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Sai Daqui Porra

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Por:   •  24/3/2014  •  400 Palavras (2 Páginas)  •  326 Visualizações

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O liberalismo vintista não se afirmará por significativa expressão doutrinal (...). Mas, com os exílios, a partir da Vila-Francada (Maio de 1823), políticos, literatos, publicistas, alguns muito jovens ainda, virão a fazer o balanço do seu classicismo de formação e de uma regeneração liberal mais discutida do que efectivamente actuante (...). Quando os exilados regressam, em 1834, é possível perceber o sentido moderador, sem deixar de ser afirmativo, de um novo discurso instaurador de um liberalismo que se dobra de um romantismo de atitude. Um Romantismo político não conservador que a própria emigração lhes permitiu intuir (...). O sentido político da regeneração influenciado, pois, pela experiência europeia sugeria não só a consideração pela mudança de estruturas materiais de "antigo regime", mas também a sua articulação com as "faculdades espirituais" no sentido de resgatar a "força virtual de um povo" e o sentimento nacional de afirmação criativa. É essa nova mentalidade que acompanha, nas vésperas de 1834, o afã legislativo de Mouzinho da Silveira começando a concretizar-se, então, pela desmontagem de estruturas do antigo regime. Assistir-se-á, igualmente, a um investimento cultural aliado a uma pedagogia instrumentada pela difusão do livro, pelo teatro, pelo "jornal de conhecimento útil" que pretende ilustrar o cidadão. A revista O Panorama, editada a partir de 1837 e inspirada no Penny Magazine, de Londres, será paradigmática a este propósito, e é significativo o índice de leitura que consegue ao longo da primeira série, concluída em 1844.

(...) Na mesma linha de preocupações publicísticas e de ilustração do cidadão vemos Garrett, empenhado quer num reavivar de tradições como o Romanceiro quer no cumprimento do encargo da criação do teatro nacional decidido por Passos Manuel. A afirmação liberal e romântica, de pendor individualista e criativo, substitui assim – no plano da teorização estética – uma mimésis denotadora de estritos paradigmas [própria da estética clássica e neoclássica]. (...) Se, entre 34 e 50, poderemos falar de um romantismo liberal, veremos que tal simbiose já é discutível a partir da década de 50. A Geração de 50, que reflecte os acontecimentos revolucionários europeus de 18481, especialmente a França, embora respeite Herculano e a pedagogia fisiocrática de Castilho, bem como a literatura de sentido regenerador e todo o simbolismo do Catão garrettiano e a redenção da "nação cadáver" do Eurico, o Presbitero, de Herculano, vem pôr em causa o liberalismo marcado pela agiotagem e pela corrupção política e disso faz matéria de crítica.

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