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Os Movimentos Sociais

Por:   •  3/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.770 Palavras (16 Páginas)  •  137 Visualizações

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                              Movimento: VIVE – Vila Isabel Vestibulares

Fundação: 25 de Outubro de 1999

End.: Rua Correia de Oliveira, nº 21 – Vila Isabel – Rio de Janeiro/RJ.

Introdução

        O VIVE (Vila Isabel Vestibulares), foi fundado em 1999, tendo como principais elaboradores Carlos Alberto de Lima (Mãozinha), Roberto (Beto), César Rodrigues e alguns alunos. Define-se como um dos vários movimentos sociais atuantes na área de educação surgidos no Rio de Janeiro a partir de 1980 a 1987, caracterizados por serem ou possuírem cursos pré-vestibulares comunitários, lutando por uma Universidade realmente pública e de qualidade por jovens e adultos, trabalhando continuamente a conscientização política, visado elevar para diversos espaços, onde a população historicamente oprimida tenha acesso a mesma.

        Este movimento tem como ponto de vista a precariedade do ensino público fundamental e médio brasileiro, em especial o ensino do município do Rio de Janeiro, busca no decorrer do período em que o aluno permanecer no pré-vestibular, recuperar os 11 anos ou mais de estudo (ou ausência) a que cada um foi submetido no seu processo de aprendizado. Neste processo de luta pela Universidade Pública, considera importante não apenas o conhecimento das disciplinas tradicionais pertencentes a grade curricular dos vestibulandos, como Matemática, Português, História, etc., mas o enriquecimento constante de todos os seus integrantes do nível de entendimento e crítico de nossa sociedade, visando a construção de sociedade plural e justa, onde todos possam ser realmente identificados e tratados de forma por igual.

        Por este motivo, além das disciplinas curriculares, é ministrado no VIVE a disciplina Cultura e Cidadania, que aborda características e aspectos específicos da sociedade capitalista, mantendo contato com organizações e movimentos sociais diversos, realizando palestras e atividades extra-classe, onde algumas são abertas a familiares e convidados dos alunos.        

A organização e administração, dentro do VIVE conta hoje com um quadro de 12 professores, porém já houve um quadro com vinte e dois professores intercalados entre si e uma coordenação, que é aberta a qualquer membro que queira fazer parte da mesma. Realizam-se reuniões e assembleias periodicamente para discussões e decisões de assuntos pertinentes ao pré-vestibular, incluindo regras que devem ser obedecidas por todos que façam parte, ou possam vir a fazer parte do Movimento, seja aluno, pais, professor, coordenador ou colaborador. Estas regras são devidamente expostas e explicadas a cada integrante ou pretendente, e havendo alguma discordância, o assunto pode ser discutido com a coordenação ou levado para as assembleias e/ou reuniões, onde será avaliada e discutida por todos os presentes e a partir disto, se manter, modificar ou até mesmo ser substituído por uma nova proposta.

Podemos observar essa relação aos processos decisórios, pois em sua formação estrutural e de liderança comunitária, o VIVE não possui uma hierarquia, o voto ou opinião de um aluno novo é tão importante quanto a de um coordenador ou professor mais antigo. Já no que diz respeito a gestão e a administração do movimento, estes são de responsabilidade de todos (alunos, professores e coordenadores), onde cada um tem uma função, mas isso não significa que exista uma hierarquia. O VIVE se auto financia, tendo em vista que é a partir da mensalidade paga pelos alunos (Vinte Reais), que é reproduzido o material didático, realizado a manutenção do quadro branco, compra-se canetas para o quadro e em muitos casos, patrocina a ida e vinda de alguns alunos a atividades externas que necessite de algum custeio, e além disso, os professores e os coordenadores não recebem nenhuma remuneração pelo trabalho realizado. O VIVE não aceita doações nem patrocínios de ONG’s, empresários, partidos políticos e etc., tendo como principal argumento para essa rejeição a garantia de sua independência.

A origem do VIVE

        O pré-vestibular (Vila Isabel Vestibulares) foi criado a partir da AMV (Associação Mangueiras Vestibulares), que foi um dos primeiros pré-vestibulares comunitários de todo Brasil, hoje no Rio de Janeiro têm em torno de 100 projetos com a mesma linha de frente. A sua fundação ocorreu em 13 de agosto de 1990, segundo os professores mais antigos, idealizado por dois professores do Colégio Professor Ernesto Faria, utilizando auditório da instituição, que fica próximo da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), elaborado pelo Prof. Carlos Alberto Nascimento, o ''Carlão da Física’’, Nivaldo dos Santos, morador da comunidade da Mangueira e por um grupo de professores e alunos que deram início aos pré-vestibulares comunitário.  A AMV é um movimento social político que luta pela educação pública, gratuita, transformadora e não mercadológica. Contudo, o movimento cresceu, e uma sala com capacidade para 65 alunos estava lotada e com uma lista de espera de mais de 200 candidatos.

Deste modo, no final da década de 1990 surge a ideia de criar uma espécie de campus da AMV em outros bairros do Rio de Janeiro. Com o surgimento dessa hipótese, o aluno Carlos Alberto de Lima (Mãozinha), morador de Vila Isabel começou a pensar na possibilidade de ao invés de criar um campus da AMV, criar um pré-vestibular com as características dele em seu bairro. Para Carlos Alberto a criação de um pré-vestibular em Vila Isabel seria um facilitador, tendo em vista a dificuldade que ele tinha de chegar na AMV no horário de início das aulas. Assim sendo, Carlos procurou saber se em Vila Isabel tinha algum pré-vestibular, e tomou conhecimento de um que funcionava na comunidade dos Macacos, com aulas somente aos sábados. Entretanto, ele tinha em mente criar um pré-vestibular que mantivesse o perfil e características do pré-vestibular da Mangueira, com aulas de segunda à sábado e que ao mesmo tempo possibilitasse a ele estudar perto de casa, abrindo espaço para outras pessoas que assim como ele (pobre, negro, morador da comunidade dos Macacos) tivessem o mesmo interesse.

        De acordo com Carlos Alberto, neste primeiro momento estava pensando nele, na possibilidade de estudar próximo à sua casa, deste modo, passou a visitar as escolas de Vila Isabel, com o intuito de conseguir um espaço que pudesse alojar o pré-vestibular. Contudo, as dificuldades eram enormes, principalmente porque os governos estadual e municipal daquele período exerciam uma espécie de caça aos pré-vestibulares comunitários que ocupavam espaços públicos – a AMV também passou por este processo e após intensa busca por um espaço, conseguiu uma sala no prédio do Relógio em frente à Estação da Mangueira, Rua Visconde de Niterói, nº 354 – sendo assim, em uma conversa, Cézar Rodrigues, amigo de Carlos e funcionário da FUNLAR (Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula), atual SMPD (Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência) - localizado na Rua Correia de Oliveira, nº 21, uma das ruas de acesso a comunidade dos Macacos - indicou a possibilidade de alojar o pré-vestibular em uma das salas da instituição.

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