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Universo

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Por:   •  8/3/2015  •  2.335 Palavras (10 Páginas)  •  166 Visualizações

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A origem do Universo

A origem do Universo ainda está cercada por polêmica e controvérsia porque é uma questão cuja complexidade talvez supere aquela da origem da vida. Isso acontece porque as hipóteses sobre a origem da vida podem recorrer a modelos químicos plausíveis. Já os astrofísicos têm necessariamente que apelar para uma física desconhecida, pela de condições especiais e heterodoxas. É claro que essa é uma física desconhecida em comparação àquela que foi estabelecida após o momento inicial do Universo. Poderíamos afirmar que, antes do início, não havia física alguma. Os próprios físicos sentem dificuldade em compreender algumas das hipóteses lançadas mais recentemente. Nossa discussão sobre a origem do Universo não pretende esgotar todas essas proposições, apenas concentrar-se nos modelos mais hegemônicos, como o do Universo em expansão. Dentro desse tópico, procuraremos abordar de modo mais específico aqueles aspectos diretamente ligados à formação das estrelas e planetas e à origem do elemento carbono, que, em última análise, determinou a química dos seres vivos.

Para que a diferença entre a interpretação dualista e a monista fique clara, apresentaremos antes algumas versões dualistas para a origem do Universo. Segundo a visão dualista, num dado momento, o Universo, inclusive a Terra, foi criado por uma ou por múltiplas entidades divinas. As principais doutrinas de várias culturas do mundo apresentam versões que variam entre si, mas fundamentalmente descrevem o surgimento da Terra e do Universo como uma manifestação sobrenatural, ou melhor, uma manifestação que transcende nosso conhecimento atual. Há também, como veremos adiante, alguns pontos em comum.

Segundo os egípcios, Ra ou Re, deu à luz si mesmo. De sua saliva nasceram Shu, o ar, e Tefnut, a umidade. Shu e Tefnut geraram Geb, o deus da Terra, e Nut, a deusa dos céus. Os seres humanos vieram das lágrimas de Re e assim por diante.

O mito sérvio da criação afirmava que no começo não havia nada a não ser Deus, que dormia e sonhava durante muitas eras. Quando finalmente Deus despertou, cada um de seus olhares transformou-se numa estrela. Deus gostou do que viu e dispôs-se a viajar, mas aonde quer que chegasse não percebia um fim ou um limite. Quando, enfim, chegou à Terra, estava cansado e o suor de sua testa caiu no chão e deu origem à vida.

Já o mito chinês narra a criação da seguinte forma: no começo dos tempos, tudo era caos e o caos apresentava a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Ying e Yang, que eram a escuridão e a luz, o feminino e o masculino, o frio e o calor e o seco e o molhado. Essas forças opostas acabaram quebrando o ovo. Os elementos mais pesados desceram e formaram a Terra e os mais leves flutuaram e formaram os céus.

Há muitos outros mitos, mas bastam os aqui mencionados para se perceber eu existem características comuns entre eles. Quase todos narram um estado inicial em que não havia nada. Como resultado de um capricho divino passou a existir matéria. Nesse particular, tirando-se o capricho divino, não há muita diferença entre os mitos e alguns modelos monistas.

Outro ponto em comum é o ambiente em que os humanos viveram e que, naturalmente, condicionou o cenário da narrativa da criação. Por exemplo, para os nórdicos da Islândia, o cenário da criação contém gelo, lava, fontes termais etc. Para os egípcios, a fonte de tudo estava claramente no firmamento, e para os aborígines, a criação se deu num cenário típico de certas regiões da Austrália e assim sucessivamente. Outra influência notável é o antropomorfismo, ou seja, as divindades exibem comportamentos, forma e pensamentos característicos do ser humano. Isso é extensivo ao cristianismo, ao islamismo e ao judaísmo. Em conclusão os mitos e as religiões parecem ser criações humanas. Nesse sentido, a própria ciência também se encaixa na categoria das invenções humanas.

É importante ressaltar também que, em quase todos os mitos, a água e a energia sob uma forma ou outra estão sempre presentes, o que, conforme veremos mais tarde, está de acordo com muitas hipóteses monistas sobre a origem da vida. O mesmo acontece com o problema da falta de organização, pois em muitos mitos o início é invariavelmente descrito como um estado caótico.

No caso dos aborígenes, essa percepção aguçada da natureza chega até conceitos evolucionistas, que claramente sugerem uma trajetória bastante contemporânea sobre a origem das espécies. Os próprios aborígenes podem também ser considerados como precursores da paleontologia, pois ao narrar que os ancestrais sagrados deixaram traços de sua presença nos rochedos, poços e árvores, certamente reconheciam os fósseis como vestígios do passado.

Para os monistas, o Universo tanto pode ter sido criado num dado momento, como pode ter sempre existido. Nesse particular, dualistas e monistas não divergem muito no que diz respeito aos aspectos essenciais dessa discussão. No entanto, os materialistas tentam explicar o surgimento do Universo somente por meio de forças físicas, mesmo que, devido à nossa ignorância, essas forças divirjam um pouco da física nossa de cada dia. Veremos depois quais são as origens das explicações sobre o Universo em expansão e o Universo eterno.

Como a Vida Surgiu e Como Evoluiu

Como surgiu a vida no planeta Terra? Essa é, sem dúvida, a mãe de todas as perguntas. A pergunta em si é simples, mas a resposta não é trivial. Ou melhor, é ainda incompleta. É um tema recorrente, que não pode ser ignorado, principalmente, em um momento no qual cresce o interesse pelo misticismo e por descrições de origem da vida sem um maior comprometimento com o método científico.

Apesar de algumas evidências, na sua essência, a história da vida constitui ainda um objeto predominantemente especulativo. Por isso mesmo, a discussão sobre esse tópico acomoda um grande conjuntos de argumentos, desde os mais conservadores até aqueles mais metafísicos. Há outras perguntas decorrentes da primeira cujas respostas são igualmente difíceis: existe vida em outros planetas? A vida fora da Terra é semelhante à nossa? Evoluiu do mesmo modo? Dadas condições favoráveis, o aparecimento da vida é inevitável? E assim por diante.

Assim com o qualquer grande mistério que se preze, é preciso contar com algumas pistas. Como em um conto policial tradicional, no início parecem não fazer muito sentido, mas graças à sagacidade dos detetives, passam aos poucos a encaixar-se num esquema geral, que culmina em uma solução dramática. É assim também com

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