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3.2. POEMAS DE ALBERTO CAEIRO E SUAS CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Artigos Científicos: 3.2. POEMAS DE ALBERTO CAEIRO E SUAS CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/5/2014  •  5.472 Palavras (22 Páginas)  •  2.187 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Fui inspirada a pesquisar a vida de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, pela sua magia. Caeiro desprezava qualquer ligação com o mundo material, vivia em total sintonia com a natureza e com o universo dos sentidos, essa magia muito me encantou. Caeiro não valorizava a flor, mas sim, a essência da flor.

Esta pesquisa tem como objetivo mostrar as características desse poeta modernista e algumas de suas obras. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com a intenção de apresentar obras literárias desse poeta.

Com o heterônimo Alberto Caeiro Fernando Pessoa mostrou que o objetivo era aprender a não pensar. A vida para esse heterônimo era o puro sentir, ensinou a silenciar a mente. A poesia de Caeiro era pagã. Sua poesia, questionava, conceitos, palavras, sentimentos, ideologias e religiões. A única experiência que valia era, a de silenciar. O que valia para Caeiro era o hoje, era o presente, era o agora. Era isto e não pensar em coisa alguma, predominando os verbos ver e ouvir e desprezando o verbo pensar.

Caeiro apresentava-se como autodidata, antifilosófico e antimetafísico. Se importava simplesmente em ver de forma objetiva e natural e concreta, a realidade. Sua maior obra foi, O Guardador de Rebanhos, a qual foi dedicada a memória de Cesário Verde.

Fernando Pessoa em vida, nunca conseguiu receber o reconhecimento que merecia. Sempre valorizou sua pátria e a língua portuguesa. Ele nunca se considerou um poeta profissional, para Pessoa “ser poeta e escritor era uma vocação”.

Diante da pesquisa realizada com Pessoa e o mestre dos heterônimos Alberto Caeiro, pude entender que ele criava heterônimos ao contrário de pseudônimos, que são nomes falsos, para que os heterônimos possuíssem personalidades e vidas próprias e através deles multiplicou suas idéias e sentimentos. São eles: Álvaro de Campos poeta das sensações e do homem moderno com ideias futurista, Ricardo Reis, o poeta clássico e o mestre dos heterônimos e Alberto Caeiro que pregou a simplicidade e a ligação com a natureza, entre outros, mas esses foram os que mais se destacaram.

Fernando Pessoa apresentou caso único de divisão de si mesmo. Escreveu o Guardador de Rebanhos , (que é um conjunto de poemas), fora esses poemas existem outros, soltos que muitas vezes fogem do estilo do Guardador. É o caso dos Poemas Inconjuntos e do Pastor Amoroso, que mostra um Caeiro menos tranquilo, insatisfeito e mais triste com a vida. Alberto Caeiro tinha algumas características próprias: a calma, identificação com a natureza, a linguagem simples, valorizar o não pensar e a aceitação da vida real, tal como ela é.

Foi na primeira fase do modernismo que Pessoa participou do movimento, considerado um dos maiores poetas da história de Portugal foi o que melhor soube apresentar a contradição do ser humano, representados em seus heterônimos.

Fernando Pessoa ou Fernando Antonio Nogueira Pessoa, não era somente o maior poeta da língua portuguesa do século XX, mas sim um homem tímido, com inúmeras obras, pois Fernando Pessoa era vários poetas num só.

Como surgiram os heterônimos na vida Fernando Pessoa?

Podemos dizer que mediante aos inúmeros episódios que fizeram parte do Modernismo, Fernando Pessoa descobriu uma maneira para multiplicar-se, criou diversos heterônimos, refletindo através deles toda a desordem do mundo após a primeira guerra mundial, suas consequências e a instabilidade em Portugal, pela mudança de regime político. Fernando dividiu-se e espalhou diferentes formas de representar o viver, o pensar e o sentir.

Com o heterônimo Alberto Caeiro ele mostrou que a intenção era aprender a não pensar. A vida para ele era o puro sentir, ensinou a calar a mente.

CAPÍTULO I

1.1 FERNANDO PESSOA “ELE MESMO”- O ORTÔNIMO

Fernando Antônio Nogueira participou da primeira geração do modernismo português e foi considerado, o maior poeta de Portugal.

Pessoa nasceu em 13 de Junho de 1888, na cidade de Lisboa, sua infância foi conturbada, perdeu o pai aos cinco anos de idade no qual ele era muito apegado, nesse mesmo ano nasceu seu irmão caçula, a família passou a viver com dificuldades, pois com a ausência do pai, o padrão de vida de sua família diminuiu, fazendo com que mudassem para a casa da avó, a qual sofria de uma doença mental.

Fernando Pessoa teve duas perdas significativas: o pai e a casa. Seu irmão morreu um ano depois e para compensar toda essa perda e amenizar seu sofrimento, Fernando Pessoa passou a se encontrar com seu amigo invisível: O Chevallier de Pas, ou o Cavalheiro do nada, “por quem escrevia a si mesmo” dizia o poeta. Pessoa criava amigos imaginários, desde sua infância.

Sua mãe encontrou um novo amor e casou-se, era um Cônsul de Portugal na cidade de Durban, uma colônia inglesa na África do Sul e foi para lá que a família se mudou.

Já adolescente Fernando Pessoa retorna de férias a Portugal regressando a Durban somente em 1902 já com 14 anos, foi quando escreveu seu primeiro poema português.

Em 1903 Fernando Pessoa ingressou na Universidade de Cabo, mas não a terminou. Foi nesse período que ele criou vários personagens literários, ou seja, vários personagens fictícios, os quais passaram a assinar as poesias que eles mesmo escreviam.

Com a morte de sua avó, recebeu uma pequena herança e aplicou-a numa tipografia, mas como não tinha experiência, fracassou. Então Fernando Pessoa foi trabalhar como correspondente em línguas estrangeiras, até o fim de sua vida em 30 de novembro de 1935, por conta de uma pancreatite aguda.

Ao contrário do que se pensa, ele não estreou na literatura com poesia, mas sim publicando artigos na revista Águia. Foi motivo de várias polêmicas, quanto a sua intelectualidade portuguesa.

1.2 O MODERNISMO PORTUGUÊS E FERNANDO PESSOA

O movimento artístico chamado modernismo, em Portugal, deu seus primeiros passos em 1910 e teve seu apogeu em 1915, foi uma época de mudanças na política, passando de regime monárquico para regime republicano. Foi lançada a revista Orpheu, que tinha a participação de vários escritores: Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Luis de Montalvor, Almada Negreiros e até o brasileiro Ronald de Carvalho, todos com a intenção de revolucionar a cultura portuguesa.

O modernismo brasileiro, foi um movimento que muito se aproximou com o movimento de Portugal, surgiu com uma poesia provocadora e irreverente, com a ideia de desestabilizar

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