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Doenças Do Café

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Por:   •  28/5/2014  •  5.434 Palavras (22 Páginas)  •  260 Visualizações

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DOENÇAS DO CAFÉ

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Disciplina: Fitopatologia II

Professor: Armínio Santos

RHIZOCTONIOSE -Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk (Rhizoctonia solani Kühn)

A rhizoctoniose, também conhecida como podridão de colo, tombamento e mal do colo, assume uma grande importância econômica em viveiros e sementeiras, reduzindo o número e o vigor das plantas. No campo, em local de plantio definitivo, pode afetar mudas até um ano após o plantio, atrasando o desenvolvimento normal das plantas.

Sintomas - O ataque, quando em pré-emergência, causa a morte da plântula antes desta atingir a superfície do solo. No canteiro, observam-se falhas, em reboleiras, evidenciando o desenvolvimento anormal da germinação. Em pós-emergência, os principais sintomas aparecem na região do caule próximo ao solo onde são formadas lesões com 1 a 3 cm de extensão, que circundam o caule, promovendo um estrangulamento e paralisação da circulação de seiva, ocasionando a murcha e posterior morte da muda. Em condições de alta umidade, pode-se observar um bolor cinzento sobre a lesão, formado pelo micélio do fungo. A partir do segundo par de folhas, o caule torna-se lenhoso, sendo menos suscetível à infecção.

O ataque pode ocorrer também em mudas no campo, principalmente em mudas nas quais as lesões haviam regredido no viveiro. Nessas mudas, durante a estação das chuvas, a lesão volta a se desenvolver, abrangendo uma extensão 5 a 10 cm, afetando a casca, formando uma cicatriz na parte superior, como um calo, o que leva a muda a quebrar-se faci1mente sob a ação do vento. Essas mudas podem apresentar sintomas reflexos na parte aérea, com seca dos ponteiros, ramos e folhas e, até mesmo, morte da planta até a idade de 2 a 3 anos.

Etiologia - A rhizoctoniose é causada pelo deuteromiceto Rizoctonia solani, que tem como estádio perfeito o basidiomiceto Thanatephorus cucumeris. É um habitante do solo, com grande capacidade saprofítica, podendo sobreviver durante longos períodos em restos de cultura ou de um ano para outro na forma de escleródios.

O aparecimento da doença é favorecido por solos infestados, pela reutilização de sementeiras, pelo excesso de umidade (chuvas contínuas, irrigação excessiva ou local mal drenado) e pelo excesso de sombra no viveiro, No campo, o ataque é severo durante a primavera e verão, devido à abundância de chuvas e às altas temperaturas.

Controle - Como medidas auxiliares de controle deve-se eliminar as condições favoráveis à doença, evitando excesso de umidade e sombra nas sementeiras. Quando aparecerem problemas de tombamento, deve-se imediatamente suspender a irrigação, isolar as reboleiras e, no caso de sementeiras, eliminar toda a área afetada. Deve-se iniciar as pulverizações nas reboleiras e, se necessário, em todos os canteiros, com fungicidas dicarboximidas repetindo-se as pulverizações após quinze dias. Os tratamentos normais, com fungicidas cúpricos e ditiocarbamatos, usados contra cercosporiose, também ajudam no controle desta doença. O controle é feito no viveiro através de certas práticas: desinfecção da areia do germinador (não reutilizá-la) e da terra do substrato; evitar excesso de umidade e sombra; facilitar a drenagem do germinador; suspender a irrigação ao aparecimento dos primeiros sintomas; eliminar a área afetada no caso de sementeiras; efetuar imersão de plântulas em solução fungicida antes do transplante.

Não há controle quando a doença se manifesta no campo.

NEMATÓIDES

O cafeeiro é atacado por várias espécies de nematóides. As mais freqüentes são Meloidogyne incognita, M. exigua, M. coffeicola e Pratylenchus.

A espécie mais importante no Brasil é M. incognita, que ocorre com maior gravidade em regiões de solos arenoso, em São Paulo, no Paraná e algumas áreas do Sul de Minas. Esse nematóide afeta drasticamente o sistema radicular do cafeeiro, causando necrose e rachaduras, com aspecto de cortiça, reduzindo a absorção de água e nutrientes pela planta. Causam acentuada redução e o enfraquecimento das plantas tornando-as antieconômicas; muitas plantas chegam a morrer. M. incognita tem muitas plantas hospedeiras, como algodão, batata, fumo, feijão, soja, girassol, sorgo, milho, beldroega, guanxuma, mentrasto, maria pretinha, falsa serralha e capim pé-de-galinha, o que dificulta o emprego de rotação de culturas.

M. exigua é uma espécie menos agressiva, que causa pequenas galhas nas raízes do cafeeiro, reduzindo a produção, sem contudo causar depauperamento acentuado da lavoura.

Os nematóides se disseminam principalmente pelo uso de mudas de café atacadas, pelas enxurradas que levam o solo infestado de uma área para outra e pelos implementos agrícolas que podem espalhar o solo contaminado com ovos e larvas.

Controle - O uso de mudas sadias obtidas com a desinfecção de substrato com brometo de metila. Quanto aos viveiros, além do expurgo do substrato, deve-se localizá-los longe de lavouras ou águas infestadas, protegendo-os contra as enxurradas, evitando-se o trânsito de pessoas vindas de áreas infestadas e usando-se sempre terras de áreas não contaminadas.

Em áreas infestadas por M. exigua, dependendo do grau de ataque, a convivência pode ser tolerada, a curto e médio prazo, através do uso de melhores adubações, principalmente com adubo orgânico, e de tratos na lavoura. Em áreas na qual o café foi arrancado, o solo deve ser revolvido para a sua maior exposição ao sol e mantido de seis meses a um ano sem plantio de café ou de culturas hospedeiras.

O uso de matéria orgânica em solos carentes, para promover condições favoráveis à multiplicação de inimigos naturais; utilizar práticas agrícolas que movimentem pouco o solo como o uso de herbicidas ao invés de capinas e evitar o trânsito na área em dias chuvosos.

O uso de nematicidas, embora custoso, para proteger plantios novos pode ser feito, usando-se granulados sistêmicos como o Aldicarb, Carbofuran, Terracur e Nemacur. Os conhecimentos específicos das propriedades desses nematicidas devem ser observadas.

Os nematicidas, no campo, devem ser aplicados no início da estação chuvosa, quando o sistema radicular entra

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