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A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO AFETIVO

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Por:   •  3/10/2013  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  830 Visualizações

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1 A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO AFETIVO

No Dicionário Aurélio (2010), o verbete afetividade está definido como sendo um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. Ela exerce um papel fundamental nas relações afetivas básicas, além de influenciar decisivamente a percepção, a memória, o pensamento, a vontade e as ações, e ser, assim, um componente essencial da harmonia e do equilíbrio da personalidade humana.A afetividade refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e interno por meio de sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis. Ser afetado é reagir com atividades internas/externas que a situação desperta. Henri Wallon (1992) foi um autor que contribuiu efetivamente para a compreensão do papel da afetividade na vida psíquica e no processo de ensino-aprendizagem em sua teoria do desenvolvimento humano.

O que permite à inteligência essa transferência do plano motor para o plano especulativo não é evidentemente explicável no desenvolvimento do indivíduo (...) mas nele pode ser identificada [a transferência] (...) são as aptidões da espécie que estão em jogo, em especial as que fazem do homem um ser essencialmente social. (Wallon, 1995, p.131)

A teoria de Wallon (1992) aponta três momentos marcantes, sucessivos, na evolução da afetividade: emoção, sentimento e paixão. Os três resultam de fatores orgânicos e sociais, e correspondem a configurações diferentes e resultantes de sua integração: na emoção, há o predomínio da ativação fisiológica; no sentimento, da ativação representacional; na paixão, da ativação do autocontrole.

A emoção é a exteriorização da afetividade, é sua expressão corporal, motora. Tem um poder plástico, expressivo, contagioso; é o recurso de ligação entre o orgânico e o social: estabelece os primeiros laços com o mundo humano e, através deste, com o mundo físico e cultural. A emoção é uma forma de participação mútua, que funde as interações interindividuais. Ela estimula o desenvolvimento cognitivo e, assim, propicia mudanças que tendem a diminuí-la. Já o sentimento é a expressão representacional da afetividade. Não implica reações instantâneas e diretas como na emoção. Tende a reprimir, a impor controles que quebrem a potencia da emoção. Os sentimentos podem ser expressos pela mímica e pela linguagem. O adulto tem maiores recursos de expressões de sentimentos: observa, reflete antes de agir, sabe como e onde expressá-los. Já a paixão, revela o aparecimento do autocontrole como condição para dominar uma situação Para tanto, configura a situação (cognitivo), o comportamento, de forma a atender às necessidades afetivas.

As emoções, são a exteriorização da afetividade(....) Nelas que assentam os exercícios gregários, que são uma forma primitiva de comunhão e de comunidade. As relações que elas tornam possíveis afinam os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados. (Wallon, 1995, p. 143)

Wallon (1992) vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva. Cada fase tem um colorido próprio, uma unidade solidária que é dada pelo predomínio de um tipo de atividade. As atividades predominantes correspondem aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente.

Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, o conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo às suas relações com o meio, preponderância do aspecto cognitivo. Como se pode notar cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse da criança: do eu para o mundo, das pessoas para as coisas, o que se trata do princípio da alternância funcional. Apesar de alternarem a dominância, a afetividade e cognição não se mantêm como funções exteriores uma à outra. A inteligência não se desenvolve sem a afetividade e vice-versa, pois ambos compõem uma unidade de contrários. A emoção e a inteligência são duas linhas do desenvolvimento que, percorrendo equilibradamente seu percurso, cruzam-se continuamente, superpondo-se uma à outra quando necessário.

Dessa forma, podemos notar que a afetividade se constitui um fator de grande importância no processo do desenvolvimento humano, e, por conseguinte na determinação da natureza das relações que se estabelecem entre pessoas. Para que essas relações sejam construtivas, a presença da afetividade é indispensável, pois ela irá nortear o processo de interação e de convivência entre elas.

O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras... A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de escolha pessoal... Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela sonha constituem a "forma" que amolda sua pessoa. Não se trata de uma marca aceita passivamente. (Wallon, 1975, pp. 164, 165, 167)

As emoções estão presentes quando se

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