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Esporao Centeio

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Por:   •  28/9/2013  •  1.069 Palavras (5 Páginas)  •  2.447 Visualizações

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O centeio (Secale cereale L.) ocupa o oitavo lugar, em área, entre os cereais. No mundo, é cultivado especialmente no centro e no norte da Europa, em climas frios ou secos, em solos arenosos e poucos férteis. Rússia, Polônia, Alemanha, Belarus e Ucrânia, os países que mais cultivam centeio, juntos, respondem por 81% da área mundial. Nesses países, predominam cultivares de hábito invernal, e a cultura destina-se a alimentação humana e animal e a adubação verde. Na Alemanha, por exemplo, dois terços dos pães consumidos são produzidos com farinha de centeio. No Brasil, o centeio foi introduzido por imigrantes alemães e poloneses dois séculos atrás, e, até hoje, o cultivo é realizado em grande parte por descendentes de europeus. De acordo com, a área de centeio no Brasil diminuiu nas últimas cinco décadas, provavelmente em razão do subsídio estendido ao trigo, da extinção de moinhos coloniais de centeio, da reduzida pesquisa e da incidência de doenças.

Contudo, outros fatores também podem ter contribuído como o desenvolvimento de cultivares de trigo mais adaptadas que oferecem ao produtor maior rentabilidade econômica, a disponibilidade de sementes de trigo, de aveia e de cevada maior que a de centeio e, finalmente, o fator cultural, em que muitas vezes o jovem não absorve, na totalidade, a linguagem, os costumes e as tradições de seus países, sendo influenciado diariamente por numerosas outras origens e mesclas, diminuindo a possibilidade de manutenção de valores dos seus antepassados. Foram registrados, no Brasil, aproximadamente 2.600 hectares cultivados com centeio no ano de 2003, com produtividade média de grãos de 1.346 kg/ha. Apesar de possuir a segunda maior área de cultivo na América do Sul, o Brasil representa pouco na totalidade, sendo inferior à da Argentina, onde são semeados 57.000 ha, com rendimento médio de grãos de 1.403 kg/ha.

Claviceps purpurea

O esporão-do-centeio ou cravagem-do-centeio (Claviceps purpurea) é um fungo parasita que ataca o centeio, e do qual se extraem vários alcalóides e substâncias de uso medicinal. Esse fungo produz alcalóides derivados da ergolina e a droga oficial é aquela obtida a partir do centeio, é um fungo conhecido por ser alucinógeno, e usado para fabricar LSD. Quem ingerir o fungo pode desenvolver uma doença atualmente denominada de ergotismo, conhecida como envenenamento por Ergot. O envenenamento por esporão do centeio pode se manifestar de duas maneiras:

• Ergotismo Gangrenoso, resultante do comprometimento da circulação das extremidades;

• Ergotismo Convulsivo, comprometimento do Sistema Nervoso Central;

Os alcalóides do ergô podem ser obtidos por cultura de cepas selecionadas através de infestação artificial de cereais ou por fermentação industrial em meio sintético.

A etiologia correta do ergotismo, como intoxicação pelo esporão-de-centeio, e seu ciclo de desenvolvimento só foram confirmados no século 19. No século 20 também ocorreram epidemias esporádicas de ergotismo, entre as quais uma na França e outra na Etiópia em 1951, onde morreram de dezenas de pessoas.

O Esporão-de-centeio

É um fungo heterogênico, com mais de trinta hospedeiros, entre Gramíneas e Ciperáceas, refere-se como principal, o centeio e secundários o trigo, a cevada, aveia, arroz, etc., mas certamente tal se deve ao período muito prolongado da floração do centeio. Apesar de conterem os mesmos alcalóides e por vezes em quantidades apreciáveis, só os esclerócios da Claviceps purpurea se utilizam na Farmácia e na Terapêutica, pelos motivos referidos: maior frequência, portanto colheitas mais fáceis e riqueza elevada de alcalóides. Na maturação da espiga do centeio, o esclerócio está completamente desenvolvido: é a época própria para sua colheita. Os alcalóides da cravagem de centeio na sua maioria, encontram-se em percentagens variáveis, de 0,001% a 0,40%, excepcionalmente maiores, até ao limite conhecido de 0,729%. A quantidade dos hidro-solúveis é relativamente pequena, citam-se diversos valores, por vezes quase nulos, mas que podem ascender a 0,147%. Em consequência destas variações, as Farmacopéias foram compelidas a fixar limites mínimos do conteúdo alcalóidico. Assim, por exemplo, a Farmacopéia Internacional estabeleceu os mínimos de 0,15% e 0,023% respectivamente de alcalóides totais e hidro-solúveis, calculados em ergotamina e em ergometrina.

Emprego terapêutico

O esporão-de-centeio e os seus alcalóides possuem atividades estimulantes sobre as fibras musculares lisas, particularmente do útero (propriedades ocitócicas), vasos sanguíneos (propriedades vaso-constritoras periféricas) e, ainda dos intestinos, brônquios, bexiga, etc. Assim, excitam o útero, provocam ou aumentam a sua contratibilidade

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