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O dever para Immanuel Kant e o dever na música “Comportamento Geral” de Gonzaguinha .

Por:   •  23/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.155 Palavras (5 Páginas)  •  256 Visualizações

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O dever para Immanuel Kant e o dever na música “Comportamento Geral” de Gonzaguinha.

      O dever e a moral sempre foram objetos de estudo de diversos filósofos, objetivando o entendimento da essência do homem e dos fatos que o rodeiam. De acordo com a época histórica dos acontecimentos, a situação acaba sendo adotada de formas especificas . Estabelecendo uma comparação com o dever descrito por Kant em “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” e o descrito por Gonzaguinha na música “Comportamento Geral” encontramos diferenças que formam assim, dois conceitos com características diretamente distintas referente ao dever moral de cada um.

      Para Kant o dever, antes de tudo, é algo universal, sendo assim, o que vale para um vale para todos independentemente de classe social ou religião, e é também moral, que se resume em ser algo que venha de bom grado regido por um interesse direto do indivíduo. O dever para Kant é também racional, onde cabe ao pensamento individual estar de acordo com a ação pretendida ou executada, é a ação humana interligada com o valor moral do ser, em contrapartida, a ação que então estivesse em desacordo com o dever, seria desprovida do valor moral e não seria realizada por dever.

Uma ação por dever não se apresenta, então, precisamente naquilo que se faz, mas antes sim, no por quê se faz. A correlação entre a ação e o dever, não está na finalidade e nem na consequência do ato, mas sim no querer, no se dispor. Realizar algo por dever, é fazer porque é genuinamente o correto, é o que o interior e a natureza individual da pessoa diz que é correto, e não porque tal ato determinado lhe garantirá benefícios, fazer algo por inclinação natural também não conta como uma ação por dever. Assim, uma ação pode ser realizada em concordância com o dever, mas não ser por dever acarretando uma obrigação e assim imoral.

Pode assim, ser citado como um exemplo de ação em concordância com o dever, fazendo referência direta às filosofias de Kant, especificamente por inclinação natural, quando, uma pessoa, abatida, com sua alma em apuros, já sem motivações ou expectativas para continuar a viver, ela, controlada pelo caráter do medo, se inibe em alcançar o resultado morte. Agora, um exemplo, contrapondo tudo que Kant nos diz de o que é o dever em sua perspectiva, podemos citar um exemplo de ação em discordância, qual seja, um comerciante de qualquer área, falsificar suas emoções em relação ao cliente, tratando-o com o máximo de decoro e simpatia que o comerciante pode oferecer, não apenas porque é o correto, mas porque em seu âmago, ele visa somente o lucro que sua boa educação pode trazer ao seu negócio, não se preocupando, tão somente, com o bem estar do cliente.

Em análise da música “Comportamento Geral”, um dos primeiros sucessos composto por Gonzaguinha, onde se consegue perceber uma opinião incisiva e ácida em relação ao dever, também contrária do que a opinião apresentada por Kant, se mostrando não universal, nos fazendo visar a relação de poderes, poderes os quais  desmembram-se duas partes, a ativa e poderosa, que manda e desmanda e se exume de todo e qualquer dever, descarregando tudo na parte passiva, aquela que recebe as ordens e realiza suas obrigações e deveres.

É evidente a relação da divisão de poderes nos trechos onde Gonzaguinha diz: “Você deve rezar pelo bem do patrão e esquecer que está desempregado”; “Você deve aprender a baixar a cabeça E dizer sempre: “Muito obrigado”“.

Um ponto importante que se deve ser analisado para se e fazer a comparação entre as opiniões diversas entre Kant e Gonzaguinha, é que o dever descrito por este, não é algo racional e moral, o pensamento e a ação do dever não estão de acordo, pois a pessoa, em seu intimo, sabe que não está tudo certo, mas por completa insegurança inercia finge estar, sente fome, mas diz estar saciado, sente-se com frio, mas diz estar aquecido e assim por diante. O dever da canção, visando à época de Gonzaguinha, é um dever imposto ao indivíduo passivo, devendo ele o seguir obrigatoriamente, o que é totalmente diferente do dever apresentado nas ideias de Kantniana, que é construída em coletivo, a pessoa o faz apenas porque é o correto, porque lhe vem de sua própria alma o instinto do dever a ser seguido e não porque precisa sobreviver dentro de um sistema onde se impera as relações de poder. Um exemplo claro desse ponto de vista está no trecho da música:

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