoca em como suas vidas não são fáceis, rodeadas de violência, preconceito, discriminação e sentem na pele o desprezo da sociedade onde são consideradas invisíveis.

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