Física Newtoniana

Dizem que o fundador da física é Galileu Galilei (1564-1642). Mas o mais conhecido físico, tido como o “pai’ da física, é Isaac Newton (1643-1727). Este pegou tudo o que havia relacionado à física, muitas coisas espalhadas e dispersas, e formulou uma teoria (que está em curso até hoje) adicionando suas próprias descobertas, como a lei da gravidade. Por ironia do destino, Newton nasceu no ano seguinte ao da morte de Galileu, 1643.

Um dia, Newton estava descansando debaixo de uma macieira, quando uma maçã caiu-lhe na cabeça. Então ele começou a raciocinar e a pesquisar o porquê daquele evento. Jogava pedras, de diferentes tamanhos e pesos, de cima das árvores e media o tempo que elas levavam para atingir o chão. Depois ia até precipícios e também atirava corpos de diferentes tamanhos e pesos, como paus e pedras e outros objetos, finalmente formulando a lei da gravidade. Essa lei revolucionou a física. Incontáveis invenções foram propiciadas por ela.

Durante quase três séculos, a física ficou sem uma descoberta tão monumental. Centenas de

pequenas descobertas e de progressos aconteceram nesse período, mas nada comparável à descoberta de Newton. Até que, no século XX, um jovem físico, Albert Einstein, formulou a lei da relatividade. Não que Einstein tenha revogado as leis de Newton e outras leis da física até então formuladas. Muito pelo contrário. Ele concordou com todo o conhecimento que até então existia, exceto uma coisa: no espaço, a menor distância entre dois pontos não é uma reta, e sim uma curva. A isso se deu o nome de Teoria da Relatividade. Com ela veio outro turbilhão de descobertas de aplicação prática: o avião e sua rota, foguetes espaciais, ogivas nucleares de grande distância, e assim por diante, com uma coisa puxando a outra.

Desde então a física não teve outra descoberta monumental, como a de Newton e a de Einstein. Espera-se que, num futuro próximo, apareça uma espécie de Newton ou de Einstein, para fazer mais uma descoberta dessa grandeza. Mas só que desta vez vai ser alguém ligado à Física Quântica, à mente humana. Alguém que coloque a consciência no terreno da física e não

mais apenas no terreno da psicologia ou da psiquiatria, ou de qualquer outro campo. Alguém que efetivamente estude a consciência como regida por leis do Universo.

O grande filósofo e matemático francês foi o responsável por, durante tantos séculos, a consciência estar fora do terreno da física. Contemporâneo de Isaac Newton e talvez o mais respeitado ser humano de sua geração, Descartes afirmou taxativamente que corpo é corpo e mente é mente. Que tudo o que pertence ao corpo é da física e que tudo o que não pertence ao corpo não é da física.

E que a física é uma ciência que estuda apenas a matéria, coisas que podemos ver ou tocar. E que, definitivamente, a física não tem que tratar de coisas imateriais, da mente ou de elementos intangíveis. Pau é pau e pedra é pedra. O que pudéssemos medir, calcular, formular matematicamente e prever com absoluta certeza, pertenceria ao terreno da física, do contrário, não. E a mente, a consciência, não estava incluída nessa área.

Bibliografia: GLEICK, James. Isaac Newton, uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.