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Modelos Teoricos Da Linguagem

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Por:   •  9/12/2014  •  2.054 Palavras (9 Páginas)  •  549 Visualizações

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Modelos Teóricos da Linguagem

Perspectivas de Chomsky, Vygotsky e Bruner

Unidade Curricular: Psicologia da Comunicação e da Linguagem

Docente: Prof. Doutora Ana Cristina Silva

Discente: Maria Madalena Afonso

Nº 21572

3T1

9 de Novembro, 2014

Chomsky e o Inatismo Linguístico

Durante vários anos, a perspectiva Behaviorista, proposta por Skinner e os seus seguidores, dizia que, relativamente à aprendizagem, a criança possuía capacidades gerais de aprendizagem, não especificamente destinadas à linguagem, considerado um comportamento de cariz verbal, modelado e reforçado pelos falantes adultos, que lidam com a criança e a quem ela imita. No entanto, Chomsky levantou outra questão, que criticava as teorias behavioristas. Diz Chomsky “Não faz muito sentido especular sobre o processo de aquisição sem um melhor e mais profundo conhecimento do que é realmente adquirido.”

Chomsky segue uma teoria de aprendizagem, que coloca o ênfase na universalidade das realizações humanas, o que aponta para a genética e, portanto para determinantes biológicas da espécie, conhecida como Inatismo. Isto é, as crianças desenvolvem-se, não porque aprendem um conjunto de repostas, mas sim porque nascem com uma herança de organização mental que lhes permite detectar no seu meio, as regularizações que conduzem às regras do conhecimento.

Nesta teoria, a base de tudo assenta na perspectiva de que a criança, chega ao mundo com uma predisposição inata para adquirir a linguagem materializada em particular na capacidade para extrair as regras gramaticais da sua língua. A esta capacidade, Chomsky dá o nome de “Dispositivo de Aquisição de Linguagem” ou “DAL”, que é determinada por princípios e estruturas mentais linguísticas especificas da espécie humana, determinadas pela genética. O desenvolvimento da linguagem é concebido mais como uma questão de maturação do que aprendizagem.

Chomsky diz que, ao adquirir a linguagem, a criança (re)constrói, para si própria, a gramática da língua a que é exposta, iniciando assim o processo de maturação da língua. É igualmente importante referir, que todo este processo é realizado numa janela de tempo muito curta, nos primeiros anos de vida da criança e que é idêntico para todas as crianças.

As duas grandes questões da teoria Inatista são:

• Como é que a criança chega tão rapidamente ao conhecimento de um sistema complexo de princípios, condições e regras (conhecimento linguístico) quando o discurso que lhe é dirigido é tão limitado?

• Como é que, independentemente das particularidades da língua e das condições específicas do meio, a estrutura, ou percurso e a sequência da aquisição são idênticos em todas as crianças?

As respostas a estas duas questões podem ser sintetizadas em:

• Predisposição para aprender qualquer língua, isto é, a criança já nasce com essa predisposição e depois, influenciado pelo meio que o rodeia, aprende a língua;

• Exposição às produções linguísticas que o meio lhe oferece;

• Sequencialização de etapas, independentemente da língua a que são expostas (1ª Fase-Palreio; 2ª Fase- Lalação; 3ª Fase-Holofrásica; 4ª Fase- Discurso Telegráfico das estruturas simples e por ultimo das estruturas complexas)

• Formulação de hipóteses sobre as categorias e relações subjacentes à linguagem e teste das mesmas, através do seu uso, aplicando-as em novos contextos;

• Aquisição independente da Inteligência, Motivação ou Experiência, para aprender a língua.

Até este ponto, a teoria Inatista tem contrariado a teoria de que a aprendizagem da Língua, parte da imitação. Existe, assim, outra teoria Inatista, que afirma a existência de gramática universal, isto é, de princípios, condições e regras que constituem os elementos ou propriedades de qualquer língua e a busca de princípios operatórios que orientam o desenvolvimento da linguagem, qualquer que seja a língua, a que a criança é exposta. Podemos assim afirmar que um dos fortes argumentos a favor da hipótese Inatista é a universalidade e a sequencialidade do processo de aquisição.

Esta universalidade do processo de aquisição, inclui, tal como em todas as gramáticas de qualquer língua, uma série de princípios, sendo estes:

• A existência de frases sintagmas nominais e verbais, isto é a existência de relações sintácticas fundamentais como sujeito/verbo/objecto;

• A existência de regras transformacionais, isto é regras que transformam as cadeias sintagmáticas em cadeias diferentes;

• Concordância entre sintagma nominal e sintagma verbal relativamente ao género e ao número.

Para além da universalidade da gramática, existe outro ponto igualmente importante referir na teoria Inatista, e esse ponto é o papel do estímulo.

Como já foi referido anteriormente, a hipótese Inatista de Chomsky defende que as crianças nascem com um mecanismo biológico na sua mente que lhes possibilita aprenderem uma língua. Este mecanismo permite uma simplificação da tarefa da criança em aprender uma nova língua, quando influenciada pelo meio, ou seja, quando esta presente algum input exterior. Podemos assim entender, tendo em conta o anteriormente referido, que a aprendizagem da língua só acontece e só é activada quando estimulada por influências e acontecimentos exteriores á criança.

Existem também, no entanto, outros estímulos que também servem para a aprendizagem correcta da língua, feitos pelos pais e educadores, quase instintivamente, sendo eles a correcção de erros, os jogos de palavras como lengalengas e trava-linguas, rimas e a imitação de palavras.

Tal como acontece, na grande maioria das teorias, a teoria Inatista, também é alvo de críticas por parte de outros investigadores. A primeira critica a Chomsky, sendo a primeira feita por Chounuird e Clark (2003), diz que “ A questão da pobreza dos estímulos verbais dirigidos às crinaças não é sustentada pela investigação empírica relativa à reformulação dos pais em relação ao discurso infantil.”. A segunda critica ao Inatismo diz que, existe uma maior ligação

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