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Caso Concreto

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Por:   •  15/3/2014  •  1.857 Palavras (8 Páginas)  •  250 Visualizações

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presente estudo teve como objetivo adaptar ao contexto paraibano a Escala de Percepção da Escola como Comunidade, procurando reunir evidências de sua validade fatorial e consistência interna e conhecer se as pontuações nos seus fatores diferem em função do sexo, série e tipo de escola dos participantes. Participaram 242 estudantes, a maioria de escolas particulares da cidade de João Pessoa (PB) (53,7%) e do sexo feminino (57,7%), com idade média de 14,3 (dp =1,88). Por meio de uma análise fatorial Alfa (rotação oblimin), foram identificados três fatores que explicaram conjuntamente 26,9% da variância total: colaboração, ajuda e proximidade (α =0,91; 19 itens), relações interpessoais positivas (α =0,76; oito itens) e influência do estudante (α =0,54; cinco itens). As pontuações dos participantes nestes fatores foram influenciadas pelo sexo e a série que cursavam. Estes resultados foram discutidos à luz do que tem sido escrito sobre os parâmetros desta escala e da relação dos seus fatores com tais variáveis demográficas, sugerindo estudos futuros que incluam mais participantes e de diversos contextos.

Palavras-chave: Escola; Percepção; Comunidade; Escala.

ABSTRACT

This study aimed at adapting to the Paraibano context the Sense of School as a Caring Community Scale, jointing evidences of its factorial validity and reliability, and to know if its scores are influenced by participants’ sex, scholar degree, and type of school. Participants were 242 students, most of them from private schools in João Pessoa city (PB) (53.7%), female (57.7%), and with a mean age of 14.3 years old (sd =1.88). An Alpha factor analysis (with oblimin rotation) revealed three factors, accounting for 26.9% of the total variance: collaboration, help, and closeness (α =.91; 19 items), positive interpersonal relationship (α =.76; eight items), and student influence (α =.54; five items). Participants’ scores in these factors were influenced by their sex and grading. Results were discussed based on literature about the psychometric parameters of this measure, and considering the relation of its factors with the relevant demographic variables. Moreover, it was suggested new studies that include more participants from different contexts.

Keywords: School; Perception; Community; Scale.

INTRODUÇÃO

A educação compreende uma temática que em diversos países, incluindo o Brasil, tem atraído a atenção de pesquisadores, políticos, empresários, educadores e pessoas da comunidade em geral. Isso tem sido assim, segundo Pinto et al. (2006), por ser este um elemento propulsor do desenvolvimento de uma nação. Por sinal, cabe lembrar que os índices educacionais expressos por um país, a exemplo da taxa de alfabetização de seus habitantes e da taxa bruta de matrícula nos níveis fundamental, médio e superior de ensino, influenciam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que, no caso, é um pressuposto usado para aferir o avanço de uma população (ONU, 2007).

Em avaliação realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006, constatou-se que o Brasil melhorou seu IDH, mas menos do que o fizeram outros países. Efetivamente, apesar de ter obtido pontuação mais alta neste índice, quando comparado com uma lista de 177 países e territórios o que se observa é que sua posição no ranking mundial caiu de 68º para 69º. Neste país, foram particularmente mínimos os aumentos no âmbito educacional. Por exemplo, a taxa de alfabetização aumentou de 88,4% para 88,6% (ONU, 2007). Portanto, parece evidente que existem problemas sérios na educação brasileira, como o analfabetismo, a evasão escolar, o baixo desempenho acadêmico, a indisciplina e, sobretudo, a violência.

Os meios de comunicação mostram diariamente situações de violência nas escolas, as quais vêm tomando proporções cada vez maiores no cenário mundial. Sua manifestação é evidenciada por meio de comportamentos socialmente indesejáveis, como roubo, crime, vandalismo e humilhação (ABRAMOVAY; RUA, 2004; LOPES NETO, 2005), apresentados, principalmente, por adolescentes e jovens com idades entre 10 a 21 anos (FARRINGTON, 2002). O quadro de violência, além de trazer prejuízos psicológicos e físicos para suas vítimas, provoca problemas de natureza acadêmica. Este panorama de crise tem incentivado a realização de um número considerável de pesquisas no contexto escolar a fim de conhecer o problema na sua amplitude e propor estratégias de intervenção (SALDANHA; NORONHA, 2007).

Nos últimos anos, no Brasil, dentre as mais diversas temáticas abordadas nas pesquisas educacionais tem recebido atenção a integração da comunidade à escola ou, mais especificamente, o envolvimento dos pais ou responsáveis dos alunos com os profissionais que trabalham no ambiente escolar (CARVALHO, 2004; MONDIN, 2005). Estes estudos enfatizam a importância da integração da família à escola e o reflexo desta relação no desenvolvimento educacional do jovem. Nesta perspectiva, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e de organizações não governamentais, tem promovido vários programas, como, por exemplo, a Escola Aberta, a Comunidade Presente e os Amigos da Escola. Todos estes programas têm como objetivo contribuir para a melhoraria da educação, a inclusão social e a construção da cultura de paz por meio da integração plena entre escola e comunidade, além de sensibilizar e instrumentalizar assistentes pedagógicos, diretores, professores, funcionários, pais e alunos para que as escolas sejam espaços de participação e organização da comunidade (BRASIL, 2006).

Na Argentina, o Governo Federal criou o Programa Nacional de Convivência Escolar, procurando oferecer recursos para as instituições de ensino que permitam desenvolver uma formação voltada para os valores democráticos. No caso, estimula-se a participação dos alunos nas decisões escolares e é focalizada a concretização de normas escolares, procurando que estas sejam respeitadas, dando destaque para as relações interpessoais e a criação do vínculo entre a escola e a família (ARGENTINA, 2009). Litchever et al. (2008), pesquisando a aplicação deste programa em escolas médias de Plata e Neuquén, ressaltam que há necessidade de se regularem melhor as estratégias do referido projeto, considerando a realidade social de cada escola.

Quezada et al. (2007) relatam que, no Chile, a convivência escolar

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