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Ensaio Sobre Desenvolvimento Humano Na Pós-Modernidade

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Por:   •  26/3/2014  •  3.471 Palavras (14 Páginas)  •  481 Visualizações

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Anhanguera Educacional

Psicologia 2º Bimestre

3º Etapa ATPS:

Ensaio Sobre Desenvolvimento Humano na Pós-Modernidade

Campinas

2012

3º Etapa ATPS:

Ensaio Sobre Desenvolvimento Humano na Pós-Modernidade

José Antônio Damásio Abib

O que venha a ser uma política e ética da alteridade depende em grande parte do esclarecimento de três críticas, uma que foi dirigida ao fundacionismo ético, outra ao Estado moderno e a terceira ao desenvolvimento humano na modernidade.

O fundacionismo ético tem uma longa tradição, Na primeira parte desse ensaio revisitamos brevemente algumas versões canônicas dessa tradição. Iniciamos pelo racionalismo ético de Platão e Aristóteles e concluímos com o racionalismo ético de Kant e o empirismo ético de Stuart Mill.

Na segunda parte desse ensaio revisitamos brevemente as relações entre o Estado e o desenvolvimento humano, e ressaltamos o fato bastante conhecido de que o individualismo possessivo de classe tem se constituído em uma das principais dificuldades na trajetória do Estado com vistas à realização dos direitos humanos.

enfim, a crítica pós-moderna às filosofias da história que fundamentam o desenvolvimento humano na modernidade.

RACIONALISMO ÉTICO DE PLATÃO E ARISTÓTELES

O essencialismo é uma pergunta sobre a natureza das coisas. De acordo com ele, todos os seres e todas as coisas têm uma substância. A substância que define o homem, por exemplo, é a razão (logos). Afirmar que o homem é um ser sem razão é uma contradição de palavras (contradictio in adjecto), o sujeito (homem) introduz uma noção que é destruída pelo predicado (sem razão). Não há contradição, porém, quando se trata deacidentes, de essências não necessárias - dizer, por exemplo, homem religioso, mulher negra. Um homem preserva sua substância independentemente de qual seja a sua religião ou a sua cor.

Quem conhece as coisas e os seres é este ser racional: o homem. É ele que conhece os seres subjacentes às aparências, às essências não necessárias, às essências sem as quais as coisas não deixam de ser. Conhecer os seres subjacentes é conhecê-los de uma vez por todas. São eternos e imutáveis, ao passo que as aparências são mutáveis e perecíveis.

É a razão que conhece o sumo bem (agathón). É ela que identifica e define o bem supremo. Somente o sábio, à diferença do ignorante, discerne o simples viver da vida boa.

Não admira, pois, que Sócrates, condenado à morte pelo tribunal ateniense, tenha recusado a proposta de fuga que lhe foi feita por Crito, seu discípulo. Seguir a lei da cidade e ingerir o veneno que lhe foi prescrito era justo. Injusto seria não cumpri-la (na verdade, a decisão de Sócrates é mais complexa). Em última análise, a justiça, o bem, fundamenta-se na razão humana. É desse modo que tem início na filosofia clássica a fundamentação racional da ética.

Aristóteles (n.d./1999), embora tenha dado continuidade à fundamentação racional da ética, desenvolveu uma reflexão que vai bem além da justificação exclusivamente racional do sumo bem. O filósofo grego restringe o conhecimento como contemplação aos fenômenos regulados pela necessidade, aos fenômenos que são regidos pela natureza, que são e que não podem deixar de ser como são - por exemplo, os solstícios, o ciclo das estações, o movimento dos astros. Para ele, esse é o sentido stricto sensu de conhecimento ou teoria (theoria). Porém, lato sensu, conhecimento refere-se também ao saber que é elaborado com base na ação.

A ação prática, a ação, e a ação técnica, o fabricar, o produzir, dependem da deliberação humana. Ambas referem-se, pois, ao possível.

Termos como substância, essência necessária, real, eterno e imutável não encontram refúgio no discurso pós-moderno.

PÓS-MODERNIDADE

Termos como substância, essência necessária, real, eterno e imutável não encontram refúgio no discurso pós-moderno.

O essencialismo, essa invenção grega, não está morto. Na pós-modernidade é combatido pelo feminismo, que não vê as diferenças de gênero como variedades de essências necessárias, mas sim como contingências sociais historicamente constituídas.

A pós-modernidade é também fortemente marcada pela consciência radical do tema que inaugurou a modernidade, a tradição da ruptura (Paz, 1984). Segundo Paz, "a modernidade é um conceito exclusivamente ocidental e não aparece em nenhuma outra civilização.

A pós-modernidade radicaliza a verdade da mudança ao negar um sentido para a história. Essa radicalização verifica-se na crítica pós-moderna às filosofias da história que prevêem um destino comum para toda a humanidade, às grandes narrativas históricas, ou ainda, a certo gênero de historicismo que recorre ao que seriam leis da história para prever o progresso e a emancipação da humanidade.

DEONTOLOGISMO

Kant argumenta que há uma lei moral objetiva conhecida pela razão. Sendo objetiva e racional, ela exige respeito. O respeito à lei moral cria a necessidade ou a obrigação de a ação estar em conformidade com a lei. Em uma palavra, a lei moral cria o dever, que "é a necessidade de uma ação por respeito à lei".

A lei moral é intrínseca à ação moral. Kant afirma que a humanidade deve ser tratada como um fim em si mesma, e jamais como um meio.

As ações de atores morais são ações racionais dirigidas a seres racionais. Sendo assim, são internas ou intrínsecas ao seu próprio fim, que é o de respeitar os seres racionais, isto é, as pessoas.

Na Ética de Kant, a ação moral é racional porque os fins também são racionais.

A razão moral em Kant é razão substancial; apreende a racionalidade dos fins e confere à ação uma racionalidade que é sempre a dos fins. Por exemplo, o amor ao próximo não é exterior à ação de amar o próximo. Não é conseqüência da ação.

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