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Trabalho De Ciencias

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Por:   •  25/4/2014  •  3.639 Palavras (15 Páginas)  •  431 Visualizações

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O QUE É ESTRESSE?

Um estudo feito com 2.525 profissionais de recursos humanos de 10 países revelou que para 60% dos brasileiros consultados a fofoca e os colegas desagradáveis representam a principal razão para o estresse nas corporações. Para as mulheres, este fator tem ainda mais importância. Na pesquisa, esta resposta foi a escolha de 66% delas, contra 40% dos homens. A conclusão em relação a este fato é que, mesmo no ambiente empresarial, o conhecido bullyng pode se manifestar.

No resultado global, metade dos entrevistados culpa principalmente o aumento da carga de trabalho como a causa do estresse no ambiente corporativo (mais de uma opção podia ser escolhida). Para 47% dos entrevistados brasileiros este é o segundo fator a ser levado em consideração, seguido por pressões desnecessárias do chefe. No Brasil, um dado curioso: ele foi o único país onde todos os participantes do estudo afirmaram possuir estresse no trabalho. Em alguns países, como a Áustria e a República Checa, aproximadamente um quinto dos profissionais não têm estresse no trabalho.

Mesmo com situações de estresse, 36% dos entrevistados do Brasil acreditam que a qualidade de vida é boa. No país, as alternativas “boa” e “balanceada” somam 92% das respostas. Na média internacional, a qualidade de vida é o ponto mais importante quando os profissionais pensam em mudar de emprego. Esta resposta foi a preferida quando houve a hipótese de se escolher entre duas propostas com a mesma remuneração e pacote de benefícios. Porém, o brasileiro se diferencia do profissional de outros países, já que escolheu como principal motivação para a mudança de emprego o desenvolvimento da carreira e maiores responsabilidades. Esta alternativa foi escolhida por 34%, enquanto a qualidade de vida ficou em segundo lugar, com 32%. Apoio à formação e aprendizagem teve 10% das respostas e reputação da empresa em questão com apenas 10%.

TODO EXTRESSE É RUIM? EXPLIQUE

Talvez o ambiente do trabalho tenha se modificado e acompanhado o avanço das tecnologias com mais velocidade do que a capacidade de adaptação dos trabalhadores. Os profissionais vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho, como também na vida em geral.

Há, portanto, uma ampla área da vida moderna onde se misturam os estressores do trabalho e da vida cotidiana. A pessoa, além das habituais responsabilidades ocupacionais, além da alta competitividade exigida pelas empresas, além das necessidades de aprendizado constante, tem que lidar com os estressores normais da vida em sociedade, tais como a segurança social, a manutenção da família, as exigências culturais, etc. É bem possível que todos esses novos desafios supere os limites adaptativos levando ao estresse.

O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os microorganismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Tanto o operário, como o executivo, podem apresentar alterações diante dos agentes estressores psicossociais.

O desgaste emocional a que pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é fator muito significativos na determinação de transtornos relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedade patológica, pânico, fobias, doenças psicossomáticas, etc. Em suma, a pessoa com esse tipo de estresse ocupacional não responde à demanda do trabalho e geralmente se encontra irritável e deprimida.

Um dos agravantes do Estresse no Trabalho é a limitação que a sociedade submete as pessoas quanto às manifestações de suas angústias, frustrações e emoções. Por causa das normas e regras sociais as pessoas acabam ficando prisioneiras do politicamente correto, obrigadas a aparentar um comportamento emocional ou motor incongruente com seus reais sentimentos de agressão ou medo.

No ambiente de trabalho os estímulos estressores são muitos. Podemos experimentar ansiedade significativa (reação de alarme) diante de desentendimentos com colegas, diante da sobrecarga e da corrida contra o tempo, diante da insatisfação salarial e, dependendo da pessoa, até com o tocar do telefone. A desorganização no ambiente ocupacional põe em risco a ordem e a capacidade de rendimento do trabalhador. Geralmente as condições pioram quando não há clareza nas regras, normas e nas tarefas que deve desempenhar cada um dos trabalhadores, assim como os ambientes insalubres, a falta de ferramentas adequadas.

Fatores intrapsíquicos (interiores) relacionados ao serviço também contribuem para a pessoa manter-se estressada, como é o caso da sensação de insegurança no emprego, sensação de insuficiência profissional, pressão para comprovação de eficiência ou, até mesmo, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais. Isso tudo sem contar os fatores internos que a pessoa traz consigo para o emprego, tais como, seus conflitos, suas frustrações, suas desavenças conjugais, etc.

O extremo oposto, ou seja, ter uma vida sem motivações, sem projetos, sem mudanças na ocupação ao longo de muitos anos, sem perspectivas de crescimento profissional, assim como passar por período de desocupação no emprego também pode provocar o mesmo desenlace de Síndrome de Burnout (Veja mais). Mesmos sintomas podem surgir em ambos casos, ou seja, falta de autoestima, irritabilidade, nervosismo, insônia e crise de ansiedade, entre outros.

Sobrecarga

A sobrecarga de agentes estressores também pode ser considerada um fator importante para eclosão do estresse patológico no trabalho. A sobrecarga de estímulos estressores é um estado no qual as exigências do ambiente excedem nossa capacidade de adaptação. Os quatro fatores principais que contribuem para a demanda excessiva de agentes estressores no trabalho são:

1. urgência de tempo;

2. responsabilidade excessiva;

3. falta de apoio;

4. expectativas excessivas de nós mesmos e daqueles que nos cercam.

Falta de Estímulos

A falta de estímulos também pode resultar em estresse patológico e doença. O risco de ataques cardíacos, por exemplo, são significativamente maiores nos dois primeiros anos após a aposentadoria. Nesses casos a condição associada ao estresse costuma ser o tédio, a sensação de nulidade e/ou a solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona situações estressoras.

Às vezes, no final do dia, sentimos nosso corpo exausto mas, apesar disso, experimentamos uma agradável sensação de bem estar. Em geral uma atividade pode se tornar muito gratificante quando possui um significado especial ou quando desperta grande interesse em nós.

No trabalho, as atividades medíocres, destituídas de significação ou aquelas onde não temos noção do porquê estamos fazendo isso ou aquilo, podem ser extremamente estressantes. As tarefas alta-mente repetitivas ou desinteressantes também podem produzir estresse. Essas situações de carência de solicitações ou a sensação de falta de significado para as coisas que fazemos costumam também causar estresse em crianças e idosos.

Ruído

O ruído excessivo pode causar estresse pela estimulação do Sistema Nervoso Simpático, provocando irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Dessa forma, o ruído pode ter um efeito físico e/ou psicológico, ambos capazes de desencadear a reação de estresse. Este fator estressante pode produzir alterações em funções fisiológicas essenciais, como é o caso do sistema cardiovascular.

O ruído também pode influenciar outros hormônios, como a testosterona, por exemplo, e dessa forma, pode ter efeitos prolongados sobre o organismo, considerando que as alterações hormonais são sempre de efeito mais longo. Experiências com pilotos de aeronaves na Argentina demonstraram que, ao ficarem expostos aos ruídos de alta intensidade das turbinas aéreas, sua produção de testosterona reduziu-se pela metade. Além disso, foi relatada uma forte correlação entre a perda de audição devida a ruídos e a concentração plasmática de magnésio.

Alterações do Sono

O contínuo atraso do sono pelos horários de trabalho, viagens e variações do rítmo das atividades sociais, facilitadas pelo uso da luz elétrica e atrações noturnas, pode levar à insônia e, conseqüentemente ao estresse. Na síndrome de fusos horários das viagens internacionais, recomenda-se não tomar decisão importante ou não competir antes da readaptação fisiológica.

Os operários que fazem turnos ou têm trabalho noturno, geralmente possuem um sono de má qualidade no período diurno. Isso se dá em decorrência dos conflitos sociais (coisas que fazemos de dia e coisas que fazemos de noite) e do excesso de ruído diurno. Essa má qualidade do sono acabará provocando aumento da sonolência no período de trabalho (seja noturno ou diurno), muitas vêzes responsável por acidentes, desinteresse, ansiedade, irritabilidade, perda da eficiência e estresse.

Falta de Perspectivas

A esperança, perspectiva ou expectativa otimista é uma das motivações que mais aliviam as tensões do cotidiano. Saber (ou achar) que amanhã será melhor que hoje, ou o mês que vem melhor que este, ou ano que vem será bem melhor, etc, são sentimentos que aliviam e minimizam a ansiedade e a frustração do cotidiano.

Está claro que na falta das boas perspectivas ou, o que é pior, na presença de perspectivas pessimistas a pessoa ficará totalmente à mercê dos efeitos ansiosos do cotidiano, sem esperanças de recompensas agradáveis. Há ambientes de trabalho onde o futuro se mostra continuamente sombrio. É completamente falso acreditar que funcionários temerosos produzem mais. O medo motiva para a ação durante um breve período de tempo (veja a fisiologia do estresse), mas logo sobrevêm o estado de esgotamento com efeitos imprevisíveis.

Mudanças Constantes

Esse assunto merece considerações mais amplas. As necessidades de mudanças podem ser comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo mudanças, essas mudanças acabam trazendo novos problemas. Esses problemas despertam novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças e assim por diante.

Mudanças determinadas pela empresa

Esses tipos de mudanças podem ser determinadas por uma nova chefia ou devido à nova orientação geral da empresa, seja por causa de alguma fusão ou aquisição da empresa. Normalmente esse tipo de mudança pode gerar muita insegurança, inicialmente.

Até agora associamos sempre o estresse à adaptação e, diante das mudanças, o que mais se solicita das pessoas é a adaptação, portanto, é o momento onde o estresse está acontecendo. Evidentemente as pessoas naturalmente possuidoras de dificuldades adaptativas sofrerão mais. Abrir mão de métodos usuais para aprender ou aceitar novos métodos sempre exige uma participação emocional importante.

A pessoa que passa por momentos de ansiedade e estresse por causa de mudanças deve ter em mente que, mesmo que o departamento esteja sendo "desmontado" ou algum colega estimado esteja perdendo sua posição, ela continuará sendo o mesmo profissional que é, seus conhecimentos continuarão intactos e a empresa poderá utilizá-los até de forma melhor na nova situação. Nessa situação o mais importante é não deixar que considerações emocionais (mágoa, orgulho, inveja, rancor, etc) dominem o lado racional.

Mudanças devidas à novas tecnologias

A tecnologia normalmente está em contínua substituição por sistemas mais modernos. Nessa situação também as pessoas são emocionalmente solicitadas à se adaptar ao novo. Nesse caso o estresse será variável, de acordo com as Disposições Pessoais e de acordo com o tipo dessa nova tecnologia a ser implantada.

Pela Disposição Pessoal sofrerão mais as pessoas com instabilidade afetiva, com traços marcantes de ansiedade ou já previamente estressadas. Em relação às próprias mudanças, sofrerão mais as pessoas confrontadas com novas tecnologias ideologicamente diferentes das anteriores.

Na Inglaterra, há anos, foi feita uma pesquisa entre trabalhadores de uma refinaria de petróleo e de uma central telefônica, ambas submetidas à mudanças tecnológicas radicais. Na refinaria, apesar das mudanças para automação terem sido profundas, como o sistema de craqueamento do petróleo é sempre o mesmo, a incidência de estresse foi mínima entre os funcionários, inclusive entre os mais antigos.

Entretanto, na telefônica a situação foi muito diferente. O novo sistema não tinha nenhuma analogia com o anterior e os funcionários mais antigos tiveram que ser transferidos ou demitidos. Isso mostra que as exigências para adaptação ao novo exercem profundo impacto sobre a ansiedade (e estresse, conseqüentemente) das pessoas.

Mudanças devidas ao mercado

As constantes exigências do mercado sempre são levadas a sério pelas empresas e, freqüentemente, determinam mudanças de procedimentos no trabalho. Os ansiosos tende mais para o estresse devido, principalmente, à ansiedade antecipatória, ou seja, a ansiedade que aparece muito antes de quaisquer resultados das mudanças.

Embora o bom senso recomende que as pessoas devam estar continuamente atentas aos resultados dessas mudanças, sofrer antecipadamente não resolve problemas, não facilita a adaptação e podem determinar atitudes precipitadas danosas.

Mudanças auto-impostas

São as exigências que fazemos de nós mesmos. Em psiquiatria, o mais sadio é que estejamos sempre inconformados e sempre adaptados. Isso significa que, através do inconformismo estamos sempre buscando fazer com que o amanhã seja melhor que o hoje. Entretanto, é indispensável que a pessoa se mantenha adaptada às circunstâncias atuais, mesmo que sejam circunstâncias adversas.

Sadio seria reclamar do trânsito, quando este está ruim, para podermos buscar opções que melhorem nossa vida em relação à esse trânsito (mudar itinerários, horários, etc), outra coisa é estarmos padecendo de hipertensão, úlcera, ansiedade ou enxaqueca por causa desse trânsito ruim. Essa é a diferença.

O próprio inconformismo humano exige uma reciclagem constante, ou seja, exige mudanças continuadas e necessidades de adaptação à essas mudanças. Encarar a mudança sob uma perspectiva de crescimento e adequação pode ajudar nossa adaptação, considerá-la uma tarefa tediosa, inútil e humilhante "para quem já sabe tanto", favorece o descontentamento, a ansiedade e, conseqüentemente, o estresse.

Ergonomia

O conforto humano em seu trabalho deve ser sempre considerado, em se tratando de estresse. Como enfatizamos sempre, não devemos privilegiar apenas as razões emocionais em relação ao estresse, por ser este uma alteração global do organismo (não apenas emocional).

Aqui deve ser considerado o conforto térmico, acústico, as horas trabalhadas ininterruptamente, a exigência física, postural ou sensoperceptiva e outros elementos associados ao desempenho profissional. Ambientes hostis, em termos de temperatura, unidade do ar e contacto com agentes agressivos à saúde fazem parte da exigência física a que alguns trabalhadores estão submetidos. Daí a enorme importância do acessoramento técnico da Medicina do Trabalho para prevenir estados de esgotamento.

Atividades que exigem posições anti-fisiológicas, repetitividade de exercícios danosos, e permanência exagerada em atitudes cansativas fazem parte das exigências posturais a que são submetidas as pessoas durante o trabalho.

COMPROVADAMENTE EXISTEM TRÊS GRUPOS DE FATORES POTENCIAIS DE EXTRESSE NO TRABALHO. Cite os e explique os!

É correto afirmar que existem três grupos de fatores potenciais de

É correto afirmar que existem três grupos de fatores potenciais de stress que são: Ambientais, organizacionais e individuais Físicos, diretos e indiretos Coletivos, individuais e multifocais Direcionados, dispersos e ambientais Organizacionais, físicos e dispersos

QUANDO A ORGANIZAÇÃO DEVE ADMINISTRAR O EXTRESSE?

Administrar o estresse é uma tendência

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br

Não é por acaso que o estresse corporativo tem despertado a preocupação das empresas e de especialistas na área de saúde. Para se ter uma idéia da dimensão e das conseqüências do estresse ocupacional, uma pesquisa realizada pela Isma (International Stress Management Association,) revelou que cerca de 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem do chamado “mal do século”. Esse percentual, para a surpresa de algumas pessoas, equivale aos índices presentes em países como Inglaterra e Estados Unidos. No dia-a-dia, o estresse ocupacional pode ser apontado como responsável por boa parte dos gastos anuais das empresas, pois gera diminuição na produtividade, pagamentos de horas-extras, desperdício de material de trabalho, além de custos elevados com assistência médica. Nos Estados Unidos, por exemplo, os problemas relacionados ao estresse no trabalho custam às organizações aproximadamente 300 bilhões de dólares.

Mesmo que o estresse desponte entre as preocupações das empresas, a realidade mostra que não é possível evitá-lo. Contudo, pode ser administrado e quando isso acontece, o quadro pode ser revertido, ou seja, ao invés de causar efeitos negativos, o estresse serve de mola propulsora para a superação de obstáculos e obtenção de conquistas significativas para as equipes. O “X” da questão está em com os colaboradores podem conviver com o estresse, sem que adoeçam ou se sintam desmotivados para exercerem suas atividades. Nesse momento, a atuação do profissional de Recursos Humanos faz a diferença, pois ele pode identificar os fatores estressantes no ambiente corporativo e apresentar ações estratégicas que assegurem a saúde da organização. Para falar sobre o estresse ocupacional, o RH.com.br entrevistou a consultora organizacional Sandra Schamas. Ela defende que a administração do tempo pode, por exemplo, melhorar tanto a performance do profissional quanto diminuir os índices de estresse oriundos da competitividade. Na entrevista, ela fala sobre os fatores estressantes que são gerados fora e dentro do meio corporativo, mas que exercem influências significativas entre os colaboradores.

RH.com.br - Competitividade, constantes transformações impostas pela Globalização e empregabilidade são apenas alguns fatores que fazem parte da rotina corporativa. Além desses, que outros fatores contribuem para gerar estresse no ambiente corporativo?

Sandra Schamas - Acredito que muitos profissionais trazem consigo problemas antes mesmo de entrarem na empresa. Tenho notado, por exemplo, que as pessoas não escolhem muito onde querem trabalhar com a falsa idéia de que “não há emprego”. Do mesmo modo que as pessoas reclamam da falta de oportunidades, os empregadores queixam-se da falta de profissionais competentes e adequados para o cargo. Acho que é importante ponderar a distância entre o local de trabalho e a casa do profissional, o perfil da empresa e o cargo. Se o profissional procura “qualquer coisa”, vai encontrar “qualquer coisa” e, isso, depois de certo tempo não funciona, pois a pessoa fica desmotivada, cansada e aí vem, como conseqüência, o estresse no ambiente corporativo.

RH - Qual fator mais tem interferido na vida do trabalhador?

Sandra Schamas - A insatisfação com o cargo ocupado é um dos fatores que mais interfere na vida do trabalhador. Existem hoje empresas especializadas em analisar o perfil do profissional na contratação: é um pequeno investimento em tempo e dinheiro que traz inúmeros benefícios tanto para o funcionário quanto para a empresa. Às vezes as pessoas pegam a primeira proposta pensando em mudar depois, mas isso na pratica não acontece. É bom lembrarmos que existe a acomodação e mesmo insatisfeitos, muitos profissionais têm o medo de mudar.

RH - Essa interferência é obrigatoriamente 'perigosa' para a qualidade de vida e o desempenho dos profissionais?

Sandra Schamas - Claro que é perigosa, porque ficamos mais tempo no trabalho do que em casa com a própria família. A insatisfação acaba gerando desinteresse e ninguém consegue trabalhar bem assim. Costumo dizer que na atualidade ou a pessoa exerce um trabalho que gosta ou aprende a gostar do que está exercendo.

RH - Pensar num ambiente sem estresse é utopia?

Sandra Schamas - Nas mais recentes publicações sobre o assunto já se fala em bom estresse e mau estresse. Devemos lembrar que o estresse é um conjunto de reações que o organismo apresenta para preservar a sobrevivência. Ou seja, o estresse é a chamada reação de “lutar ou fugir” que nos acompanha desde os tempos das cavernas - homem, diante do perigo, provoca reações no corpo como aumento da respiração, do batimento cardíaco e liberação da adrenalina. São reações para garantir a sobrevivência que ocorrem várias vezes por dia. Se aprendermos a usar esse estresse para a disciplina, produtividade, realização profissional ou pessoal ele se transforma em bom estresse e chega até a fortalecer nosso sistema imunológico.

RH - Como a Sra. Acabou de citar, há linhas que defendem que em determinados momentos o estresse pode ser saudável ao meio corporativo. Qual a sua opinião sobre essa questão?

Sandra Schamas - A Competitividade é um fato. A necessidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo também. Então, não da para trabalhar sem estresse. É um fenômeno do nosso tempo. O bom estresse é aquela situação de tensão que temos controle sobre o resultado, por exemplo, uma apresentação – se nos prepararmos vamos usar essa adrenalina para fazer uma boa palestra e ficar muito bem depois. Quando não podemos controlar o resultado, aí sim temos o mau estresse. Se esse é inevitável, como a perda de um ente querido, devemos ficar atentos e tentar eliminar esse estresse com exercícios, caminhadas e atividades que nos proporcionem o bem-estar.

RH - Quando falamos em melhoria de vida nas empresas, naturalmente o nome do profissional de RH surge em cena. O RH está administrando o estresse no meio corporativo?

Sandra Schamas - Já estive em empresas que proporcionam ginástica laboral e massagem rápida para os funcionários. Achei muito interessantes as propostas, até saber que os funcionários não desfrutavam desses benefícios. E sabe por quê? Porque a maioria dos profissionais achava que não fica bem ir fazer massagem ou exercício, caso o gestor ou os colegas estivessem trabalhando naquele momento. Isso é um preconceito bobo porque se a empresa proporciona esses benefícios, a organização deseja que todos façam bom proveito. Já pensou se eu levo te dou um lindo presente e no mesmo momento você me diz “não obrigado”? Ou, então, imaginemos uma situação diferente. Eu a convido para uma festa e você me diz que não pode ir porque tem de lavar o carro. Acredito que o estresse é uma preocupação atual dos departamentos de Recursos Humanos e que existe um movimento real da administração de estresse nas empresas.

RH - Quais são as ações que mais têm ajudado a área de RH administrar o estresse organizacional?

Sandra Schamas - São inúmeras as iniciativas, mas observo a realização de treinamento, palestras e uma constante preocupação com o bem-estar do funcionário de uma maneira geral. Também noto que as estruturas empresariais estão preocupadas para colocar a pessoa certa no cargo certo.

RH - Qual a melhor forma de avaliar se uma determinada ação ou programa corporativo está ajudando as pessoas a manterem um nível de estresse, no mínimo, aceitável?

Sandra Schamas - É fundamental que as organizações estejam atentas a determinados indicadores do clima organizacional. Para isso, a empresa sempre deve analisar o perfil dos funcionários e as suas próprias necessidades. As empresas nunca devem esquecer de promover ações que tenham a ver com as equipes ou o investimento será perdido.

RH - Que conselhos a Sra. dá a um RH que pretende implantar ações num ambiente altamente estressante?

Sandra Schamas - Pergunta difícil essa, mas vamos lá. A primeira coisa seria pedir para o RH fazer uma análise e um diagnóstico da equipe, ver o que provoca mais estresse e que tipo de estresse está presente na corporação. Depois, pediria para o RH tentar saber o que motiva os funcionários. Por fim, saber qual a filosofia da empresa, o que a organização realmente espera dos funcionários e estabelecer metas possíveis porque, em minha opinião, um dos maiores motivadores é a realização profissional, ou seja, fazer um trabalho bem feito e entregar no prazo estipulado. Aquela sensação de “missão cumprida” faz bem para a qualquer um.

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