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Geografia E Modernidade

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Por:   •  14/5/2014  •  2.273 Palavras (10 Páginas)  •  415 Visualizações

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O que são as “contracorrentes” e em que contexto por dentro do desenvolvimento científico elas

aparecem?

2. De maneira geral, explique como as correntes contrárias ao movimento racionalista moderno

influenciaram no debate científico da época.

3. Apresente, de maneira, sucinta, as características essenciais presentes na Filosofia da Natureza,

Romantismo, Hermenêutica e Fenomenologia.

Hoje, podemos considerar que há uma crise da razão [3] , e subjacente à mesma, há uma busca por novos caminhos. Afortunadamente, vivemos uma época em que as certezas caíram, e a perplexidade toma vulto, deste modo a procura por novas respostas é acentuada.

Mas, qual seria a perspectiva para a Geografia dentro de um quadro tão “confuso” e rico pelo qual passa a ciência? Não é uma resposta muito fácil de ser dada, pois, afinal, vários são os enfoques conceituais sobre a Geografia, havendo diferentes intelectuais que duvidam da cientificidade da mesma, como o faz, por exemplo, Jean Piaget [4]. A Geografia não é uma disciplina paradigmática, como é a Física[5], e, portanto, fica ao sabor de interpretações e julgamentos, que em última análise, estão norteadas pela visão de mundo daquele que analisa e critica a sua história.

A análise desta fase contemporânea da Geografia é realizada no trabalho em três partes: na primeira, são analisados os conceitos de modernidade e de pós-modernidade - a compreensão destes dois termos nos auxilia a qualificar o nosso olhar sobre o curso da Geografia ; em seguida, na segunda parte do trabalho, são analisadas as linhas recentes do pensamento geográfico e os respectivos momentos de rupturas; a partir deste levantamento, é realizado na última parte do trabalho uma análise da Geografia Moderna e Pós-Moderna.

PARTE I - Modernidade e Pós-Modernidade

· A Modernidade

O tema da modernidade é por demais controverso e complexo para ser tratado de forma acabada neste espaço do trabalho; deste modo, procuraremos, a partir de dois geógrafos, David Harvey e Paulo César da Costa Gomes, traçar linhas gerais e fundamentais que ajudem a defini-la.

David Harvey in A condição pós-moderna - uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural chama atenção para o aspecto estético do modernismo que é marcado por um movimento dual entre o transitório e o eterno; a característica deste processo é o da ausência da preservação dos laços com o passado...“A modernidade, por conseguinte, não apenas envolve uma implacável ruptura com todas e quaisquer condições históricas precedentes, como é caracterizada por um interminável processo de rupturas e fragmentações internas inerentes”. ( 1993, pp. 21-22)

O que importa destacar na contribuição de David Harvey é a não existência de um modernismo, ou uma modernidade; quando ele historia o processo, ele demarca claramente as diferentes fases históricas, assim como, as suas conotações conforme os lugares ( Ibidem, p. 33)

A primeira fase corresponde à expansão do movimento iluminista, a partir do século XVIII, neste período houve a perspectiva de que era possível conferir à razão um caráter universal, sendo possível alcançarmos uma única resposta a qualquer pergunta. ( Ibidem, p. 35 )

A seguir, os eventos históricos ocorridos na França, culminados com a revolução social de 1848, fizeram o projeto iluminista começar a ruir pois passou a ocorrer um questionamento de se ter uma única forma de pensar e conceber a realidade “.... A fixidez categórica do pensamento iluminista foi crescentemente contestada e terminou por ser substituída por uma ênfase em sistemas divergentes de representação.” ( Ibidem, p. 36 )

Para efetivar a desilusão com o projeto do iluminismo, concorreu a difusão do ideário socialista; a análise da sociedade a partir de suas disparidades sociais evitou a noção de que todos eram iguais, com iguais condições de expressão e luta pelos seus interesses. ( Ibidem, p. 37 ) Este processo adquiriu maturidade ao final do século XIX quando a experimentação na literatura, artes plásticas, concepções políticos, etc. prepararam o caminho para uma nova fase do modernismo, que se desenvolve até a época da Primeira Guerra Mundial quando denotava-se uma verdadeira alienação em relação aos fatos políticos, ou seja, a expressão cultural não tinha no campo político um engajamento pautado por compromissos.

No entanto, na fase seguinte, a do interstício das duas grandes guerras, o quadro mudou os artistas foram cada vez mais forçados pelos acontecimentos a explicitar seus compromissos políticos. Nesta nova fase, nós verificamos que o “... o modernismo assumiu um perspectivismo e um relativismo múltiplos como sua epistemologia, para revelar o que ainda considerava a verdadeira natureza de uma realidade subjacente unificada, mas complexa.” ( Ibidem, p. 37-38) Esta fase histórica foi caracterizada por uma profunda quebra dos ideários que até então conduziram o projeto modernista ( o da razão universal, código de valores universais, etc. ), deste modo, houve uma profusão de correntes que chegaram a obscurecer o significado da razão neste processo .

Nesta profusão de imagens, valores, ideários, numa verdadeira convulsão de padrões culturais, inclusive comportamentais, o aspecto mítico do modernismo adquiriu relevo, a premência de dar um término neste “caos” da época tornou a questão mítica orientadora de um novo caminho pelo qual “resolvesse” os impasses da época [6] Neste sentido, algumas correntes iriam tomar certos aspectos da sociedade como denotadoras de uma racionalidade redentora. ( Ibidem, p. 38 )

Por último, temos a última fase, a do pós-Segunda Guerra Mundial, nesta, o modernismo “heróico” deu lugar ao modernismo “universal” que usufruí uma hegemonia e apresenta uma relação mais favorável com os centros de poder emergentes do pós-guerra. O establishment, o status quo, é o êmulo da produção cultural; na arquitetura, por exemplo, as idéias de seus próceres produzem imagens de poder e de prestígio. ( Ibidem, p. 42 ) [7]

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