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O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO NA AMÉRICA LATINA

Por:   •  24/7/2017  •  Artigo  •  1.826 Palavras (8 Páginas)  •  719 Visualizações

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O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO NA AMÉRICA LATINA

Andréa de Andrade Leite

Narla Carine Reis de Oliveira

RESUMO

O tema ao qual o presente artigo se propõe a abordar está relacionado ao Movimento de Reconceituação na América Latina, tomando como um marco para o Serviço Social. Por se tratar de um tema complexo e abrangente, procurou-se deter da sua origem, por acreditar que todo processo seja positivo ou negativo, tem-se um começo. A princípio será exposto seu surgimento histórico tratando do Serviço Social tradicional, sua estagnação em meio à ditadura e por fim, as causas e consequências que esse movimento gerou. Depois relacionado tudo isso ao Brasil e as mudanças que foram destaque no âmbito do Serviço Social.Esse trabalho foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas. Justifica-se a elaboração deste artigo a fim de contribuir com embasamentos teóricos para a formação dos futuros assistentes sociais.

Palavras-chave: reconceituação, ditadura, América Latina, serviço social, tradicional.

1. Introdução

O Movimento de Reconceituação, partindo da sua origem, adentrou historicamente a partir do processo de erosão do Serviço Social tradicional. Parte de uma constituinte do processo internacional de crítica ao tradicionalismo, que por sua vez, não supria as reais necessidades e enfrentamentos dos indivíduos. Na transição da década de 1960 para 1970, foi marcada por críticas quanto a sua prática e orientação (liberal-burguesa).

O objetivo deste artigo é apresentar uma breve reflexão a respeito do tema “O movimento de Reconceituação na América Latina”, tomando como partido o início do processo de erosão do Serviço Social tradicional até o período pós ditadura. As análises são resultados obtidos através de pesquisas bibliográficas tomando como referência os autores: José Paulo Netto, Josiane Soares Santos, Vicente de Paula Faleiros.

A escolha do tema justifica-se pelo nível de importância desse fato que é presente na história do Serviço Social, assim como na realidade dos cidadãos. Além disso, contribui de modo à engrandecer intelectualmente nossa formação acadêmica, exercitar a produção de trabalhos acadêmicos e desenvolvimento de análises.

2. A erosão do Serviço Social tradicional

O movimento de reconceituação não foi particularidade do Brasil, ocorreram nos países latino americanos (Chile, Argentina, Peru e Uruguai).Em meados de 1960 o Serviço Social se institucionalizava como profissão, porém, a prática profissional tida como tradicional e conservadora, via-se desgastada e não supria as reais necessidades dos indivíduos; passando por um momento de crítica em sua identidade como profissão.

Tal movimento firmava-se na crítica ao positivismo e ao funcionalismo e na busca para incorporar a fundamentação teórica do marxismo ao serviço social. Segundo Netto (2005 apud FALEIROS, 1987:51) diz:

“a ruptura com o Serviço Social tradicional se inscreve na dinâmica de rompimento das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformações da estrutura capitalista excludente, concentradora, exploradora”.

A raiz dessa crise centrava-se no desgaste do padrão de desenvolvimento capitalista (os anos gloriosos), tendo seu fim no ano 1960. A partir daí foram registrados movimentos da classe subalterna em defesa de seus interesses, passando a atingir outras demandas, foram elas: categorias específicas, direitos, ambiente social e natural.

No período de 1964 a 1974, fase da ditadura mais repressiva, é importante salientar que o ciclo autocrático burguês foi decisivo - não intencionalmente - na ruptura do serviço social tradicional. Porém, a renovação profissional almejada pela união de vários profissionais interessados em promover, também, o desenvolvimento econômico e social, viu-se contida em experiências acadêmicas e congelada por cerca de dez anos pela ditadura. Tempo suficiente para causar, como diz Netto (2005, p. 14) “uma desmemória significativa”.

A partir da segunda metade dos anos 1970, quando este regime de caráter militar é derrotado nas eleições de caráter plebiscitário (com direito a tentativa de desenvolvimento de um projeto de auto-reforma, por sua vez frustrado), no Brasil percebe-se as ressonâncias da tendência crítica ao tradicionalismo.

3. O Movimento de Reconceituação no Brasil

O processo de industrialização pesada se inicia no Brasil nos anos de 1950, no governo de JK. O estado passa a ter uma maior intervenção regulando as interações econômicas, favorecendo as empresas privadas, e a entrada do capital internacional. Como explica a citação que segue:

[...] o parque industrial brasileiro cresceu de modo significativo, especialmente no setor automobilístico. Esse crescimento baseou-se numa deliberada política de concessão de extremas facilidades para o capital estrangeiro, no que diz respeito à sua instalação no país e também a remessa de lucros. As principais consequências disso, segundo Possas (1988), foram de um lado, o aumento sem precedentes da presença de corporações internacionais no país e, de outro, o fato dessa presença aparecer nitidamente como condicionante indispensável para a expansão da econômica do período. (SANTOS, 2012, p. 146)

Porém, Santos (2012) salienta que só é possível analisar a relação capital e trabalho no pós 64, pois, a industrialização pesada estabelece algumas características ao regime de trabalho no Brasil. Nesse período será possível analisar o desemprego como principal expressão da “questão social”. E é nesse contexto que aumentam as demandas de intervenção pelos assistentes sociais.

À proporção que a demanda por assistentes sociais aumenta, faz-se necessária uma renovação: da própria prática profissional; na formação profissional - a reforma em 1968 muda a universidade, e determina que o curso de Serviço Social deva se inserir no espaço universitário que desenvolviam, além do ensino, pesquisa e extensão, a fim de dialogar com outras ciências sociais e não aceitando mais faculdades isoladas -; a organização da categoria passa a ser mais fortalecida; se exige assistentes sociais nas instituições que se modificaram nesse contexto.

Não só as organizações profissionais como também

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