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Parasitologia Aplicada às Análises Clínicas

Por:   •  6/1/2019  •  Abstract  •  5.865 Palavras (24 Páginas)  •  251 Visualizações

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Parasitologia Aplicada às Análises Clínicas – Aula 1

Coleta, conservação e transporte de material biológico

- Material biológico: Há uma série de materiais biológicos. Até o cabelo pode ser considerado um material biológico.

Existem alguns processos de micologia em que se realiza a raspagem. Se a pessoa está com micose, pedia-se esse exame. Pegava-se o braço da pessoa, colocavam em baixo dele um potinho próprio e raspavam o braço para coletar o material biológico. Pode-se raspar também as bordas de uma ferida sugestiva para verificar se tem Leishmania por exemplo (Leishmaniose cutânea).

Aqui estão os materiais biológicos mais comuns, como o sangue, que é o material biológico mais comum de todos; urina que também é muito comum; fezes, que tem diminuído no HU, porém ainda é muito realizado em outros lugares; líquor (líquido cefalorraquidiano), esse é aquele que é coletado por neurologista ou neuropediatra no hospital e encaminhado rapidamente para o laboratório fazer a análise. No líquor são realizadas várias análises, sendo feitas principalmente as análises bioquímicas; escarro também é um material que de vez ou outra aparece no laboratório.

- Considerações importantes: Considerando-se as fezes como o tópico de estudo, os estágios evolutivos usuais de diagnóstico quando se analisa uma amostra de fezes são: ovos, larvas de helmintos (existem técnicas específicas), trofozoítos, cistos e oocistos de protozoários. O que a gente mais avalia nas fezes são os ovos e as larvas de helmintos além dos cistos de protozoàrios, que muitas vezes a gente acaba sem saber se é cisto ou oocisto.

        No HPJ básico (pega as fezes, filtra na gaze em um cálice de fundo cônico) é possível ver todos esses estágios evolutivos. Mas o HPJ é o melhor para se ver larvas de helmintos? De jeito nenhum! Existem outras técnicas que serão estudadas mais pra frente.

        Uma coisa muito bacana do exame de fezes é que não existe aparelho para fazê-lo, como há para fazer um hemograma, por exemplo (pega-se o sangue coletado no tubo de EDTA – tampa roxa – põe no aparelho e ele vai detectar pra você as células brancas, vermelhas, vai dar um número total de leucócitos...e mesmo assim, em muitos casos quando eu faço o hemograma eu tenho que levar a amostra para o microscópio para avaliar alguns detalhes que eu posso não estar concordando muito com o aparelho, mas tem o aparelho! No caso do exame de fezes não...nós é que confeccionamos o exame e damos o laudo.

        Uma identificação correta e segura de um parasito define critérios morfológicos, os quais estão sujeitos a uma coleta perfeita e uma boa conservação das amostras fecais. Um ponto importante é a habilidade de quem está realizando o exame (a pessoa sabe a técnica e sabe executar a técnica, mas não sabe visualizar nada no microscópio, não conhece a morfologia dos ovos, das larvas, dos trofozoítos, dos oocistos dos protozoários, então não adianta saber a técnica). A técnica é muito simples... O legal da parasitologia é aprender a morfologia das estruturas.

        Slide com as estruturas: ali em cima nós temos cistos de Entamoeba histolytica, que não se pode confundir com a Entamoeba coli porque ela já causa um pouco de preocupação já que é comensal. Aqui há um cisto de Entamoeba coli e também um trofozoíto. Há também Giardia (trofozoíto e cisto). Então quando se executa um HPJ, tem que saber um qual aumento é possível enxergar uma Entamoeba coli ou histolytica, qual a diferença entre as duas.

        A coloração é outra coisa que ajuda muito a identificar o parasito. Pode-se fazer um HPJ e não colocar absolutamente nada para marcar as estruturas morfológicas como se pode, por exemplo, colocar algumas gotas de lugol. O lugol dá bastante contraste com a membrana do parasito e as vezes, quando se vai fazer o exame, surge bastante dúvida (é uma Entamoeba ou é um “bostócito”?) Bostócito = aquilo que vem nas fezes, como uma fibra, um grão de amido, pedaço de algum alimento que a pessoa comeu...Então quanto mais se faz exame de fezes com  auxilio de uma pessoa que conhece as morfologias das estruturas, melhor.

        Slide com imagem dos ovos: aqui a gente tem ovos de neumatóides e de cestóides...tem alguns ovos que são muito característicos e grandes. Temos o ovo de Enterobius vermiculares, o famoso oxiurus, que parece um D. Outro importante é o Trichuris trichiuria, um nematóide importante. Têm os ovos de Ascaris lumbricóides, fértil e infértil, os dois são mamilonados (membrana externa ondulante). Outro exemplo é o ovo de Taenia solium e T. saginata, eu não consigo diferenciar por meio de microscopia simples qual das espécies é. Então, se não tiver as proglotes para fazer uma coloração com Nanquin, uma tinta da China, eu vou soltar no laudo Taenia spp. (espécie desconhecida), pois elas são muito parecidas.  Hymenolepis nana e H. diminuta não é difícil de diferenciar. Os ovos de Schistossoma são os maiores ovos seguido dos da Fascíola. O ovo de S. mansoni tem como característica típica a espícula. Então, a medida que se treina o olho para a morfologia, aprende-se a diferenciar os ovos.

- Coleta de fezes: Existem muitas coisas para se detectar no exame de fezes, que depende também do aumento escolhido (10x, 40x). Mas nada disso adianta se não for feita uma boa coleta das fezes. Por exemplo, orienta-se que a pessoa colete as fezes no domingo para a realização do exame na segunda. Para isso é necessário armazenar o potinho dentro de um saquinho na geladeira, porém a pessoa fica com nojo de guardas as fezes na geladeira e não coloca. Passadas 24h que as fezes estão no potinho fora de refrigeração não se consegue identificar nada, a probabilidade de se encontrar algo é pequena. Então se não houver boa coleta, não é possível ter uma boa visualização e um bom exame. Pode-se fazer a coleta e colocar em um potinho, que é o mais usual, os laboratórios fornecem o potinho e explicam como deve ser feita a coleta correta (mandar pelo menos de 10 a 15g de fezes). Mas às vezes acontece da pessoa mandar quantidade muito menor ou muito maior. Cada laboratório possui um POP para coleta, seja para coleta de fezes, seja para urina, mas obviamente é uma quantidade mediana do potinho que é necessária, pois se as fezes estão bem formadas é mais fácil ver ovos e cistos. Pega-se 3 ou 4 regiões de fezes da amostra para realizar o procedimento, por exemplo, o HPJ. Tem gente que tem dificuldade em coletar no potinho, não pode fazer dentro do vaso sanitário, tem que fazer no piniquinho, e tem gente que faz no meio ambiente. Existe um sistema interessante que é uma “rede de captura de cocô”, você coloca o plástico entre a tampa e o vaso, prende, faz o cocô e coleta. Esse não é muito acessível no SUS, não tem. Alguns laboratórios particulares podem fornecer mediante pagamento do cliente. Não é muito comum, mas é uma forma prática, por exemplo, a pessoa tem dificuldades, ou é um idoso e ninguém ajuda, coleta as fezes no saquinho e do saquinho passa para o potinho ou tem alguns casos que o próprio saquinho se transforma no recipiente.

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